terça-feira, abril 14, 2009

COPA 2014 - A história que ninguém contou

SONHO REAL
Antes da copa de 2006, surgiu numa empresa de Brasília a campanha para trazer a Copa do Mundo para o Brasil
Fontes de pesquisa: IBIT - Instituto Brasileiro de Inteligência Tecnológica e Gasol Combustíveis

Entre os comentários que enquadravam a idéia de vanguardista numa ponta, e de completamente sem propósito na outra, em março de 2006, exatamente há 3 anos, eram iniciados os trabalhos para que a Copa do Mundo de 2014 viesse a ser realizada nos gramados brasileiros. Independente de quantos movimentos desse tipo existissem no mundo, um deles chamou a atenção porque propunha a abertura do tão grandioso evento na Capital do Brasil. A idéia surgiu nos corredores da Gasol, uma tradicional revendedora de combustíveis de Brasília, e ganhou corpo a partir do apoio institucional do IBIT e da produção de uma programação visual desenvolvida pela E-Express Creative, específica para a divulgação da primeira campanha em prol da Copa no DF que se tinha notícia até então. Com a divulgação dos cartazes e outdoors espalhados pelos postos da rede e em pontos comerciais de parceiros que aderiram à idéia, a campanha foi tomando corpo especialmente por conta de uma grande e espontânea participação dos clientes da rede e de simpatizantes em geral. Um e-mail para a declaração de apoio ao evento foi colocado à disposição do grande público e rapidamente se viu o quanto a idéia agradava. Em menos de dois meses, mais de 1.000 e-mails assinados a favor da Copa e da sua abertura em Brasília foram enviados. A Gasol, por sua vez, ao receber visitantes ilustres em suas dependências, sempre aproveitava as brechas das reuniões para divulgar a campanha e, assim, iniciativas em prol do evento começaram a acontecer fora das fronteiras da empresa. A Gráfica Zeni, uma colaboradora incondicional, imprimiu todo o material de divulgação que acabou chegando à Câmara Legislativa do DF e em outros órgãos de igual importância na esfera governamental. Daí, já se ouvia em vários pontos da cidade o zum, zum, zum sobre a real possibilidade da realização da Copa no Brasil e em Brasília.

O Brasil na Suíça

Pouco mais de um ano depois, muita coisa aconteceu e no dia 30 de julho de 2007 o Brasil se apresentava em Genebra, na Suíça, como candidato a sediar a Copa do Mundo de 2014. Apesar de não haver nenhuma ligação entre a humilde equipe que propunha a Copa em Brasília e a CBF, a comemoração na Capital foi intensa. No dia 27 de agosto de 2007, aquilo que um dia pareceu uma loucura nascida nos bastidores da Gasol aconteceu, o Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, anunciou a candidatura de Brasília para sediar a abertura da Copa. De novo, a comemoração tomou conta dos adeptos à idéia e a sensação de vitória foi amplamente desfrutada. A mobilização para fazer parte do circuito esportivo da Copa não ficou restrita à Brasília e mais 18 cidades estão se preparando para ter o direito de receber as seleções do mundial.









Repleta de simbologia que inclui a catedral da cidade, a taça, o gramado e o pôr-do-sol, a imagem (acima), que apresentou aos brasilienses a idéia de fazer a abertura da Copa 2014 na Capital, já havia nascido antes mesmo do Brasil ganhar a disputa entre os países candidatos. A exposição da marca em mídias como cartaz, outdoor e internet, fez surgir um batalhão de seguidores (mais de 1.000) da idéia que enviaram e-mails assinados aderindo à realização do evento em Brasília.

Projetos inovadores das cidades candidatas

Entre os projetos que se destacam estão os apresentados por Manaus – Vivaldão, o de Natal – Estádio das Dunas, o de Porto Alegre – Beira Rio e o de São Paulo - Morumbi. Todos eles apresentam características arquitetônicas arrojadas e de muita beleza. O projetista Rui Otake, anunciou um design moderno e futurista que transformará o Morumbi num marco arquitetônico. Assim como o desenho dele marcou Brasília com os projetos do Brasília Shopping e do Blue Tree, Juvenal Juvêncio, presidente São Paulo, espera que o Morumbi venha impressionar os olhares da FIFA e levar para a sede do clube a abertura da Copa. Não menos impressionante, o Beira Rio traz com a revitalização do estádio um conjunto arquitetônico de encher os olhos. À beira do rio Guaíba o clube propõe criar shoppings, restaurantes, hotéis e até uma marina que é, ao mesmo tempo, uma estação de um moderno trem elevado. O desing segue uma linha inovadora e sem dúvida irá gerar, independente da sua seleção ou não para sediar a Copa, um grande fluxo de turismo esportivo e de lazer.







O novo Morumbi foi desenhado por um dos mais inovadores arquitetos atuantes no Brasil. Rui Otake apresentou para a diretoria do São Paulo Futebol Clube o projeto que, segundo ele, será capaz de sensibilizar a FIFA para que ali aconteça a abertura da Copa 2014.

Norte e Nordeste dão um show e apresentam idéias que privilegiam a beleza e a funcionalidade
O ninho de pássaro na perspectiva brasileira poderá ser visto no Vivaldão, em Manaus. Não tão grande e majestoso quanto o primo Chinês, mas tão curioso quanto, o estádio proposto pela capital do Amazonas é de uma incontestável beleza. O governo do estado aposta nessa singularidade para garantir o seu lugar entre os estados que irão sediar a Copa. No quesito originalidade a cidade de Natal se apresentou imbatível e trouxe um projeto grandioso e muito diferente de tudo que estamos acostumados a ver. O governo do estado do Rio grande do Norte está muito confiante e encontrou o caminho da Parceria Público Privada para criar um dos mais inovadores projetos de esporte, lazer e cultura já vistos no país. Desenvolvido pela empresa inglesa HOK SVE, a maior do mundo em termos de construções esportivas, responsável, por exemplo, pela criação dos estádios de Wembley (Londres), Emirates (Londres) e da arena olímpica de Sidney, na Austrália, o projeto terá investimentos das empresas Luso Arenas (Portugal), Valora Buygues (França) e Serveng-Civilsan (Brasil), esta última especialista em obras portuárias, característica evidenciada no desenho final que envolve a criação de um lago artificial, pontes e prédios que têm partes das suas fachadas postadas por cima das águas do complexo.







A capital do Rio grande do Sul, Porto Alegre, ganhou do Internacional, time campeão do mundo e um dos mais tradicionais clubes do Brasil, um verdadeiro presente arquitetônico. Não é só pela ousada reforma no estádio Beira-Rio, que ganhará ares futuristas, mas também pelo conceito de integrar esporte, lazer e turismo em um único lugar que tem a força de um grande rio para completar o visual. A equipe que desenvolveu o projeto pensou em tudo e não mediu criatividade para garantir à cidade a recepção da Copa.











A idéia de trabalhar com grandes complexos onde além da prática esportiva é possível usufruir de estruturas diversas como shopping centers, edifícios comerciais e outros, como concebido pelo Inter em Porto Alegre, foi levada ao pé da letra no mega-projeto apresentado por Natal, no Rio Grande do Norte. O arrojado estádio, na figura acima, mostrou que a cidade está realmente disposta a fazer o melhor para receber o mundo. E o parque arquitetônico, abaixo, completa uma das mais bonitas propostas apresentadas ao comitê da FIFA.












O iluminado projeto de Manaus, no Amazonas, também se apresenta acima da média e está na linha criativa dos chineses que maravilharam o mundo com o “ninho de Pássaro”

Abaixo cidades com muitas idéias e pouco impacto





O belo cenário que recebeu o projeto de Brasília para abrir a Copa do Mundo de 2014, na foto acima, não foi o suficiente para elevar o desenho simplista do Mané Garrincha. Ao fundo da foto é possível ver conceitos muito mais audaciosos como o do Brasília Shopping e do Ed. Varig. Somando ao contexto as inúmeras soluções arquitetônicas vanguardistas que Brasília presenteou o Brasil e o mundo, o estádio oferecido para a Copa está muito longe da vocação inovadora da cidade.




Eliminando o cenário de fundo e avaliando as linhas básicas do projeto, ele fica sem expressão como os apresentados pelo Rio (reforma do Maracanã) e Belo Horizonte (reforma do Mineirão).

Mané sem grandes surpresas
O projeto da Capital, apesar de bom, se apresenta extremamente sóbrio e comportado quando comparado às propostas de outras cidades. Pela característica vanguardista de Brasília, cheia de estruturas arquitetônicas de grande impacto, o estádio Mané Garrincha parece algo do tipo “vamos fazer uma coisa humilde para não chamar tanta atenção”. O barulho publicitário feito na inauguração do estádio Bezerrão no Gama, onde o projeto de extrema simplicidade foi aclamado pelas autoridades brasilienses como um primor de tecnologia, demonstra uma linha de condução do governo local menos moderna e desviada do DNA inovador da Capital. Diante da ousada concorrência, tudo indica que para manter sonho de abrir a Copa de 2014 em alta, será preciso mais do que foi apresentado até agora. Inspirar-se na arquitetura de Brasília pode ser a receita para fazer surgir algo que deixe o público impressionado e morrendo de vontade de ver o resultado final. Oscar Niemeyer tem algo assim prontinho. O projeto foi feito para o Maracanã e não vai ser construído pelo Rio de Janeiro em função do alto custo. Porém, por afinidade com as altas cifras e o arrojo de Oscar, quem sabe o lugar certo para a obra do gênio não seja mesmo a Capital do Brasil? Aos sonhadores que um dia tiveram a idéia de criar um movimento em prol da candidatura da cidade e do país para sediar a Copa de 2014, resta a esperança de presenciar os jogos em um lugar à altura dos seus sonhos.


Em Março de 2006, as seguintes empresas patrocinaram para que o sonho da copa 2014 viesse a se tornar real:
Gasol Combustíveis- http://www.gasol.com.br/
E-Express Comunicação - http://www.e-exc.com/
Gráfica Zeni - Graficazeniltda@terra.com.br

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