quarta-feira, novembro 05, 2008

Emprego garantido pelo Estado a todo brasileiro - Edição nº 31

Conheça a receita de um milagre possível
Por Eduardo Vergara
Editor da revista Ciência, Cultura e Saúde em Primeira Página
Gestor Interino do Nagesp - Núcleo Acadêmico de Gestão Pública - vergara.nagesp@gmail.com
Presidente do IBIT - vergara@ibit.org.br

A utopia realista de Minsky, um dos mais revolucionários economistas da história, aponta aos comuns uma luz no fim do túnel para dar a mínima condição de sobrevivência a todo brasileiro. Com a sua receita fez surgir o caminho para uma das mais relevantes teorias sobre emprego, formação técnica, fomento do poder de consumo e a conseqüente mega-propulsão para a economia como um todo.

À margem das críticas sobre as políticas assistencialistas governamentais evidenciadas na administração petista de Lula, não há como negar a força econômica que projetos como a bolsa família, o programa de alimentação escolar e, também, do trabalhador, sem considerar quaisquer de seus objetivos políticos, geraram nas classes sociais mais baixas. Há a indicação de que a maior parte dessas ações foi baseada em processos empíricos, na base da experiência pessoal e da intuição, que acabaram injetando uma enorme quantidade de dinheiro na economia e, sem dúvida, melhorando o país como um todo. Mas também, há uma teoria econômica descolada e irreverente, cultivada na mente de um dos mais brilhantes cientistas econômicos, Hyman Minky, que consolida a injeção de recursos nas camadas mais pobres, como um instrumento econômico extremamente eficaz para a estabilização de uma nação em momentos de crise. O conceito parece cair como uma luva para Lula por se encaixar perfeitamente ao modelo populista do PT, ao mesmo tempo em que se baseia em plataformas econômicas fortes e inteligentes.

O conceito

Minsky e as suas idéias voltaram à tona após a deflagração da crise epidêmica do crédito que se iniciou nos EUA e contaminou o mundo. A teoria dele foi lembrada porque considerava que as políticas emergenciais adotadas pelos governos em épocas de crise seriam insuficientes para cobrir o bolsão de miséria ligado ao desemprego involuntário, tendo efeito curativo apenas temporário. A estranha colocação "desemprego involuntário", que pouco ou nada ouvimos falar por aqui, foi o conceito original que baseou todo o estudo de Minsky, que faleceu em 1996. A sua teoria vislumbrou que a política governamental eficiente para estimular a produção e seus efeitos positivos, seria a “Garantia Universal de Emprego Remunerado pelo Estado”. O ressurgimento do conceito estimulou vários pesquisadores em todos os cantos do mundo e no Brasil, já foi criado até o Movimento Nacional pelo Desemprego Zero, cujo membro fundador Daniel Negreiros Conceição discursou sobre a tese na revista Desafios de julho/08 produzida pelo IPEA. No IBIT – Instituto Brasileiro de Inteligência Tecnológica, o assunto foi introduzido à discussão e ganhou novos horizontes os quais inspiraram esta matéria.

O plano

Longe de querer ser um programa assistencialista eleitoreiro, mas naturalmente sendo, o conceito explorado por Minsky é antes de tudo um plano econômico brilhante. A idéia central é o Estado empregar a todos que quisessem trabalhar. Por isso, os novos empregados ganhariam seus salários e os benefícios anexados ao pacote. A injeção de renda, a exemplo do que acontece com a bolsa família dado a 11,1 milhões de famílias (45,8 milhões de pessoas) que vivem abaixo da linha da pobreza no Brasil, aqueceria a economia, estimularia a produção e por conseqüência acabaria gerando emprego no setor privado. Curiosamente, é exatamente o que temos visto no Brasil após a aplicação dos programas assistencialistas de Lula. A indústria brasileira emprega como nunca, a produção bate contínuos recordes e as classes C e D aparecem como as mais cobiçadas pelo mercado empresarial em geral. Inclusive, para executivos que dirigem marcas classificadas como específicas da elite brasileira, especialmente as ligadas à "holding Unilever" e aos produtos Nestlé, o crescimento no Brasil deve considerar de maneira relevante a abrangência e o poder de compra das classes mais baixas. Para Minsky, a aplicação de seu programa seria anticíclica, ou seja, seria instaurada a partir de um momento de crise, como o que está ocorrendo hoje no mundo. Porém, a tecnologia empírica de Lula revela que a metodologia de Minsky tem tudo para ser um compromisso afixado nas entranhas da economia brasileira e a ação transformada num ícone administrativo mundial.

A execução

Casar o Brasil, um país colecionador de pessoas sem recursos técnicos para exercer uma função profissional e, ao mesmo tempo, que as direciona à infinita fila de desempregados, com o Brasil possuidor de uma imensa malha de instituições fomentadoras do ensino profissionalizante, como o SESI, o SENAI, o SESC e o SEBRAE, Escolas Técnicas Profissionais, entre outros, é a essência do roteiro anteriormente desenhado por Minsky. É como combinar goiabada com queijo - a junção da teoria do emprego remunerado pelo Estado com a obrigatoriedade do exercício da profissionalização dos candidatos enquanto estivessem usufruindo do emprego oferecido. Ou seja, enquanto estivessem empregados teriam que estudar para ser tornarem profissionais em alguma coisa. As instituições do sistema "S" citadas recebem mensalmente uma considerável soma de recursos retirados dos impostos da sociedade produtiva do país exatamente para isso, condição que disponibiliza de imediato a estrutura necessária para a execução do programa. Em tempo, a formação de profissionais de qualidade para fomentar a demanda das indústrias brasileiras, um dos maiores problemas estruturais que hoje o país enfrenta, estaria sendo trabalhada de modo relevante para suprir as exigências do desenvolvimento. Como se vê, pode-se chamar a teoria de assistencialismo escancarado. Mas que ela funcionaria, não resta dúvida, nem social e nem econômica.

O público alvo do programa

Segundo a pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, divulgada pelo IPEA em maio deste ano, o país apresentou a maior taxa do mundo (46,6%) de desemprego entre os jovens, reflexo direto da baixa qualidade do ensino brasileiro. A falta de qualificação na força de trabalho entre pessoas de 15 e 24 anos é hoje um dos principais impedimentos à contratação formal. Por isso, dar ao jovem a garantia do emprego aliada à formação profissionalizante é um dos principais objetivos do programa. Quando se trata da população negra, composta de negros e pardos, a taxa de desemprego alcança vergonhosos 55,3% sendo que, em se tratando de mulheres negras, o índice é maior ainda. Os dados são da pesquisa "Os Negros nos Mercados de Trabalhos Metropolitanos", divulgada no dia 17 de novembro de 2006 pelo Dieese. Em termos gerais, segundo o IBGE, as estimativas são para que em 2008 o país tenha pouco mais de 8% da população economicamente ativa na condição de desempregado. Mesmo sendo a menor taxa da história recente do Brasil é um contingente extremamente volumoso e em determinadas regiões como o Distrito Federal, por exemplo, chegou a alarmantes 20% de desempregados em 2007. O que significa 230.000 pessoas, especialmente jovens, sem qualquer destino profissional e com a necessidade de consumir o mínimo para a sobrevivência. Além disso, todo esse pacote anti-desemprego faria com que as pessoas que não optassem pela ocupação oferecida pelo Estado, fossem identificadas como desinteressadas e inúteis pela sua própria família e sociedade contextual. Ou seja, a lição em prol de um comportamento produtivo seria alcançada de um modo ou de outro, pela pressão social, ou pelas condições dadas pelo Estado.

Os resultados

Muitos podem dizer que os programas assistencialistas iniciados no governo de Fernando Henrique e super-dimensionados no governo Lula colaboraram muito para que o Brasil mantivesse taxas tão altas de desemprego porque desestimularia o trabalho. Porém, os números revelam outra coisa. Ano a ano a taxa, apesar de alta, vem baixando consideravelmente, o que desata a conexão entre o desemprego e o assistencialismo pelo ponto de vista puramente doador. O efeito do programa de Minsky sugere a multiplicação dos resultados alcançados pela política assistencialista de Lula por quatro. Para ser mais exato, cada família do programa "Fome Zero", o carro chefe do Presidente, recebe hoje até R$ 112,00 por mês totalizando cerca de 8,75 bilhões de reais/ano, numerário que equivale à injeção de recursos dentro da economia brasileira. O cálculo é simples, se para cada família direcionarmos apenas uma pessoa no programa de emprego oferecido pelo Estado, estaríamos elevando a renda da família em pelo menos quatro vezes levando o salário mínimo como base para a remuneração. Investir na erradicação da pobreza usando a criação do emprego obrigatório como instrumento para isso, desfrutar do lucro social através do desenvolvimento técnico profissional exigido do cidadão como contrapartida ao esforço do Estado em empregá-lo e proporcionar o aquecimento global da economia em dezenas de bilhões de reais, chega a assustar pela simplicidade da aplicação e a conseqüente superpotencialização da economia. A receita de Minsky está aí, Lula pode mandar fazer o bolo, e a população brasileira poderá viver o seu melhor momento na história consumindo as benesses de um plano mágico, realista e criado para o benefício de todos.

terça-feira, novembro 04, 2008

CAPITALISMO AMERICANO EM XEQUE É ALERTA PARA BRASILEIROS

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Por Eduardo Vergara Editor da revista Ciência, Cultura e Saúde em Primeira Página

Gestor Interino do Nagesp - Núcleo Acadêmico de Gestão Pública - vergara.nagesp@gmail.com

Presidente do IBIT - vergara@ibit.org.br

Wall Street, paraíso dos investimentos mundiais com sede em Nova York, EUA, passa pela maior crise econômica desde 1929, época na qual houve uma quebra generalizada das instituições financeiras, marcada por um imenso volume de suicídios de devedores sem solução. Hoje, diferente do passado, o estado está se movimentando de todas as maneiras para salvar o país de um colapso econômico de proporções ainda maiores. O capital disponibilizado pelo governo americano para salvar a credibilidade dos bancos e do país deverá superar 1 trilhão de dólares e o custo da emissão de todo esse dinheiro poucos economistas se atrevem a prever. O motivo de tudo isso se deu pelo excesso de crédito disponibilizado na praça, especialmente para a compra de imóveis cujas prestações não foram honradas por uma série de contingências, entre elas a alta do petróleo e o aumento do custo de vida, especialmente no que se refere à alimentação. Não é de hoje que o americano vem sofrendo, e até símbolos da exuberância daquele país, como as caminhonetes de alto luxo, estão sendo colocados de lado. Por aqui, essas mesmas caminhonetes que lá não conseguem ser vendidas por preços abaixo do equivalente a R$ 30.000,00 tomam as ruas das grandes cidades brasileiras sem muita cerimônia e com preços acima de R$ 80.000,00. O motivo da euforia brasileira é o crédito que entrou na veia da população como nunca se viu. Crédito aqui, como nos EUA, é o mesmo tipo de veículo para o consumo. E aqui, como lá, pagar a conta por usar o dinheiro dos outros, pode ser inviável no futuro. Para muitos brasileiros, essa já é uma realidade e pagar ao banco que um dia foi bonzinho e emprestou dinheiro com o juro mais alto do planeta já não faz parte da vida de muitos devedores. É exatamente o que acontece hoje nos EUA em uma escala gigantesca. E ninguém, nem mesmo as instituições financeiras mais ricas do mundo, pode pagar a conta do colossal rombo que os endividados americanos deixaram em seus credores. Por lá, o estado emite moeda a todo vapor para salvar não só o país, mas boa parte dos bancos do resto do planeta que também ficaram sem o dinheiro de seus devedores. Mas... E aqui, até que ponto estamos preparados para pagar as nossas contas?

Crédito, doce veneno

Talvez, para compreender o que muitos endividados estão passando hoje ao olhar o extrato bancário e verificar a enxurrada de dinheiro que escapa por entre os dedos em direção aos cofres do seu banco, em forma de juros pelo uso do cheque especial ou empréstimo pessoal, seja preciso voltar à época onde o capitalismo foi formatado por Weber, o protestante pai do sistema na sua forma mais ampla. Esse retorno nos tempos clareia a trajetória do capitalismo que foi sendo configurado por adaptação em diferentes vertentes, sendo ajustado de acordo com o país e a cultura social. Em alguns países, como a Finlândia e a Islândia, por exemplo, que usam o capitalismo como modelo econômico, o crédito não faz parte do dia-a-dia das pessoas que se consideram muito felizes e com muito dinheiro no bolso. Em outros, a presença constante do crédito reeditou o capitalismo e o transformou numa máquina de geração de devedores. A formatação de Weber, oficializada em 1913 na Inglaterra, apresentava a poupança entre os seus valores mais importantes, e a ferramenta de crédito, que é justamente o contrário disso, não foi sequer mencionada por ele. Assim, o capitalismo na sua essência tinha na ação de poupar um dos seus pilares mais nobres. O ajuste individualizado nos países que adotaram o sistema foi responsável pela mudança de suas características originais, e a adoção do crédito como fomentador do consumo acabou virando um dos maiores e ferozes inimigos sociais. O crédito como meio de sustentação financeira aos investimentos futuros para empresas em geral, como adiantamento particular para a condição de compra parcelada ou para resolver situações de emergência pessoal, traz a reboque uma forte cobrança, que pode chegar à perda dos bens adquiridos, à ameaça do nome sujo, à falta de crédito para o resto da vida e problemas de saúde e emocionais relacionados à auto-estima, entre outros. E é o conjunto desse indesejado retorno que faz justificar a palavra “selvagem” como o sobrenome do capitalismo.

Capitalismo selvagem

Não é só por ser implacável com o devedor que o capitalismo tem a fama animalesca. Além de não perdoar ninguém, nas entrelinhas de um contrato de crédito ou na comunicação subliminar de um comercial de televisão, é possível perceber a atuação inteligente de um mestre na arte de vender uma necessidade e de negociar a solução, principalmente quando tem um banco como porta-voz como é comum na maior parte dos cartões de crédito. Aquecido no fervor comercial, o capitalismo amadureceu e hoje é capaz de nos convencer que precisamos de um monte de coisas que na realidade não se justificam. Por acharmos que estamos precisando de algo que não estava nos planos, é necessário um dinheiro extra para bancá-lo. E aí, o capitalismo apresenta o crédito como a solução e acabamos por consumir todas as possibilidades que ele nos oferece, sem medir direito as conseqüências da cobrança que certamente virá.

Usar crédito é aceitar ser devedor

O afago na auto-estima proporcionado pelo momento em que gastamos o dinheiro que não temos, é substituído pela pressão do prazo para quitar uma dívida e, por menor que seja, nos deixa na condição de devedores. Por exemplo, as facilidades de pagamento oferecidas pelo cartão de crédito, os argumentos relativos às questões como segurança e os prêmios pela utilização do cartão, não nos tira da condição de devedores. Desconsiderar a praticidade do dinheiro de plástico não é o objetivo. Porém, lembrar que por trás da ferramenta existe, também, uma armadilha perspicaz para nos transformar em devedores, se faz necessário. As vertentes operacionais são tão sofisticadas que a versatilidade apresentada por alguns cartões vai além da compreensão do cidadão comum. Hoje, há a possibilidade de se pagar todas as contas do tipo luz, telefone e água e, também, a conta do próprio cartão de crédito usando outro cartão de crédito. É verdade! Com o Hipercard do Unibanco é possível pagar a conta do Visa do Banco do Brasil, do American Express do Bradesco e outros. E, com o American, é possível fazer a mesma coisa. Contudo, a tendência é que você caia numa armadilha muito difícil de sair. A facilidade de obter um dinheiro que não é seu para pagar outro dinheiro que não era seu e ainda ganhar tentadores prêmios como milhagens, por exemplo, pode transformar você num mega-devedor. Essa conta crescente transferida de um cartão para outro, meses após meses, irá se tornar impagável. Há a alternativa do pagamento mínimo nas faturas do cartão; porém, por esta via, o juro cobrado sobre o saldo devedor é ainda maior do que se fosse feito um acordo de parcelamento da dívida com a administradora.

Veículos, o sonho

Para muitos dos que estão vivendo problemas financeiros, o veículo comprado para a realização de um sonho transformou-se num pesadelo de grandes proporções. Boa parte das pessoas que devem ao banco credor não podem sequer devolver o veículo porque ele vale menos do que a dívida, exatamente o que está acontecendo com o americano com relação ao imóvel financiado. Um levantamento feito pela Anef - Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras mostra que o saldo do crédito para aquisição de veículos para pessoa física no primeiro bimestre de 2008 cresceu 44,9% em comparação ao mesmo período de 2007, passando de R$ 80,6 bilhões para os atuais R$ 116,8 bilhões. Esse montante equivale a 35,4% do total do crédito destinado às pessoas físicas pelo Sistema Financeiro Nacional e é referente ao total das carteiras de CDC - Crédito Direto ao Consumidor - e Leasing (Arrendamento Mercantil). Todo esse dinheiro no mercado, desde o aumento de prazo para o pagamento, proporcionou a criação de uma demanda inédita de consumidores que achavam que podiam sustentar um financiamento por até 84 longos meses. Muitos deles simplesmente estavam sonhando e utilizaram um dinheiro fácil que parecia não ter dono. Porém, com a descoberta de que a conta a pagar é uma realidade difícil de ser enfrentada, os valores em atraso só no primeiro bimestre de 2008, em comparação ao mesmo período de 2007, apresentaram um crescimento de 23,8%.

O valor do crédito disponível é o valor da dívida em potencial

As operações de crédito no Brasil totalizaram R$ 957,581 bilhões em fevereiro de 2008. Os valores levam em conta os recursos livres e direcionados, ou seja, aqueles como os empréstimos do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e o financiamento habitacional. O estoque de crédito cresceu 32,8% no acumulado de 12 meses, e o brasileiro continua gastando. No setor aéreo, os números divulgados pela Anac - Agência Nacional de Aviação Civil, mostram que os embarques nas viagens internacionais cresceram 36,9% de janeiro a agosto deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Apenas no mês de agosto, a alta foi de 26,9% em comparação ao mesmo mês de 2007. A maior parte do consumo do turismo internacional acontece via cartão de crédito e os números astronômicos mostram o quanto o brasileiro é capaz de contrair dívidas simplesmente por usufruir do crédito. O Banco Central estima que todo o crédito disponível no país deve superar 40% do PIB.

ENTENDA O DRAMA AMERICANO

No início dos anos 2000, os juros estavam baixos e grande parte dos americanos refinanciou os seus imóveis com a contrapartida do adiantamento à vista do valor pago até aquele momento. Eles usaram o dinheiro para pagar dívidas no cartão de crédito e para consumir. Os juros subiram, aumentaram a dívida e o devedor não conseguiu honrar seus compromissos. O preço do imóvel caiu e não cobre o financiamento feito. Os bancos não conseguem reaver o dinheiro emprestado e quebram.

De olho na falência do crédito americano

O Brasil deveria estar olhando de perto o comportamento da economia americana. Ela pode indicar um futuro sombrio diante de tanto crédito. Por lá, muitos bancos e financeiras estão quebrando ou sendo comprados pelo governo numa demonstração de que nem tudo são flores com crédito fácil. Já é uma realidade uma espécie de buraco negro na economia que está sugando as instituições que pouco tempo atrás distribuíam crédito imobiliário à vontade. Evitar a falência da Fannie Mae e da Freddie Mac, as duas maiores empresas norte-americanas de crédito à habitação, e da AIG seguradora, foi o sinal mais que amarelo emitido pela rica economia americana. As três empresas corriam o risco de falência por falta de liquidez para fazer face aos seus compromissos, num processo semelhante ao que aconteceu com a Bear Sterns, outro agente financeiro, em Março de 2008. A declaração do homem forte do tesouro americano mostra, em poucas palavras, a preocupação com que o governo está tratando o assunto e o nível de fragilidade que a economia vive o atual momento - "A Fannie Mae e a Freddi Mac têm um papel central no sistema de financiamento do imobiliário americano e precisam continuar a desempenhar esse papel", explicou em nota o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson. As duas empresas possuem ou garantem 520 bilhões de dólares em créditos hipotecários, ou seja, mais de 40% do crédito imobiliário dos Estados Unidos. E, para assegurar a sobrevivência das duas companhias, a Reserva Federal Americana admite adquirir temporariamente as suas ações, um inusitado recurso em se tratando de EUA. Já para o Lehman Brothers, o quarto maior banco dos Estados Unidos com 158 anos de existência, não houve solução. A instituição entrou em processo de falência, ao mesmo tempo em que a estrutura financeira americana anunciou ao mundo rachaduras que vão demorar muito tempo para serem sanadas. Quando o feitiço do crédito se volta contra o feiticeiro, a dificuldade está em arrumar um mágico com poderes ainda maiores para resolver o estrago. Essa situação é a mesma quando um simples mortal não consegue honrar as suas dívidas, isto é, ou ele encontra um credor maior, ou simplesmente “quebra” e deixa de existir como um consumidor “limpo” na praça.

Os ensinamentos

Warren Edward Buffet, um americano de 78 anos, do estado de Nebraska nos EUA, presidente da empresa textil Berkshire Hathaway e dono de uma fortuna estimada em 62 bilhões de dólares, revelou em uma recente entrevista à rede CNBC como conseguiu alcançar tamanha riqueza. O primeiro ponto é o relativo ao trabalho. Com apenas 11 anos comprou as suas primeiras ações na bolsa e lamenta ter começado tarde (aqui no Brasil o pai dele poderia ir preso por incentivo ao trabalho infantil). Reinvestiu seus lucros na diversificação de negócios e com as economias alcançadas com a entrega de jornais comprou uma fazenda aos 14 anos. Em Omaha, há 50 anos, comprou a casa modesta de três quartos, onde mora até hoje, e que não tem muros ou cercas. Apesar de ser proprietário da maior companhia aérea do mundo, não tem jato particular e não mantém em suas costas seguranças ou motoristas. Ele dirige o seu próprio carro, assim como é ele quem faz a pipoca que o acompanha quando assiste à televisão, um de seus passatempos preferidos. Não faz reuniões com seus executivos, com apenas uma carta aos diretores de suas 63 companhias, ele distribui as metas anuais que devem ser atingidas. Não usa telefone celular ou computador, mas foi capaz de doar 31 bilhões de dólares, o equivalente a metade de sua fortuna, para instituições de caridade. Para Bill Gates, da Microsoft, um dos homens mais ricos do mundo, Warren é considerado um guru e a simplicidade com que conduz a vida é o motivo. O que ele nos diz com a sua humildade é:

- Fique longe de cartões de crédito, financiamentos ou empréstimos bancários. Invista o seu dinheiro em você mesmo;

- O dinheiro não cria o homem. O homem é quem cria o dinheiro;

- Viva a sua vida da maneira mais simples possível;

- Não se apegue às marcas famosas. Use apenas aquelas coisas em que você se sinta confortável;

- Não desperdice o seu dinheiro em coisas desnecessárias. Ao invés disso, gaste nas coisas que realmente precisa;

- Afinal de contas, a vida é sua! Então, por que permitir que os outros estabeleçam leis em sua vida?

- As pessoas mais felizes não têm, necessariamente, as melhores coisas. Elas simplesmente

apreciam o que tem.



Nas entrelinhas do pensamento de Warren é possível perceber latente a força para o trabalho desde cedo, a sua capacidade de abrir mão de rótulos sociais e do exercício do poder autocrático, a humildade na conduta como pessoa e como empresário, e uma generosidade para com o próximo fora do comum. Atingir a nobreza de controlar os seus recursos sem dever nada a ninguém em um mundo que vende crédito o tempo todo com palavras agradáveis em nossos ouvidos pode parecer difícil, mas não é. Contudo, doar recursos pessoais na proporção que fez Warrem, nos mostra um estágio de consciência muito longe do que a vã compreensão da grande maioria pode levar. O entendimento de Warren sobre o trabalho, a riqueza e o homem, numa bolha de simplicidade raramente vista, pode ser de grande valia para mudar o jeito de ver e tocar a vida, e trazer para perto a tranquilidade e a felicidade que tanto buscamos.

domingo, julho 27, 2008

VOCÊ ESTÁ RICO E NÃO SABE - Ano 5 - nº 29 - Julho de 2008




Por sorte, por obra do destino, porque quem ri por último ri melhor ou porque Deus é brasileiro mesmo, pela primeira vez na história, os países mais ricos do planeta terão que reconhecer a força do Brasil em cinco áreas estratégicas. Elas poderão fazer jorrar um volume inesgotável de recursos que, de uma forma ou de outra, fatalmente chegarão às mãos de todo brasileiro. Conheça as cartas.

Etanol

O Brasil passou 40 anos desenvolvendo o álcool como combustível alternativo e ganhou uma experiência única no assunto. Depois de tanto tempo, o país revela ao mundo uma po-tência para gerar esse recurso energé-tico de um modo muito competitivo, no qual não depende de nenhum auxílio mercadológico do governo como subsídios ou diminuição de impostos. Nos EUA a situação é inversa, a produção é mantida com o auxílio financeiro do governo, que quis resolver a questão energética na marra e em tempo recorde. É delicada porque o álcool americano é derivado da cultura do milho, o que afeta toda a economia agrícola daquele país e, por conseqüência, a do planeta. A metáfora utilizada por Lula para definir a questão da falta de alimentos no mundo por causa da produção de energia foi perfeita. Disse o Presidente que, assim como o colesterol, há o etanol bom (o brasileiro derivado da cana-de-açúcar) e o etanol ruim (derivado do milho). Por causa do etanol ruim a economia agrícola mundial perdeu o rumo e os alimentos subiram de preço em escala jamais vista. Assim, o mundo começou a entender a diferença entre os dois combustíveis e o tamanho da dianteira (vantagem competitiva) que o Brasil tem na geração do etanol. As vias de produção do combustível brasileiro geram um grande e cada vez maior volume de empregos, não compromete a produção de alimentos como acontece nos EUA, contribui de modo significativo para a redução da emissão de CO2 na atmosfera e pode ajudar outros países a se ajustarem ao protocolo de Kioto com a exportação, por exemplo, de eco-gasolina com 20% ou mais de álcool.

Petróleo
O anúncio da descoberta de reservas de petróleo abundante em vários pontos do Brasil revelou ao mundo uma nova superpotência energética também nesse assunto. O país poderá estar em breve entre os 4 maiores produtores do mundo e viver uma situação de êxtase energé-tico, mantendo uma produção gigantesca de combustíveis - petróleo e etanol - como nenhum outro país poderá realizar. Como sempre, existem no meio do caminho barreiras que precisam ser vencidas, e obter dinheiro para financiar a exploração desses novos campos é o que configura o maior problema. O Brasil precisa de 240 bilhões de dólares para investir na estrutura de produção do petróleo que foi encontrado. O país não tem esse dinheiro todo e, por isso, precisa de parceiros. O Presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, aposta na correta idéia de que a exploração deve ser viabilizada através de acordos entre governos e defende que o petróleo proveniente das novas explorações seja controlado pela União. Dessa maneira, o petróleo brasileiro poderia ser explorado com investimento de países como os EUA, e de blocos como a União Européia, que tanto estão sofrendo com a alta do petróleo, o que deixa o Brasil muito a vontade para fazer a melhor das negociações. Para se ter uma idéia dessa vantagem comercial, veja o caso dos chamados carros beberrões americanos, por exemplo, que ganharam descontos colossais em inúmeras concessionárias e não conseguem desocupar os pátios. Nos EUA, caminhonetes de luxo estão sendo ofertadas ao equivalente a R$ 27.000,00 e não há venda. Os consumidores agora querem carros menores e econômicos. A distância das casas onde boa parte da classe média americana reside está sendo encurtada e os imóveis perdendo o seu valor de acordo com a quilometragem percorrida para chegar ao centro das grandes cidades. Na Europa, as greves de vários setores produtivos, especialmente o de transporte, em inúmeras cidades, espalham a dimensão do alto custo do petróleo, inclusive nos preços dos alimentos. Nesse quadro, o recurso energético brasileiro, tanto o petróleo quanto o etanol, pode ser configurado como a solução mais rápida para a crise energética americana e européia pela própria comunidade internacional, o que dá ao Brasil o mando do jogo.
“A questão do petróleo vai além da Petrobras, é um problema mundial e para nós, não interessa a imensa reserva e sim, o resultado financeiro dela. O caminho é a exploração conjunta”, esclarece Luiz Imbroisi, da Gasol Combustíveis, pesquisador do assunto há décadas.

A lei brasileira não permite operações desse tipo e a ANP - Agência Nacional do Petróleo, através de seu presidente Haroldo Lima, rebate com todas as forças a possibilidade de o Brasil dividir a exploração e partilhar os ganhos. A atitude pode ser considerada um equívoco de grandes proporções porque é como se estivéssemos rasgando o bilhete premiado. Estamos cansados de ver e rever situações desse tipo em várias áreas da economia, contudo, esse é um assunto de extrema relevância e pode resolver financeiramente todos os problemas estruturais brasileiros com a injeção de um volume tão grande de dinheiro durante o investimento na prospecção e depois os ganhos na venda da produção que, de tanto transbordar, chegaria inevitavelmente ao bolso de cada cidadão. O ajuste na lei se mostra necessário e evitaria entraves para a exploração de tanta riqueza, o que depende exclusivamente de nós, brasileiros. Para muitos analistas, as divergências entre as idéias de posicionamento estratégico da Petrobras e da ANP devem ser resolvidas rapidamente, e a interferência da Presidência da República seria de bom tamanho para isso, visto que o dinheiro do investimento estrangeiro e do lucro das operações de exploração financiaria com sobras todos os programas sociais do governo em todas as escalas, por muitas e muitas décadas.

Agricultura

As últimas reuniões da ONU mantiveram em pauta um dos assuntos mais polêmicos da história da Organização: a falta de comida provocada pela produção de energia por meios agrícolas. Ao correr contra o possível colapso energético nos EUA, o governo americano jogou todas as suas fichas na produção do milho para dele extrair o etanol. O problema é que, ao subsidiar (gerar benefícios financeiros) volumosamente a produção do milho, muitas culturas como a soja, por exemplo, deixaram de ser produzidas. O produtor arregalou os olhos nos ganhos oferecidos pela Casa Branca e migrou para a produção de milho sem pensar duas vezes. Assim, várias cadeias produtivas foram prejudicadas, até por tabela, como a pecuária, por exemplo, que teve problemas com o preço da soja, alimento para o gado, que havia subido muito pela falta do produto. Isso afetou toda agricultura mundial e a alta dos preços acabou acontecendo de modo muito simples. Não tem soja, aumenta o preço da soja. Não tem comida para o gado porque não tem soja, aumenta o preço da carne. Não tem milho, aumenta o preço da ração. Não tem ração, aumenta o preço do frango e por aí vai. O governo brasileiro tratou de esclarecer ao mundo que o etanol daqui não tem nada a ver com a crise de comida porque não tirou um só pedaço de chão da produção de alimentos. Pelo contrário, a cultura de grãos continua crescente, assim como a de cana-de-açúcar. Ambas baterão recordes de produção, garantindo que as demandas internas sejam atendidas. Para o Brasil, o momento é de oportunidades imensas, pois a crise mundial de alimentos deverá durar no mínimo 4 anos. É a hora de mostrar ao mundo o que o país é capaz de produzir e exportar, ganhando muito dinheiro e acalmando a demanda mundial durante todo o período de falta. E ainda, o Brasil é o único país no mundo a ter estrutura física agrícola suficiente para gerar produção para o abastecimento global, o que nos deixa, de novo, em condições excepcionais de negociação.

Pecuária

De acordo com a pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Cepea da Universidade de São Paulo - USP, o Brasil cresceu a produção de gado e leite em 23,96% em 2007 comparada a de 2006. O grande aumento da produção acontece no momento em que os produtores estão podendo recuperar enormes perdas do passado quando em várias situações, o leite, por exemplo, foi mantido como produto de combate promocional em quase todos os supermercados do país, obrigando os envolvidos na sua comercialização a reduzirem muito as suas margens de lucro. A demanda mundial é o principal fator positivo para essa recuperação porque está revelando aos produtores o real valor dos produtos ligados à agropecuária. Gilman Viana, secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, destaca que a principal vantagem competitiva brasileira são os recursos hídricos que o país possui. Isso influi determinantemente na capacidade de produção agrícola e pecuária, dando condições de aumentar as exportações, atendendo à demanda internacional por um preço mais adequado aos custos de produção. E mais, o mundo sinaliza aberturas mais que especiais para a carne brasileira que deverá ter o seu ritmo de produção disparado até o fim de 2008. O motivo é simples: falta comida.

Amazônia
A Amazônia é o centro das atenções. Fora todos os problemas ecológicos e sócio-culturais, que há décadas acompanham a região, a Amazônia é o símbolo institucional da saúde do planeta. Saúde todo mun-do quer e, ecologicamente falando, só o Brasil poderá oferecer. Por isso, o alvoroço multinacional sobre a matéria (veja a seguir) é de tão grosso calibre que muitos falam até em internacionali-zação da área. De qualquer modo, a Amazônia é nossa e poderá ser de grande valor em negociações mundiais quando os assuntos forem créditos de carbono, biotecnologia e recursos naturais como minério, madeira e água. Riquezas em abundância que serão de grande valia quando o resto do mundo, por necessidade, formar uma fila para consumir. Mensurar o valor exato disso tudo é impossível agora, mas, detectar a enorme vantagem comercial que essa riqueza inquestionável poderá gerar não é difícil. O que é preciso saber é a hora certa de colocar as cartas na mesa e ganhar a rodada final, onde todas as fichas do mundo estarão na disputa.

sábado, julho 26, 2008

TRAVESTIDOS PARA JOGAR



MAIS DA METADE DOS JOGADORES DE “GAMES ON LINE” SE APRESENTAM TRAVESTIDOS AOS ADVERSÁRIOS

A pesquisa britânica realizada pela Universidade de Nottingham Trent revela uma curiosidade a respeito da mudança de personalidade de internautas durante as aventuras nos games on-line, muito comuns no mundo inteiro. Mais da metade deles trocam de sexo para jogar. A maioria são mulheres que se apresentam como homens porque consideram que isso lhes dará vantagem competitiva durante os desafios. Mas, os homens que aparecem vestidos de mulher, também usam o mesmo argumento para a troca de sexo, ou seja, os argumentos se neutralizam. A pesquisa revelou que há uma questão comportamental embutida nas escolhas e mostrou que 21% dos entrevistados assumiu que existe o objetivo de relacionamento social entre os participantes e a mudança de sexo teria relação direta com uma possível abertura para um contato mais íntimo. Um dos autores da pesquisa, Mark Griffiths, diz que “o modo de comunicação mais relaxado do mundo virtual foi visto por alguns internautas como mais agradável e satisfatório do que no mundo real”. O estudo descobriu que 68% dos participantes sentiam um efeito estimulante provocado pelo nível de interatividade com outros jogadores e a oportunidade de encontrar novos amigos on line. O co-autor da pesquisa, Zaheer Hussain, conta que "os entrevistados também jogavam para fugir de problemas pessoais ou para mudar o humor. Freqüentemente os jogos são vistos como uma forma de fuga, uma estratégia que os jogadores usam para fugirem dos problemas". A pesquisa enviou questionários para participantes que foram recrutados pela internet como voluntários. As idades variavam entre 18 e 69 anos, 83 eram homens e 32 eram mulheres, a maioria (73%) dos Estados Unidos. Os dados mostram que as relações com personagens de sexo trocado e a procura por um relacionamento dentro da internet não são uma exclusividade apenas de jovens. Adultos, inclusive da terceira idade, estão com dificuldades para interagir e recorrem a jogos on line e chats (conversa on line) para desenvolver um relacionamento.




A interatividade sob a plataforma da tecnologia

Os caminhos encontrados pela tecnologia para facilitar a interação e resolver todo tipo de assunto com pessoas que nunca foram vistas na vida, superaram todas as expectativas dos mais otimistas futurólogos que anunciavam as benesses do avanço há 20 anos. Hoje, a marinha francesa faz alistamento militar via Second Life – uma comunidade dentro da WEB que tem dezenas de milhões de habitantes, o mesmo acontece com a NASA para recrutar funcionários e, praticamente, todas as seleções de currículos de candidatos a empregos que usam recursos tecnológicos na atividade proposta têm a sua origem nos contatos feitos por meio eletrônico e não físico. A vida na internet se tornou tão séria que um adolescente holandês de 17 anos foi preso por roubar móveis virtuais no valor de 4 mil euros (cerca de R$ 10,6 mil), que foram comprados na comunidade Second Life com dinheiro real para o Haboo Hotel (virtual). Tudo isso é para clarear um pouco sobre o quanto esse novo mundo se tornou importante na vida de muitas pessoas que, sem perceberem, acabam por depender do ambiente eletrônico para se relacionarem e, especialmente, obterem felicidade. O MSM e o Orkut são exemplos que já podem ser considerados clássicos, e tirar essas ferramentas de adolescentes e adultos pode gerar uma enorme decepção seguida de depressão. O problema de tudo isso é que deixar a beleza da leitura real (física) de uma pessoa em segundo plano, pode nos fazer esquecer a importância do que quer dizer um aperto de mão, um abraço, um olhar e do prazer que é ouvir uma honesta e gostosa gargalhada.

sexta-feira, julho 25, 2008

IBIT LANÇA BIS COMO ALTERNATIVA VIÁVEL PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL


Com o objetivo de encontrar caminhos para tornar projetos sociais sustentáveis e rentáveis financeira e socialmente, estudos preliminares feitos pelo IBIT - Instituto Brasileiro de Inteligência Tecnológica - revelaram que existem meios de fomentar a geração de recursos com a criação de uma rede nacional de parceiros trabalhando em prol de ações sociais privadas. O desafio estava em criar uma mecânica geradora de renda que não viesse a onerar o empresariado já bem pressionado por impostos e pela própria concorrência do cotidiano. Os estudos práticos desenvolvidos e experimentados com sucesso em ações comerciais isoladas, motivados pela verificação de contínuas crises financeiras vividas por diversas instituições que muitas vezes viram-se obrigadas a abortar importantes projetos nas áreas de educação, tecnologia e saúde, entre outros, por falta de recursos, foi o principal motivo para o lançamento da Banca Brasileira de Investimento Social, a BIS. O objetivo é produzir renda e custear projetos sociais privados, autosustentáveis e de relevância para o país.

A criação da rede em prol da Banca

A primeira fase do projeto é identificar e fidelizar os parceiros da rede. Os parceiros são empresas privadas que tenham em sua locação PDVs - Pontos De Venda - que são os caixas de padarias, mercados, supermercados e lojas em geral. Para ingressar como parceiro BIS e utilizar o adesivo do projeto em seu estabelecimento, o empresário só precisa disponibilizar os seus PDVs. Formada a rede, o IBIT colocará em prática a experiência obtida em ações onde foi alcançado grande êxito na arrecadação de recursos. A campanha Sandália Solidária Abrace é o exemplo mais recente disso. Cinqüenta mil pares foram colocados à venda em 90 postos da Gasol Combustíveis, em Brasília, com o objetivo de gerar recursos para a construção do hospital para o tratamento do câncer infantil local, administrado pela aquela associação. A mecânica comercial utilizada, além da arrecadação fiscal, remunerou todos os envolvidos com a venda do produto e disponibilizou R$ 100.000,00 para a instituição. Outras empreitadas com o mesmo espírito e mecânica promocional também renderam um bom dinheiro para ações sociais. A meta da BIS na sua primeira fase de trabalho é obter 50.000 PDVs disponíveis até o final de 2009 e multiplicar o potencial de venda das parcerias feitas até agora.



A geração de recursos
Vários produtos com fortes apelos promocionais e sociais já foram desenvolvidos pelo IBIT e podem ser lançados à venda. Um exemplo disso é a EcoBagPet - sacola feita com tecido 100% PET (www.ecobagpet.com). O material é de incrível resistência, lavável e está muito mais para tecido do que para plástico. Para a confecção do produto, são remuneradas as pessoas ligadas ao recolhimento das garrafas PET em lixões e rios, a equipe que separa, limpa e prensa o material, a que faz a tecelagem, a que costura, a que faz a impressão, os PDVs e o projeto final, motivo pelo qual foi desenvolvida a ação. Empresas de petróleo e telefonia já se disponibilizaram a participar do lançamento do produto. No caso da Claro, foi oferecido um celular gratuito (dentro dos planos da empresa) na compra de cada sacola. Outro produto de incrível potencial é o Pronto Socorro Digital servido dentro de um Pen Drive e um livreto de consultas rápidas. O software ilustrado, produzido com a orientação de profissionais das áreas de emergências e bombeiros do DF, mostra as ações que devem ser feitas enquanto a ambulância não chega para o tratamento de queimaduras, infarto e fraturas, entre outras lesões. Para a venda do produto PDVs de farmácias se fazem bastante úteis. Em desenvolvimento estão os produtos da linha onde personagens infantis serão explorados. Um deles é o Bomberine, um super-herói que não tem super-poderes e o Xerifluor, um detonador de bactérias bucais desenvolvido pelo Instituto Odontológico Rita Trindade, um dos mais bem conceituados do Brasil. Nada disso está no mercado ainda e a formação da rede para colocar em prática a BIS se faz necessária antes de qualquer empreitada mais audaciosa.


A aplicação dos recursos

O dinheiro da arrecadação será investido em projetos que possam ter a sua continuidade garantida por meio da autosustentação. Ou seja, o projeto gera recursos suficientes para se manter vivo e remunerar todos os seus colaboradores. Na área da educação, a construção do “AutoLabs” - Laboratórios de Autopesquisa e Autodidatismo - é um dos mais promissores. O conceito desenvolvido é muito simples: já que a formação de pessoas de sucesso tem em sua bagagem uma grande quantidade de autodidatismo, a solução para a educação seria ensinar a pessoa, desde nova, a gostar de estudar e aplicar o seu conhecimento no dia-a-dia. O caminho se apresenta como uma alternativa confiável para promover mudanças de rumo no ensino brasileiro, pois há mais de 50 anos sabe-se que a educação no Brasil é fraca e não houve nenhum investimento voltado para a construção de uma escola que o aluno fizesse questão de freqüentar. A promoção do “faça por si” aplicada no projeto AutoLabs pode criar uma geração de pessoas que entendem o valor do conhecimento e venham gerar riqueza com ele. Outro protótipo ambicioso é a fábrica modelo de decomposição de materiais chamada de Petróleo Verde. Desenvolvido pela Inove, empresa parceira do IBIT situada no Vale do Silício, na Califórnia americana, o projeto contempla a decomposição de materiais compostos e reapresentação dos mesmos na sua forma original por meio de uma tecnologia denominada Vortex, com a separação por densidade. O lixo é a matéria prima da fábrica, especialmente os pneus usados que podem render óleo (origem do nome da fábrica), aço, alumínio e polímeros, entre outros materiais de grande valor. A fábrica de tecidos PET, a TecPET, também está em pauta para ser viabilizada com a cooperativa de catadores de lixo 100 Dimensão, localizada no Riacho Fundo II, região carente do DF. Só nessa pequena ninhada de projetos, o IBIT estima um investimento de 124 milhões de reais. Outros estão em fase avançada de desenvolvimento e instituições como o Sebrae, que auxilia na composição do Ecocrédito - que remunera o trabalho em prol da conservação do meio-ambiente, e empresas como a Gasol, que investiu na construção e reforma de dezenas de Bibliotecas em Brasília, podem dar a dimensão do que o trabalho privado em conjunto pode gerar.



DISPONIBILIZE SEUS PDVs

Empresário lojista, para fazer parte da rede de PDVs (Pontos De Venda) BIS, basta mandar um e-mail para euquerobis@gmail.com, contendo os dados cadastrais básicos da empresa (CNPJ, Insc., End. Fones, e-mail e site), o número de caixas que poderão ser utilizados, o número de funcionários, o número de clientes que giram por mês por terminal e aguardar a certificação como parceiro BIS/IBIT. Não é preciso doar nada, apenas disponibilizar o caixa para as nossas ações. Para conhecer mais sobre a Banca visite: www.euquerobis.com.

quinta-feira, julho 24, 2008

JUSTIÇA - ABSTENÇÃO, CULPA E MORTE


A matéria sobre o sistema prisional brasileiro feita pelo Jornal da Globo, exibida em 27 de maio/08, mostrou que mais de 70% das pessoas que estão presas - mais de 250 mil - não foram julgadas e, por motivos genéricos, são mantidas nas prisões sem que lhes sejam apresentados sequer um Defensor Público. Em um dos casos, um pai de família passou 6 anos na prisão por ter se envolvido numa briga na qual foi acusado de tentativa de homicídio (situação que poderia ter provocado morte). Se fosse condenado à pena máxima caso houvesse um julgamento, em 1 ano estaria em regime semi-aberto, muito menos tempo do que foi submetido, única e exclusivamente, pela falta da justiça. Em outra ponta, durante uma discussão de trânsito, o condutor de um dos veículos pega uma arma e mata o outro, Alexandre Andrade Reyes, de 18 anos, que morreu pelas costas com um tiro na nuca. Após o período do flagrante, o assassino, que já estava sendo procurado, se apresenta na delegacia com um advogado, confessa o crime e depois é liberado para sair pela porta da frente como se nada tivesse acontecido. O caso chocante aconteceu em São Paulo, no dia 24 de maio/08, e revela a gigantesca distância entre a justiça que praticamos e a justiça no sentido real da palavra. Como acentua insistentemente o repórter/apresentador da Band, Datena, em seu programa diário, a culpa é dos nossos vergonhosos deputados que fazem leis que beneficiam assassinos e tornam a vida das pessoas de bem cada vez mais difícil e penosa, sendo que a justiça só estaria cumprindo o que eles determinam. Bem, no final das contas, a justiça não é feita.

O estado e seus investimentos

Um preso custa, por mês, ao país R$ 1.600,00. É um valor que a maioria dos trabalhadores brasileiros não consegue obter com o trabalho honesto. É um número que revela um imenso equívoco de valores institucionais - o alto custo para manter um preso em reclusão, cujas chances de recuperação social estão abaixo de 2%, versus o investimento praticamente nulo do Estado em um cidadão que trabalha, se esforça para progredir profissionalmente e gerar riqueza ao país, além dos impostos sempre mais pesados para classes mais baixas. Em alguns casos, presos com alto índice de periculosidade chegam a custar R$ 4.000,00 por mês para o País. Esse confronto entre tipos de cidadãos e as riquezas do Estado destinadas a cada um, revela o nível da justiça social (ou a falta dela) na qual estamos inseridos.

Estacionamento para cavalos

Ao exibir uma exuberante mansão, no interior de São Paulo, que serve como estacionamento de cavalos da filha, Marcos Valério, aquele do Valerioduto, que alimentava com verdadeiras fortunas os partidários do Presidente da República "sem que ele soubesse de nada", é possível verificar a extensão do mistério que faz com que a justiça brasileira não seja realmente justa. Hoje, se possível fosse, poderíamos condenar a entidade sem medo de errar, o que seria muito justo. Os arquivos da mídia contabilizam centenas de casos de corrupção envolvendo parlamentares de todos os estados, diga-se de passagem, os mais bem pagos do planeta... Ops! Será que os ganhos de um deputado têm a ver com a rendição da justiça? Tire as suas conclusões. Por que algum juiz, promotor, procurador ou qualquer outro "or", iria se arriscar e, também, a própria categoria, em ações que pudessem causar problemas a alguma autoridade do Congresso Nacional ou Ministérios, ou a qualquer pessoa que tivesse papel fundamental para articulações em favor do aumento dos vencimentos, sempre muito generosos, que todo ano estão em pauta na Câmara e no Senado brasileiro? Os poucos que se metem a criar caso são logo repreendidos, seja por meio de uma boa desmoralização pública em algum veículo de comunicação ou por procedimentos administrativos advindos das próprias instituições.

Abstenção e desinteresse

Num Fórum de Responsabilidade Social realizado no dia 8 de agosto/07, dentro do auditório do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, em Brasília, onde a discussão estava focada na melhoria da condição e da justiça social das pessoas que têm como representantes da defesa dos direito básicos do cidadão justamente os Promotores de Justiça, principais componentes da instituição, além da falta deles não havia sequer um representante de qualquer uma das 27 promotorias lotadas no DF, para acompanhar os trabalhos realizados no Fórum, um flagrante de abstenção e desinteresse nas questões que afligem a sociedade, principalmente, as que têm referências à Responsabilidade Social, tão necessária na vida do país nos dias de hoje.




Os mecanismos do suicídio

A morte da justiça foi produzida por inúmeros venenos homeopáticos aplicados na sociedade em forma de leis aprovadas no Congresso Nacional e ações promovidas por portarias das agências controladoras nacionais e órgãos públicos estaduais. É justo que um cientista médico crie uma mecânica cirúrgica e não possa registrar o seu método? Para o Congresso que redigiu a Lei nº 9.279 de 1996, nenhum brasileiro pode fazer esse tipo de proteção. Entre muitas outras votações de significante infelicidade, esta é uma das mais prejudiciais à inteligência brasileira por orientar que todas as grandes idéias que temos, se não puderem ser materializadas, não sejam registradas. E assim, se tivéssemos criado o Google, por exemplo, não poderíamos tê-lo registrado e nem ganharíamos dinheiro a criação. Essa é uma das razões que não permitem que a genialidade do Brasil aflore e por isso, toda vez que consumimos um produto, temos que pagar pela sua inteligência ao país de origem. É assim com o celular, a televisão, o ar condicionado, o carro, o computador, o pen drive, o lápis e até a lâmina de barbear entre a grande maioria dos produtos que consumimos. Experimente tomar um picolé Chicabom e veja de onde vem a inteligência de quem o produz. Provavelmente será da mesma companhia estrangeira que faz o seu shampoo, o seu sabão em pó, o seu desodorante, a sua pasta de dente, o seu catchup e, também, a sua maionese, além de uma infinidade de outros produtos que a marca mantém em praticamente todos os pontos comerciais brasileiros.

A inteligência sem defesa

Boa parte dos cientistas que desenvolveram os projetos de ciência e tecnologia mais avançados do mundo é brasileira. Mas são profissionais que não puderam realizar seus sonhos na terra natal porque foram naturalmente jubilados pelo próprio país. Entre os motivos, estão a falta de dinheiro para as pesquisas e desenvolvimento dos métodos e, também, a inexistência de mecânicas de proteção e de registros de modelos tecnologicamente avançados de inteligência. Através do IBIT - Instituto Brasileiro de Inteligência Tecnológica - foi feito um grande número de consultas a advogados sobre a formulação de meios jurídicos que possam preservar a criação brasileira e todos eles deram um parecer desfavorável à questão. A Lei nº 9.279 é muito clara e não permite esse tipo de proteção. Certamente você deve estar se perguntando porque não podemos nos proteger e ganhar dinheiro com as nossas idéias. Isso, só os Congressistas e Juristas poderão responder. Os motivos devem ser muito fortes e, também, cabeludos. O IBIT está implantando o programa "Criado no Brasil" que objetiva tratar da proteção da inteligência brasileira por meio de ferramentas cartoriais e processos internacionais. Saiba mais no site http://www.criadonobrasil.com/.

Reflexão

Antes de fazer direito em busca de aprovação num concurso público para a magistratura, é importante aprofundar o estudo reflexivo sobre a razão primária da justiça e o quanto estamos distantes dela. Há mais de 300 a.C. tivemos os traçados da Justiça muito bem elaborados por figuras notáveis da nossa história, o que nos deu um bom tempo para aprimorar os conceitos da matéria. Contudo, hoje, por conta da pobreza educacional e dos vícios sociais e jurídicos, pouco conseguimos discernir sobre o que realmente é justo e deva ser aplicado. E, por isso, nos tornamos mestres em servir a sociedade de injustiças e impunidade que beiram o limite da cara de pau e, porque não dizer, da crueldade.

BOX - Inaugurada Justiça Aberta (fonte: Conselho Nacional de Justiça)

Qualquer cidadão terá acesso aos dados estatísticos do Judiciário e poderá conhecer os números da Justiça Brasileira a partir do Sistema Justiça Aberta. O programa foi lançado no dia 24 de Junho/08 pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes, o mesmo que liberou o banqueiro Daniel Dantas da cadeia. A proposta é, além de melhorar o desempenho da Justiça, o Sistema possibilitar que o trabalho do Judiciário seja acompanhado de perto pela sociedade. Os números vão revelar dados da atividade dos magistrados e permitirão que se saiba, com maior precisão, a média de tempo de julgamento de cada um dos tribunais do país, dado que até então não existia. O Sistema disponibilizará informações de três diferentes áreas: judicial, extrajudi-cial e população carcerária. Com um simples click, no endereço http://www.cnj.gov.br, a pessoa terá informações detalhadas de uma Vara de um Tribunal. Por exemplo, o número de audiências realizadas, quantidade de processos arquivados e concluídos, número de funcionários, informações geográficas como a localização da Vara, com endereço, telefone e endereço eletrônico, além de dados do juiz titular. Esse mesmo tipo de informação relacionada a 12.152 cartórios também estará disponível. Esses já envia-ram dados à Corregedoria Nacional do CNJ, responsável pelo Sistema, que até agora já cadastrou 13.577 cartórios, 89,57% do total. O mesmo poderá ser feito com os 6.201 órgãos dos Tribunais de Justiça que enviaram dados, dos 9.047 cadastrados, correspondendo a 68,54% do total do Sistema.

quarta-feira, julho 23, 2008

A AMAZÔNIA EM XEQUE


Há cerca de 6 anos já era anunciado em muitos impressos didáticos americanos (6ª série), um mapa do Brasil onde as regiões da Amazônia e do Pantanal seriam áreas de domínio internacional. A notícia, rapidamente desmentida, pegou muita gente de surpresa, inclusive jornais de grande circulação como O Globo e o Estadão. No dia 21/04/08, a Agência Serra de notícias (Rac Vale - Rede Associada de Comunicação) anunciou que a mesma publicação estaria de volta ao mesmo tempo em que o mundo pressiona o Brasil por uma atitude mais coerente com o pronto discurso governamental relativo à preservação da floresta feita pelo Estado brasileiro.

A investida estrangeira

Na prática, extra-oficialmente, a imigração estrangeira vem ocorrendo por conta da verificação de um volume considerável de empresas e instituições de todas as espécies estarem investindo volumosos recursos na compra de terras nessas regiões e em pesquisas avançadas de biotecnologia. Um exemplo dessa movimentação é o acordo entre o Banco da Amazônia e a Agência Francesa do Desenvolvimento firmado em setembro de 2007, em Paris, onde foi assinado um protocolo de intenções para a realização de projetos econômicos e ambientais na Amazônia. Essa verificação, traduzida em alardes generalizados por todos os cantos do país, forçou até a manifestação de Presidente Lula sobre o assunto - ocasião na qual defendeu a soberania das terras com a força de sua convincente palavra. Ao Brasil, o que é revelado se trata de uma disputa de áreas. Para a maior parte das organizações internacionais envolvidas com a integridade da Amazônia, o problema é relativo à capacidade do Brasil tomar conta da região. Os países que destruíram a sua natureza e agora querem se meter no domínio das nossas fronteiras têm um propósito unificado, o de preservar um ambiente natural cujo todos os habitantes precisam e vão precisar cada vez mais para viver. A Amazônia é vital para a saúde mundial e aos olhos da sociedade internacional, o Brasil é uma espécie de fumante que insiste em continuar fumando. Vendo a morte chegar, muitas instituições defendem a interdição da região e estão criando mecânicas sofisticadas para proteger a Amazônia sem depender do apoio do governo brasileiro. O caso é que para essas instituições isso virou uma necessidade e não se trata mais de um radicalismo comportamental, é a vida que está em jogo. Para ilustrar, é como se o fumante recebesse a notícia de seu médico - se não parar de fumar você vai morrer, e no dia seguinte a primeira coisa que faz é acender um cigarro.

Momento preocupante

Em dezembro de 2007, a organização não governamental WWF anunciou que mais da metade da Amazônia estará destruída antes de 2030. E não é um estudo qualquer, a pesquisa foi realizada por um grupo de cientistas do Woods Hole Research Center, dos Estados Unidos, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e da Universidade Federal de Minas Gerais, e indica que as previsões catastróficas esperadas para o fim do século podem estar mais próximas do que se imaginava. Segundo o cientista americano Daniel Nepstad, que coordenou a pesquisa e trabalha na Amazônia há mais de 20 anos, a Floresta vive hoje o cenário mais pessimista de sua história.

Não vejo, não ouço, não falo

Enquanto isso, a saída de Marina Silva do Ministério do Meio ambiente mostra que a política brasileira ainda é muito mais importante do que o desespero mundial com relação à Amazônia. Não bastam os apelos para a proteção da floresta feitos por milhares de organizações multinacionais, entre elas o Greenpeace, o Instituto Centro de Vida, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o The Nature Conservancy, a Conservação Internacional, os Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, o Imazon, a WWF e a mais poderosa de todas, a ONU, a verdade é que raros entre nós estão realmente preocupados com isso e o discurso “A Amazônia é Nossa” estampado em revistas com enorme circulação nacional não reflete o zelo do país pela natureza. O que verificamos todos os dias é a destruição no norte do Brasil, situação que a população, de modo geral colabora por apresentar um comportamento indiferente aos acontecimentos e se posicionar totalmente fora do problema.

Ponto de vista

É correta a afirmação estrangeira de que nos mostramos incapazes de controlar na Amazônia os inúmeros problemas relativos à agricultura, à pecuária, ao fogo, à atividade madeireira legal e ilegal, que todos os anos se apresentam muito maiores do que no ano anterior, num vicioso ritmo de crescimento da atividade econômica em detrimento do único ambiente natural capaz de retardar o planeta de um desastre ecológico anunciado e cada vez mais próximo. E é justa a preocupação de quem estuda o problema a fundo e se descabela com as probabilidades catastróficas que as conseqüências do estrago imposto à floresta pode causar. "Lula adverte ao mundo desenvolvido que 'a Amazônia tem dono'", titula o correspondente do jornal no Brasil, fazendo o que o diário espanhol qualificou de um duro discurso contra os que dão "lições de conservação". A Amazônia é nossa sim, mas, antes disso, ela é do planeta. Isso é óbvio! Os erros cometidos pelos países desenvolvidos com relação ao bem natural que destruíram no passado, não podem e não devem servir de desculpas para que o Brasil coloque o mundo e a si mesmo em risco sob o discurso da necessidade obrigatória do desenvolvimento econômico. O verdadeiro desenvolvimento se dá, antes de qualquer coisa, com educação. Como dito, há mais de 50 anos sabemos que somos um desastre neste quesito e “NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS” nós sentamos para resolver esse problema e criar uma escola que realmente ensine alguma coisa produtiva aos nossos cidadãos que, se quiserem aprender, terão que se virar sozinhos, e muitas vezes, fora do Brasil. Você nunca reparou que o nosso mumificado modelo de educação é o mesmo há décadas e o que fazemos é alimentá-lo todos os dias? Vamos agir da mesma forma com a Amazônia? Você ainda é um bicho e vai precisar de água, ar, vegetais e temperatura compatível para viver. Mexa-se!

terça-feira, julho 22, 2008

RAPIDINHAS CULTURAIS

Assista Leonardo DiCaprio em A Última Hora


O documentário “A Última Hora, produzido e narrado por Leonardo DiCaprio, descreve aquele último momento em que ainda podemos mudar. O filme explora o modo como a humanidade chegou até aqui: como vivemos, o impacto que provocamos sobre o ecossistema e o que podemos fazer para mudar este quadro. Diálogos com especialistas de todo o mundo em projetos de sustentabilidade mostram as soluções para preservar o planeta e o que cada um de nós já pode fazer para colaborar. Nas locadoras não é muito fácil de encontrar o documentário, porém, em lojas como a Fnac e a Cultura é possível encontrar o produto por R$ 39,90.

Cientistas australianos dizem que maconha reduz o tamanho do cérebro




Um estudo conduzido por Murat Yücel, da Universidade de Melbourne, na Austrália, publicado no Archives of General Psychiatry, revelou que imagens obtidas por ressonância magnética para mapear o cérebro de pessoas que haviam admitido fumar mais de cinco cigarros de maconha por dia por um período de pelo menos dez anos, comparadas às imagens com as dos cérebros de pessoas que nunca usaram a droga, sugeriram que o uso diário em excesso pode ser tóxico ao tecido do cérebro humano. Os que fumavam maconha regularmente tinham um hipocampo, parte do cérebro ligada à emoção e à memória, 12% menor do que o normal. Os usuários de maconha tiveram, também, um pior desempenho em testes de memória verbal e mais propensão a sintomas leves de doenças psiquiátricas como esquizofrenia.

Sexo sem tabu na Espanha gera grande reclamação de católicos


Um material sobre a sexualidade foi lançado pelo governo espanhol e tem como objetivo esclarecer adolescentes sobre DSTs - doenças sexualmente transmissíveis - e as curiosidades mais comuns dos jovens. O tumulto foi causado por um folheto sobre o tema que, segundo religiosos católicos, não deveria ser entregue para orientar menores sem autorização dos pais. O protesto veio, inclusive, por meio da assessora de comunicação da Associação Européia de Pais, Remédios Falaguera. O Governo rebateu rapidamente e esclareceu sobre as medidas que tomou para levar informação aos jovens espanhóis. Mais de 400 mil manuais foram distribuídos nas escolas catalãs e o material dedicado às crianças de 10 e 11 anos é diferente do preparado para os adolescentes de 12 a 16 anos. Uma nota de imprensa assinada pelo diretor-geral do Departamento de Saúde Pública, Antoni Plasènsia, pontua que nenhuma informação ali é nova para eles e que abordar, assuntos como a definição da masturbação para crianças de 10 e 11 anos, é tratar o acontecimento como uma coisa natural, uma forma de conhecer o corpo e ter novas sensações sem maiores dramas. O manual também retrata a vivência de um casal de adolescentes que pretende iniciar sua vida sexual. Ao informar sobre os detalhes da experiência, deixa uma recomendação: "Viva de acordo com seus gostos e preferências, explore seu corpo, tocando-se e tendo prazer”. Os manuais de 24 páginas para estudantes de 10 e 11 anos e de 32 páginas para os de 12 a 16, abordam, com ilustrações e linguagem simples, vários aspectos da sexualidade, desde as mudanças no corpo até a homossexualidade. Contudo, as colocações, apesar de serem necessárias para o bom desenvolvimento sexual dos adolescentes, não convenceram os pais religiosos apreensivos com o considerável volume de informações, sem muitas reservas, disponibilizadas aos adolescentes.

segunda-feira, julho 21, 2008

VOLTA CICLÍSTICA. CBC E GASOL ORGANIZAM UMA DAS MELHORES PROVAS DO PAÍS


No dia 20 de Julho, em comemoração ao 50º aniversário da Gasol, empresa do ramo de revenda de combustíveis nascida em Brasília, foi realizada uma das melhores provas de ciclismo do Brasil, a Volta Ciclística dos 50 anos da Gasol. A competição, organizada pela Confederação Brasileira de Ciclismo e válida para o Ranking Nacional, contou com a participação de mais de 300 atletas, incluindo equipes do mais alto nível do país. A prova foi dividida em duas partes com duas largadas e duas chegadas. A soma da pontuação entre os dois trechos é que determinou a vitória de Diego Ares da equipe Memorial/Vzan/Oakley/Giant de São Paulo. O atleta disse que a competição foi uma das mais bem organizadas que ele já participou e que o circuito, apesar de muito duro, é excelente.



Os trechos

A saída foi do posto da QL 02, no Lago Sul de Brasília às 10 da manhã, e a chegada da primeira etapa foi no tradicional posto Colorado, no caminho para Sobradinho/DF. Os participantes correram todo o Lago Sul até o posto policial perto da Ermida Dom Bosco, voltaram até a ponte JK, seguiram pela avenida das nações (norte) até a ponte do Bragueto, e depois partiram rumo ao Colorado numa interminável e desgastante subida. No local, os atletas foram recebidos por uma grande platéia, mesa de frutas, pizzas, sanduíches e muito Gatorade, um dos patrocinadores da competição. Uma hora depois, revitalizados, os participantes largaram para uma nova e longa jornada. A segunda fase da prova aconteceu ao longo do Paranoá, das mansões do Lago Norte, dos eixinhos norte e sul de Brasília, o balão do aeroporto até o contorno para a chegada no posto Gasol da QL 02 no Lago Sul. A aventura foi grande e o desgaste também. Os atletas chegaram ao final da prova muito cansados, mas, ao mesmo tempo, felizes.



Premiação compensadora

A competição distribuiu mais de R$ 18.000,00 em prêmios para cinco categorias presentes e o destaque, além dos Master que chegaram muito bem, foi para a atleta da A Tribuna / Unilus /Specialized de São Paulo, Loraine Tibursky, que já havia participado de uma corrida no dia anterior e, mesmo assim, arrumou forças para vencer a categoria Elite feminina da prova. A competição distribuiu mais de R$ 18.000,00 em prêmios para cinco categorias presentes e o destaque, além dos Master que chegaram muito bem, foi para a atleta da A Tribuna / Unilus /Specialized de São Paulo, Loraine Tibursky, que já havia participado de uma corrida no dia anterior e, mesmo assim, arrumou forças para vencer a categoria Elite feminina da prova.



Patrocinadores satisfeitos

A Gasol, maior patrocinadora do evento, teve como companhia na empreitada esportiva a BR Distribuidora, a Texaco, a Ambev, a 100% Gelo, a Indaiá, a Carvão WN Brasília, a Gatorade e o IDA Instituto do Atleta. Todos os representantes estavam lá e puderam presenciar o sucesso atingido. Uma grande platéia nas duas largadas e chegadas, muitos curiosos seguindo os atletas pelas ruas, muita gente bonita e animada, música, a cobertura da Mix FM, TV Brasília (programa Brasília na TV), Rede Record, Jornal de Brasília, muitas fotos e o retorno de mídia certamente atingido. Por tudo isso, os organizadores já pensam em uma nova edição da competição, com premiações maiores, bons patrocinadores e, talvez, a transmissão ao vivo, já cogitada informalmente pelos bastidores do evento. Agora é torcer pelo repeteco e a permanência por muitos anos dessa grande competição.

domingo, julho 20, 2008

ROBO4 PODE LIVRAR MILHÕES DE PESSOAS DA CEGUEIRA

O nome parece sair de um filme de ficção científica, mas o que Robo4 é capaz de fazer também parece mentira. Um dos maiores problemas da atualidade é a cegueira por degeneração macular, doença relacionada à idade e à retinopatia diabética. Robo4 é uma proteína encontrada em células do sangue, e um estudo publicado pela revista "Nature Medicine" indica que ela pode interromper e até mesmo regenerar casos graves de cegueira . Cientistas da Universidade de Utah, em Salt Lake City (EUA), simularam a ação da Robo4 em ratinhos e os resultados promissores já levaram a tecnologia do novo fármaco, desenvolvida com a ajuda da organização de caridade Fight for Sight, a ser negociada com a companhia biofarmacêutica PhiloGene Inc para comercialização. Esse auê sobre a pesquisa realizada por Dean Li, professor que coordenou os estudos, indica que, apesar dos testes com a Robo4 continuarem até 2009, há uma descoberta real para a cura da doença. O cientista afirma que muitas doenças devem-se a lesões e inflamações que desestabilizam os vasos sanguíneos e provocam um gotejamento que afeta os tecidos adjacentes. Segundo Li, os estudos revelaram que foi encontrada "uma via natural para contra-atacar por meio da proteína Robo4, e estabilizar os vasos sanguíneos". A descoberta poderá ter implicações de sucesso em outras doenças, como a síndrome respiratória aguda (SRA), que também consiste numa desestabilização dos vasos sanguíneos e conseqüente gotejamento de sangue que chega aos pulmões.

Entenda a degeneração macular (fonte: Alcon Laboratórios do Brasil)
Quando os raios ultravioletas (UV) interagem com o oxigênio, radicais livres - moléculas com pares desequilibrados de elétrons - são gerados. Estes radicais livres podem danificar as células da mácula nos olhos, causando a formação de toxinas ("drusas") e, algumas vezes, o crescimento de finos vasos sanguíneos sob a mácula. A mácula é a porção central da retina, responsável pela visão detalhada e central. É esta parte do olho que é afetada pela Degeneração Macular que na maioria dos casos é relacionada à idade. Há dois tipos de degeneração: o tipo "seco" (atrófica) e o tipo "úmido" (cistóide). A maioria dos casos - 85% a 90% - é do tipo seco. A DM seca é caracterizada pela formação de pequenos depósitos amarelados sob a mácula. Estes depósitos são chamados de "drusas" e podem fazer com que a mácula fique mais fina e completamente ressecada. Às vezes, a DM seca se transforma em úmida conforme novos vasos sanguíneos anormais são formados sob a mácula. Esses vasos sanguíneos incham, rompem e formam tecidos de cicatrização que danificam a visão, embaçando os raios de luz e as cores antes que possam atingir a mácula. Depois da catarata, a Degeneração Macular é a principal causa de cegueira nos indivíduos com mais de 50 anos. No mundo, são mais de 50 milhões de pessoas com a doença e 18 mil são menores de 14 anos. A DM pode afetar um ou os dois olhos. Primeiramente, a visão central se torna bloqueada por um ponto negro, mas este ponto depois se transforma em uma lacuna que é branca ou cinza. Este dano à visão central é permanente, mas a visão lateral ("periférica") raramente é afetada. Na forma seca de degeneração, a perda de visão central é gradual; sua extensão está relacionada com a localização e quantidade de afinamento macular causado pelos depósitos amarelados. As pessoas com DM úmida têm uma perda de visão mais rápida (semanas ou meses) por causa do rompimento de vasos ou sangramento sob a mácula.



Como prevenir a doença

Ingerir uma dieta pobre em gorduras, rica em vegetais e folhas verdes, tais como espinafre e couve, a proteção dos olhos contra os raios ultravioletas usando lentes claras ou óculos de sol com proteção UV, fazer exercícios regularmente e parar ou nunca começar a fumar podem ajudar muito na prevenção da Degeneração Macular. Componentes antioxidantes, tais como as vitaminas C, E e A, e minerais como selênio, zinco, manganês e cobre colaboram com as células da mácula no combate aos danos causados pelos radicais livres. Conforme envelhecemos, nossos organismos perdem estes mecanismos de defesa natural. Muitos oftalmologistas estão receitando aos seus pacientes suplementos alimentares com antioxidantes ricos em vitaminas e minerais como precaução. Praticamente não existe tratamento para a degeneração macular. Contudo, quando ocorre o crescimento de novos vasos sanguíneos na mácula ou ao seu redor, a fotocoagulação com laser pode destruí-los antes que eles causem maiores danos.