Há cerca de 6 anos já era anunciado em muitos impressos didáticos americanos (6ª série), um mapa do Brasil onde as regiões da Amazônia e do Pantanal seriam áreas de domínio internacional. A notícia, rapidamente desmentida, pegou muita gente de surpresa, inclusive jornais de grande circulação como O Globo e o Estadão. No dia 21/04/08, a Agência Serra de notícias (Rac Vale - Rede Associada de Comunicação) anunciou que a mesma publicação estaria de volta ao mesmo tempo em que o mundo pressiona o Brasil por uma atitude mais coerente com o pronto discurso governamental relativo à preservação da floresta feita pelo Estado brasileiro.
A investida estrangeira
Na prática, extra-oficialmente, a imigração estrangeira vem ocorrendo por conta da verificação de um volume considerável de empresas e instituições de todas as espécies estarem investindo volumosos recursos na compra de terras nessas regiões e em pesquisas avançadas de biotecnologia. Um exemplo dessa movimentação é o acordo entre o Banco da Amazônia e a Agência Francesa do Desenvolvimento firmado em setembro de 2007, em Paris, onde foi assinado um protocolo de intenções para a realização de projetos econômicos e ambientais na Amazônia. Essa verificação, traduzida em alardes generalizados por todos os cantos do país, forçou até a manifestação de Presidente Lula sobre o assunto - ocasião na qual defendeu a soberania das terras com a força de sua convincente palavra. Ao Brasil, o que é revelado se trata de uma disputa de áreas. Para a maior parte das organizações internacionais envolvidas com a integridade da Amazônia, o problema é relativo à capacidade do Brasil tomar conta da região. Os países que destruíram a sua natureza e agora querem se meter no domínio das nossas fronteiras têm um propósito unificado, o de preservar um ambiente natural cujo todos os habitantes precisam e vão precisar cada vez mais para viver. A Amazônia é vital para a saúde mundial e aos olhos da sociedade internacional, o Brasil é uma espécie de fumante que insiste em continuar fumando. Vendo a morte chegar, muitas instituições defendem a interdição da região e estão criando mecânicas sofisticadas para proteger a Amazônia sem depender do apoio do governo brasileiro. O caso é que para essas instituições isso virou uma necessidade e não se trata mais de um radicalismo comportamental, é a vida que está em jogo. Para ilustrar, é como se o fumante recebesse a notícia de seu médico - se não parar de fumar você vai morrer, e no dia seguinte a primeira coisa que faz é acender um cigarro.
Momento preocupante
Em dezembro de 2007, a organização não governamental WWF anunciou que mais da metade da Amazônia estará destruída antes de 2030. E não é um estudo qualquer, a pesquisa foi realizada por um grupo de cientistas do Woods Hole Research Center, dos Estados Unidos, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e da Universidade Federal de Minas Gerais, e indica que as previsões catastróficas esperadas para o fim do século podem estar mais próximas do que se imaginava. Segundo o cientista americano Daniel Nepstad, que coordenou a pesquisa e trabalha na Amazônia há mais de 20 anos, a Floresta vive hoje o cenário mais pessimista de sua história.
Não vejo, não ouço, não falo
Enquanto isso, a saída de Marina Silva do Ministério do Meio ambiente mostra que a política brasileira ainda é muito mais importante do que o desespero mundial com relação à Amazônia. Não bastam os apelos para a proteção da floresta feitos por milhares de organizações multinacionais, entre elas o Greenpeace, o Instituto Centro de Vida, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o The Nature Conservancy, a Conservação Internacional, os Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, o Imazon, a WWF e a mais poderosa de todas, a ONU, a verdade é que raros entre nós estão realmente preocupados com isso e o discurso “A Amazônia é Nossa” estampado em revistas com enorme circulação nacional não reflete o zelo do país pela natureza. O que verificamos todos os dias é a destruição no norte do Brasil, situação que a população, de modo geral colabora por apresentar um comportamento indiferente aos acontecimentos e se posicionar totalmente fora do problema.
Ponto de vista
É correta a afirmação estrangeira de que nos mostramos incapazes de controlar na Amazônia os inúmeros problemas relativos à agricultura, à pecuária, ao fogo, à atividade madeireira legal e ilegal, que todos os anos se apresentam muito maiores do que no ano anterior, num vicioso ritmo de crescimento da atividade econômica em detrimento do único ambiente natural capaz de retardar o planeta de um desastre ecológico anunciado e cada vez mais próximo. E é justa a preocupação de quem estuda o problema a fundo e se descabela com as probabilidades catastróficas que as conseqüências do estrago imposto à floresta pode causar. "Lula adverte ao mundo desenvolvido que 'a Amazônia tem dono'", titula o correspondente do jornal no Brasil, fazendo o que o diário espanhol qualificou de um duro discurso contra os que dão "lições de conservação". A Amazônia é nossa sim, mas, antes disso, ela é do planeta. Isso é óbvio! Os erros cometidos pelos países desenvolvidos com relação ao bem natural que destruíram no passado, não podem e não devem servir de desculpas para que o Brasil coloque o mundo e a si mesmo em risco sob o discurso da necessidade obrigatória do desenvolvimento econômico. O verdadeiro desenvolvimento se dá, antes de qualquer coisa, com educação. Como dito, há mais de 50 anos sabemos que somos um desastre neste quesito e “NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS” nós sentamos para resolver esse problema e criar uma escola que realmente ensine alguma coisa produtiva aos nossos cidadãos que, se quiserem aprender, terão que se virar sozinhos, e muitas vezes, fora do Brasil. Você nunca reparou que o nosso mumificado modelo de educação é o mesmo há décadas e o que fazemos é alimentá-lo todos os dias? Vamos agir da mesma forma com a Amazônia? Você ainda é um bicho e vai precisar de água, ar, vegetais e temperatura compatível para viver. Mexa-se!
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