sábado, setembro 30, 2006

Sonhos - Capa da edição nº 20



SONHOS - Estranhos, reveladores, libertinos, reais ou lúcidos. Somos ou não os protagonistas?

"Como os sonhos são criados e qual a utilidade deles, são questões ainda completamente em aberto até o momento", escreveu o médico Cláudio Bassetti, do Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Zurique, na revista Annals of Neurology. Mas, quase sempre, reagir neles de forma tão diferente do que se estivéssemos acordados, é uma unanimidade entre nós. Pelados, voando, em contato íntimo com pessoas famosas, fazendo coisas estranhas ao nosso cotidiano, nos encontramos, muitas vezes, agindo com uma naturalidade fenomenal diante de situações inusitadas. Para tentar clarear o que realmente acontece nos sonhos, seguem alguns passos...

Primeiro é preciso entender o sono - o habitat natural do sonho

O sono é o mais poderoso organizador da fisiologia do corpo. Dormir é uma necessidade natural. O sono passa por diversas fazes que se dividem em ciclos ordenados de atividade complexa noite a dentro. Ao dormir, o adulto faz cerca de 40 a 70 movimentos maiores, entre viradas e sacudidas, utilizando 160 litros de oxigênio e expelindo cerca de 130 litros de anidrido carbônico a cada noite. Essas variações impedem a acumulação de sangue por causa da inércia do corpo, mantendo uma constante troca de oxigênio e de dióxido de carbono, conservando o tônus muscular. O tempo entre apagar a luz e dormir dura menos de 15 minutos em condições normais, sendo a média de 6 a 8 minutos. Existem dois tipos básicos de sono, o lento e o rápido. O lento, inativo, período de repouso corporal, é classificado de sono não-MOR (Movimento Ocular Não-Rápido) e compõe-se de 4 estágios cada vez mais profundos: o ligeiro (ondas theta), o confirmado (ondas theta), o profundo (ondas delta) e o muito profundo (ondas delta). Durante o sono lento, cai o ritmo do coração, a respiração se torna mais vagarosa e a temperatura do corpo atinge o seu ponto mais baixo. O sono rápido se caracteriza pelo traçado elétrico do cérebro, bem diferente do sono lento. Ele apresenta movimentos sincrônicos rápidos dos globos oculares, intensa atividade do cérebro e sonhos vívidos. Esse tipo é classificado como sono MOR (Movimento Ocular Rápido ou REM Rapid Eyes Movement). Cada movimento ocular dura uma fração de segundos, mas um período de movimentos frequentemente dura, com interrupções, 50 minutos.

Através de uma substância, a Interleucina, liberada na parte final do sono, o sistema imunológico é estimulado. Isso explica parte do processo de restauração física que ocorre durante o sono.

A quantidade e a direção dos movimentos oculares correspondem ao que o sonhador está olhando ou seguindo com os seus olhos. Durante o sono, imóvel apenas na aparência, há uma intensa atividade neurofisiológica do organismo humano, retratados por crispações nos músculos das pernas, repelões nos dedos e caretas causadas pelos músculos faciais. Estudos demonstraram, com segurança, que toda pessoa adulta, em oito horas de sono, sonha repetida e normalmente durante 4 ou 5 períodos de 30 minutos. O primeiro sonho dura cerca de 10 minutos e as fazes seguintes vão se ampliando até 30 a 45 minutos no último sonho (frequentemente lembrado), num total (média) de 1 hora e meia de sonhos por noite, considerando 8 horas de sono.

O sonho é um estado alterado da consciência

Dentro do conceito de estado alterado da consciência, a medicina relaciona o devaneio, a hipnagogia, o sono, o sonambulismo, o pesadelo, a alucinação e, mais recentemente, a projeção da consciência, entre outras. Porém, esta última estabelece um curioso paralelo ao sonho, a realidade. Longe das explicações místicas e religiosas, cientistas no mundo inteiro desenvolveram pesquisas que comprovam a existência da consciência fora do corpo, especialmente as experiências que envolvem a EQM-Experiência da Quase Morte. EQM´s são projeções forçadas (compulsória / patológica) da consciência causadas por traumas orgânicos, agentes físicos, químicos ou psicológicos. É comum em doentes terminais, sobreviventes de morte clínica e em situações em que haja momentos de perigo, tais como acidentes, intoxicação, anestesia, afogamento. O termo foi criado pelo médico norte-americano Raymond Moody Jr., em 1975. Em Brasília, a professora da Faculdade de Medicina da UnB e médica infectologista, Celeste Silveira, pesquisa a fronteira entre a vida e a morte e conhece bem o assunto. Segundo ela, entender a projeção da consciência é uma questão de flexibilidade mental. E, para muitos pesquisadores no mundo, o deslocamento da consciência para fora do corpo com total lucidez do acontecimento é um fato. O assunto é tema de pesquisa no Instituto Central de Ciências (ICC) da UnB. O paralelo entre o sonho e a projeção se dá quando, a partir de um sonho lúcido, a pessoa desencadeia uma projeção consciente. Segundo o médico cardiologista, pós-graduado em Psicossomática, Hernande Leite, no programa Linha Direta exibido pela Rede Globo, com a experiência, a pessoa consegue distinguir o que é sonho e o que é a projeção. “Durante a projeção, é como se você estivesse vivenciando algo na vida real” conta. “No sonho, é algo que você está apenas assistindo. Você está vendo um filme do qual não participa”, completa.

Dois terços dos sonhos das pessoas saudáveis são considerados sonhos ruíns ou desagradáveis.

A ponte

O que se classifica como sonho lúcido é diferente de um sonho comum. O sonho lúcido é tornar-se consciente de que você está sonhando. E essa é a provável chave da porta que pode revelar quem somos na essência. O momento da autoconsciência é que nos dá a liberdade de expressarmos a vontade seguida de imediata ação, sem proibições ou incapacidades naturais do corpo humano. Voar, por exemplo, é relatada como uma das mais fantásticas experiências vividas em sonhos desse tipo. Também se revela muito curioso, estar como se quer, onde quiser, instantaneamente, como mágica. O controle do sonho pode gerar uma vida completamente nova ao indivíduo comum. Referências sociais que temos na vida real começam a ser reduzidas a zero, como por exemplo, bens. No sonho lúcido, é possível criar qualquer cenário rapidinho. Casas, carros, dinheiro e tudo mais que constitui referência material que esteja desenhado em nossas mentes. É possível, inclusive, mexer no próprio corpo a qualquer momento (uma plástica básica), o que transforma essas referências em algo irrelevante. A transparência sobre o que realmente estamos pensando é outra curiosa situação. O que se pensa é revelado na hora para quem estiver por perto. E, não raro, micos e micos são pagos durante as experiências. Com o tempo, os sonhadores vão descobrindo que o importante é o que a consciência é capaz de produzir, o nível de maturidade e de autoconhecimento. Numa outra linguagem, os pesquisadores da projeção da consciência revelam que a pessoa pode se reconhecer livre do corpo em tempo real, dentro do habitat natural dos seres humanos, tal como ocorre com a EQM, viver experiências onde possa colher dados para posterior comprovação da projeção, retornar e fazer a verificação. Não menos surpreendente é poder conviver com figuras que só vivem do lado de lá. Ou seja, não estariam projetadas, mas sim, como consciências em seu estado original, sem corpo humano. De acordo com pesquisadores, no estado projetivo é possível reconhecer a qualidade energética das consciências, desenvolver estudos aprofundados sobre si mesmo e trazer com clareza essas informações para a realidade humana. Todos os estudos sobre o sonho lúcido e a projeção da consciência indicam que ambos, apesar de serem coisas diferentes, estão bem próximos, sendo o sonho uma oportunidade de conexão com a projeção.

Dentro dos 100% da população que experimentam os sonhos ou projeções inconscientes, 9,8% vivem o sonho lúcido e 1,2% produzem projeções conscientes.

Conclusão

Muitos sonoros e gigantescos “NÃOs” surgem todas as vezes que tentamos decifrar o lado de lá. Mas existem algumas verdades que não podemos nos esquivar; a maior parte da população não deu e não dá a menor pelota para o estudo da consciência em si. Não se trata do cérebro, mas sim da personalidade que o habita: ninguém pode negar que sonhamos e usamos outro equipamento parecido com o corpo para atuar nesses acontecimentos. Intrigante: se os olhos estão fechados enquanto dormimos, com que tipo de equipamento poderíamos estar enxergando enquanto sonhamos? Os estudiosos no assunto afirmam que todos podem fazer experimentos nesse sentido verificando as informações e promovendo o autoconhecimento. Só com o sonho lúcido, segundo as contas de cientistas especialistas em períodos de sono, seria possível ganhar mais ou menos 4 anos a mais de experiências em estado alterado da consciência durante vida. Mas, chegando à projeção lúcida, o ganho poderia chegar a mais 8 horas de novas experiências por dia (justamente as que você estaria dormindo, mas, na verdade, estaria em projeção). Para finalizar, pela experiência que a maioria de nós teve, não dá para negar que apresentamos um outro estilo de vida quando nos encontramos em sonhos. Fazemos coisas surpreendentes e, quando acordamos nos posicionamos longe daquela personalidade que julgamos não fazer parte de nós. O problema é que, para gerar todas as imagens, atitudes e situações, só há uma fonte: nós mesmos. E ai?

Urgente Urgentíssimo - capa edição nº 19


A LEGALIZAÇÃO DA INFORMALIDADE

Entre as diferentes alternativas para fazer com que o Brasil possa equilibrar a distribuição de renda e, ao mesmo tempo, se desenvolver comercialmente, algumas despontam, apesar de um forte impacto na rotina do dia-a-dia do brasileiro, como soluções viáveis e de resultados muito rápidos. Empresários bem sucedidos de diversos setores estão discutindo, avaliando e procurando soluções simples, que possam ser entendidas por todos, e colocadas em prática imediatamente. Seguem algumas das hipóteses mais debatidas e consideradas perfeitamente aplicáveis.

1 - CAMPO DE OURO

O que parece ser uma das mais radicais propostas pode ser o início da grande virada em prol da distribuição de renda no Brasil: proibir a comercialização de hortifrutigranjeiros pelas grandes redes de supermercados, sendo autorizanda a venda, exclusivamente, em feiras informais. A idéia é provocar a valorização imediata desse tipo de mercadoria, que não seria mais objeto de barganha comercial apresentada nas brigas entre os supermercados, que acabam fazendo com que o produtor tenha um ganho mínimo, ou quase zero, sobre as mercadorias que produz. Nessa competição desenfreada para fazer com que o consumidor se dirija aos gigantes, é possível encontrar preços incríveis como o quilo da mandioca por apenas R$ 0,09. Porém, bastam algumas pequenas e simples contas para descortinarmos um grande problema. Se o produtor ganhar R$ 0,07 por quilo de mandioca vendida ao supermercado, vendendo 100 quilos ele não terá dinheiro nem para comprar um pote de sorvete. São 100 quilos de mandioca por R$ 7,00 que não compram três passagens de ônibus. Essa desvalorização da produção é uma das nossas grandes fissuras institucionais que mantêm um enorme desequilíbrio social e provocam o desaparecimento do pequeno produtor do mercado. Curiosamente, o pequeno produtor é que seria capaz de desenvolver uma agricultura de muito mais qualidade, como ocorre na produção orgânica.

Dar a esse produtor a condição de vender a sua produção diretamente ao consumidor em milhares de pequenas feiras, garantindo a ele toda a demanda que corre aos supermercados em busca das promoções, é o início da valorização da atividade agrícola, proporcionando maior rentabilidade a quem produz e conseqüente distribuição de renda. A proibição da venda de hortifrutigranjeiros em supermercados criaria, ainda, a volta do homem à terra, onde a família teria condições de produzir para si, trocar mercadorias com outros produtores e vender o excesso com valor suficiente para uma vida de qualidade para todos os seus integrantes. Há, também, a ação das agências controladoras que criam inúmeras barreiras comerciais aos pequenos produtores, que muitas vezes têm as mercadorias, mas são proibidos de comercializá-las. O “burocrativismo” (expressão para classificar o que podemos chamar de “doença relativa à proliferação de burocracias infelizes”) brasileiro é um vício estatal que não pára de crescer e inviabilizar soluções simples, tal como transformar o nosso campo em ouro para todos, através da valorização do produto agrícola produzido em pequenas propriedades, provocando a volta do homem ao campo, o trabalho em família, a distribuição de renda e a tão almejada vida digna.

COMÉRCIO JUSTO

O que parece ser tão inusitado não está longe do que algumas grandes ONGs estão desenvolvendo pelo mundo. A Fundação Fair Trade -
http://www.fairtrade.org.uk/, sediada em Londres, trabalha com o objetivo de mostrar ao consumidor final que produtos agrícolas muito baratos significam problemas sociais sérios nas regiões que os produzem. A organização criou o selo Fair Trade (Comércio Justo) que certifica produtos agrícolas como dentro de padrões socialmente responsáveis e que garantem rentabilidade a quem produziu. Essa garantia vai além de um preço pouco maior dentro no mercado. Muitos produtos chegam a custar várias vezes mais que o normal, porém, o volume de compradores para este tipo de mercadoria, socialmente responsável, aumenta 50% ao ano e já movimenta 800 milhões de Euros. Barbara Crowther, diretora da Fair Trade, conta que a organização já colocou no mercado inglês mais de mil itens com o selo do comércio justo, entre eles café, algodão, arroz, chá, suco de laranja e frutas frescas como a manga, a banana e o abacaxi. Ela diz que o sucesso do sistema está baseado no preço mínimo de cada mercadoria, pois quem usa o selo Fair Trade não pode vender o produto abaixo do preço mínimo, o que viabiliza uma rentabilidade maior ao produtor. Esse valor é calculado pela organização a fim de garantir a ele a cobertura dos custos da sua produção, a sua família bem alimentada, com as crianças na escola e um pouco de dinheiro extra para que ele possa investir em melhorias para produzir mais e melhor. Barbara acrescenta que, quando as pessoas percebem que os preços baixos são oferecidos ao custo de um esforço, que chega a ser sobre humano aos produtores, a reação em favor do sistema é imediata. A ONG inclui nos seus trabalhos a orientação sobre a obtenção de uma produção com maior qualidade, produ-tividade e respeito aos padrões ambientais da região. Possui técnicos especializados em vários países, inclusive no Brasil, que verificam todo o processo agrícola de produtores que fazem parte do Fair Trade. Engana-se quem pensa que este é um trabalho isolado de pouca importância ou repercussão, Pois grandes empresas como a Nestlé já anunciaram a sua participação no sistema e em 2006 muitos de seus produtos já estarão nas prateleiras dos mercados europeus com o selo Fair Trade, custando o justo para manter o produtor dentro de uma boa condição. Restringir a venda de hortifrutigranjeiros em supermercados e manter feiras livres, negociando esses produtos em todo o Brasil, sem o peso da carga tributária do estado, pode fazer com que alcancemos uma condição natural de comércio justo (Fair Trade), e um início de equilíbrio social de modo muito rápido e ainda não experimentado no país.

2 - COMÉRCIO INFORMAL SEM PIRATARIA

Outra proposta que pode gerar muito crescimento é a de criar feiras populares com produtos nacionais legítimos, a partir de pequenas lojas cadastradas, que apresentam seus números ao fisco todo final de mês, mas não pagam nenhum tipo de imposto por três anos. É a formalização da informalidade com o objetivo de transformar, nesse período, o inexperiente feirante em um empresário conhecedor do seu negócio e preparado para ingressar na formalidade, ao fim dos três anos, com uma boa bagagem. Visto que, alguns dos fatores que inviabilizam a sobrevivência de empresas por mais de um ano estão ligados à falta de experiência na administração, na gestão de pessoas e em como lidar com a carga tributária, seria inteligente e de extrema valia permitir que, pelo nível de liberdade operacional, o empreendedorismo aconteça numa escala muito maior do que aquela com a qual o país está acostumado. Uma situação como essa nos almeja prever um crescimento econômico muito grande nas classes de baixa renda em um curtíssimo espaço de tempo. O baixo custo operacional pode fazer surgir da base populacional brasileira um enxame de pequenos empreendimentos que podem, por sua vez, acelerar, de modo considerável, a produção industrial nacional. Soma-se a isso o fato de que a proposta deixa claro que apenas os produtos nacionais podem fazer parte do mix das feiras populares, o que é um fator bastante positivo.

3 - ÁLCOOL MUNICIPALIZADO

Ver o preço do petróleo comercializado a nível internacional ser a referência para o preço do combustível usado pelos brasileiros configura a relação desequilibrada para a realidade do Brasil. Veja bem, uma maçã comprada em Tóquio, capital do Japão, custa oito dólares, nem por isso o brasileiro poderá, ou deverá pagar esse valor aqui no Brasil. É por esse simples motivo que, em se tendo a almejada autonomia na produção do petróleo, é que não se pode forçar a população a pagar os altos preços praticados no exterior. Podemos, é claro, exportar pela cotação internacional, exatamente como fazemos com as frutas, mas, internamente, os altos custos do produto, promovidos exclusivamente pelo governo na forma de impostos em cascata, escorado nos preços internacionais do petróleo, freia o desenvolvimento de muitos setores, principalmente o de energia, como o próprio álcool, que tem os preços vinculados às pressões da gasolina, já que compõe, hoje, 20% desse produto. O álcool sempre foi a grande solução energética para o Brasil. Agora, cada vez mais, se posiciona como solução para o mundo e, aos poucos, começa a ter sua real importância, já aparecendo no cenário internacional como o substituto da gasolina. O que muito se discutiu nos últimos quatro anos entre empresários, inclusive de revendas de combustível, é o papel que o governo e as grandes companhias de petróleo têm na gestão do álcool - um produto agrícola.

A conclusão, unânime, é muito simples: criou-se uma complexidade infeliz para produzir e comercializar o produto, aumentando estupidamente o seu custo final. O álcool é de fácil produção no Brasil porque vários fatores colaboram para o plantio, colheita e beneficiamento. Por isso, ele deve ser produzido em dezenas de milhares de pequenas propriedades espalhadas nos municípios do país, por particulares. A idéia é que se permita que os produtores possam comercializar seus produtos sem a interferência burocrática do estado. Afinal, o álcool é um produto agrícola e deve ser comercializado pelo produtor. Com isso, seria retirado do processo de comercialização o principal agente inflacionário do produto: os impostos gerados por uma inútil seqüência de compra, venda e distribuição. Municipalizar a produção do álcool traria de imediato a geração de milhares de empregos ao redor das cidades. Os produtores vendendo direto ao revendedor de combustíveis teriam uma remuneração melhor pelo produto e o consumidor pagaria um preço bem mais em conta do que paga hoje. O geólogo Marcello Guimarães Mello, que ocupou cargos importantes em grandes empresas, como o de diretor-presidente da Acesita Energética e o de superintendente de floresta da Companhia Vale do Rio do Doce, ambos exercidos na década de 80, foi ainda diretor do Departamento Nacional de Combustíveis (DNC) - hoje ANP - no início dos anos 90, e participou da criação do Programa Nacional de Álcool (Pro-álcool), lançado na década de 70, no governo do general Ernesto Geisel, tem em sua propriedade rural, em Mateus Leme, município mineiro situado a 70 quilômetros de Belo Horizonte, uma microusina de álcool, que produz, por dia, 200 litros do produto. Ele conta que para isso bastam quatro a cinco hectares de cana (um hectare corresponde a um campo de futebol) e alguns equipamentos, tais como a moenda, a caldeira e o alambique facilmente fabricados em oficinas de serralheria. Revela que investiu não mais que R$ 60 mil em todo o projeto, incluindo a verba aplicada para o cultivo da cana e a produção de eucalipto (em sua propriedade, a madeira é utilizada na caldeira, em substituição ao carvão vegetal). Ele consegue produzir o litro do álcool no valor máximo de R$ 0,60. Conta, ainda, que o estado de Minas Gerais, sozinho, poderia ter 400 mil microdestilarias desse tipo, que produziriam 14 bilhões de litros de álcool/ano, volume bem próximo da produção brasileira atual, de 15,5 bilhões de litros. Esses números revelam que não há utopia na questão. O Brasil pode alimentar o mundo de energia e ser o país do petróleo, da petroquímica e da alcoolquímica. Pode criar, de imediato, 1.500.000 empregos diretos e conquistar o mundo com as alternativas de combustíveis renováveis. Basta municipalizar a produção do combustível.

ESTADO ALEMÃO FOMENTA A PRODUÇÃO DE ENERGIA PELOS PEQUENOS

A medida de produzir álcool em pequenas propriedades é viável. Na Alemanha, por exemplo, pequenos produtores de energia eólica (gigantescas pás que giram pela força dos ventos) vendem o que produzem para o estado e são bem remunerados por isso. Aqui no Brasil, o pequeno produtor de álcool não pode comercializar o produto por uma série de entraves criados pelo próprio estado, numa contramão inexplicável. Finalmente Bush citou o etanol (álcool) como alternativa energética viável e mostrou a todos os brasileiros a possibilidade de um imenso mercado que o país tem para alcançar no exterior. Ainda, com grande parte da malha viária interna abastecida pelo álcool combustível produzido municipalmente, o nosso petróleo, aí sim, com preço equiparado aos internacionais, poderia trazer novas divisas (dinheiro novo) para o país, através da sua exportação.

4 - BIOTECNOLOGIA - MAIS 80% DE RENTABILIDADE E 100 VEZES MAIS EMPREGO

Biotecnologias, tais como o processo DHR (Dedini Hidrólise Rápida), que pode proporcionar uma produtividade 80% superior na produção de etanol por meio do bagaço hidrolisado, o álcool extraído da palha da cana-de-açúcar, que pode incrementar o faturamento das usinas de álcool em 50% e a conversão de açúcares que pode acrescentar, ainda, mais de 30% no faturamento de quem produz, fazem parte de muitas alternativas para otimizar o campo energético brasileiro. Isso está diretamente ligado ao crescimento do mercado de trabalho pois, a produção de etanol gera, por unidade de energia, 100 vezes mais emprego do que a indústria do petróleo. Somando esses números à produção do álcool a nível municipal, pode-se criar um enorme volume de recursos que estaria circulante no município, evitando o tradicional repasse dos lucros às sedes de empresas em outras cidades, estados ou países.

5 - ATENDER À DEMANDA INTERNACIONAL

Temos toda condição de vender a gasolina com a adição de álcool e aproveitar a deixa do protocolo de Kioto, que obriga as nações que o assinaram a reduzir os gases poluentes que o petróleo emite. E, 5% de álcool adicionado à gasolina é o mínimo necessário para atender ao compromisso firmado no protocolo. Esse percentual adicionado apenas ao combustível que o mercado americano consome, simplesmente, dobraria de imediato, nossos ganhos atuais com o álcool.

O MUNDO QUER SOLUÇÕES, O BRASIL AS TEM

Mais de 30 fábricas da Ford nos EUA estão fechando as portas porque os veículos que elas produzem não mais estão nos planos dos americanos. Eles consomem um volume muito alto de combustível e a população começa a reagir, simplesmente, não comprando carros com essas características, em especial os utilitários enormes e chiques. Ao mesmo tempo, o avanço dos carros híbridos no mercado americano é surpreendente e modelos como o Prius da Toyota, o Civic e o Accord da Honda vão superar a marca de 100.000 veículos produzidos em 2006 só nos EUA. O Prius tem um motor elétrico com potência de 50 kW (67 cv) a 1.540 rpm, conjugado com o propulsor a gasolina de 1.5 litro, que gera 76 cv a 5.000 rpm.


Em baixas rotações ou até 56 km/h, o motor elétrico se encarrega de movimentar o veículo. Assim que o motorista pisa no acelerador e exige maior performance do carro, entra em ação o propulsor a gasolina. O sedan Prius chega a fazer 23 Km com 1 litro de gasolina na cidade. Além de ser um veículo muito mais silencioso do que os movidos a gasolina e de manter todo o conforto desenvolvido nos carros tradicionais, é um carro ecologicamente correto porque polui muito menos do que seus concorrentes.


O Brasil tem tecnologias de sobra para atender às necessidades econômicas do todo o mundo. Carros com motores 1.0 flex que têm excelentes performances em suas categorias, (vários alcançam a média em estrada de 20km/litro de gasolina com 25% de adição de álcool) são um exemplo de economia e consciência ecológica que podemos levar ao planeta.

MUDAR E GANHAR

Chegou a hora de lançarmos mão de toda a tecnologia e experiência obtida em três décadas de trabalho no desenvolvimento de combustíveis renováveis, excelente capacidade de produção agrícola (100 bilhões de litros de álcool/ano), da capacidade de produção em larga escala de veículos econômicos e ecologicamente corretos, para conquistar o mercado externo e levar o Brasil ao lugar que, por toda a abundância e generosidade da natureza, ele pode e merece estar.

Educação - capa da edição nº 18


A mais poderosa ferramenta para a evolução de uma nação é a educação. Porém, os estudantes brasileiros estão entre os que têm os menores níveis de compreensão de leitura no mundo, entre os que mais matam aula e quase a metade dos alunos das escolas públicas está abaixo do nível mínimo de alfabetização da Unesco.

Por que o Brasil não consegue vencer esse desafio?

Muitos observadores da questão entendem a escola pública, seus professores (que muitas vezes falham em testes básicos de competência pedagógica), a dedução no imposto de renda sobre os custos da educação em escola privada e a política governamental como os principais responsáveis da dificuldade da boa educação no Brasil. E especialmente a afirmação do cientista político Gustavo Ioschpe de que a baixa qualidade da educação condena o Brasil ao eterno subdesenvolvimento e, ainda, que nesse ritmo vamos nos tornar um país inviável, mostra bem o nível do caos que parece nos cercar sobre o tema. Ele sugere que haja uma lei de responsabilidade educacional onde os políticos seriam responsabilizados pelo mal desempenho do ensino público. Mas, por que o congresso criaria uma lei dessas? De maneira geral, a falta de informação é um dos mais poderosos instrumentos para manter a grande massa populacional de um país sem condição de discernir sobre a própria realidade e a das pessoas candidatas a dirigirem Estados e Nações. E, pode parecer um exagero, mas, no Brasil, manter a população carente de recursos financeiros e educacionais pronta para ser manipulada de acordo com o interesse político parece ser uma das respostas mais sustentáveis à questão. Quem tem o mínimo de informação reconhece de imediato a ineficiência do Estado no que se refere, em especial, ao sistema educacional público, que se mantém firme ano a ano, por décadas, numa decadência sem lógica, injusta e covardemente imposta sobre quem necessita de uma educação produtora - o único caminho para o desenvolvimento. E, para piorar, a população como um todo passa a desconhecer o valor da informação e aplica, conseqüente e inocentemente, uma super desvalorização sobre ela. Por isso, muitas pessoas que alcançaram o poder, como o presidente Lula, por exemplo, desprezam publicamente a formação acadêmica classificando-a como um elemento não fundamental para a evolução. O problema desse pensamento situacional e individual é a conseqüência que ele gera nas pessoas que se norteiam em figuras desse grau de importância para balizar a própria vida. Muitos jovens que poderiam, por vontade própria, buscar o desenvolvimento educacional, fora até dos programas oficiais, passam a desconsiderar a validade do esforço, visto que o mesmo não parece ter relevância para quem já conquistou o ápice. Também, esse não é um conceito usado exclusivamente por parte dos políticos. Muitos empresários que venceram sem educação passaram a receita para frente. Assim, o Brasil foi ficando carente de pessoas com base para a produção intelectual, principalmente daquelas que aparecem das camadas mais pobres. Por isso, quase tudo que usamos no dia-a-dia leva a assinatura tecnológica de uma empresa estrangeira. Não temos brasileiros residentes suficientes para criar e manter cadeias de produção com valores (idéias) intelectuais agregados. Estamos ligados à linha de montagem (mão de obra) em quase todos os setores da economia. Outro agravante é que uma grande parte da população acredita não ter capacidade para se desenvolver e conquistar uma posição melhor, aceitando a situação de pobreza e a preocupação primária de sobreviver nestas condições. Ainda, acreditam que a única solução poderia vir do Estado, que, curiosamente, parece trabalhar para mantê-los cada vez mais distantes da informação, do discernimento e da dignidade.


Na classe média pode haver uma interface

Mudar esse quadro não pode mais ser considerado uma obrigação da classe política, que a cada dia deixa mais claro que não resolverá o problema. A classe média, entre ricos e pobres, com um razoável nível educacional, é que poderia iniciar um trabalho de equilíbrio social em benefício dela mesma e do todo. Muitas pessoas e empresas já mobilizam esforços em trabalhos sociais porque perceberam a necessidade de arregaçar as mangas e colocar os braços nos problemas sociais diversos que se apresentam com relevante gravidade. Campanhas dos mais variados tipos acontecem numa clara manifestação de compromisso social cada vez mais latente. Porém, é necessário posicionar a educação produtora como prioridade. As ações sociais provenientes dessas mobilizações podem e devem direcionar esforços em desenvolver programas educacionais, independente das orientações governamentais, com o objetivo de levar educação básica de alto nível ao maior número possível de pessoas. Modelos educacionais recentes que deram certo no mundo poderiam ser usados como exemplo.

O modelo da educação produtora

A educação produtora é aquela que ensina a realizar. Diferente da abundante teoria que cerca as escolas, canalizar alunos para empresas de setores variados, mesmo no período da educação fundamental, para a inicialização em tarefas práticas que pudessem dar representatividade às teorias instruídas em sala de aula, seria uma medida inovadora, e ao que tudo indica, renderia muitos frutos, não só sociais, mas também, econômicos. O papel dos funcionários destas empresas (voluntárias), conhecedoras do objetivo do “novo” programa educacional, é de ser o professor prático: delegando e cobrando entendimento, ações, qualidade, velocidade e realização. É possível que muitos, especialmente os políticos, venham classificar o conceito da educação produtora como uma forma de explorar o trabalho infantil, mas, desde já, é importante que se entenda que as empresas, dentro da idéia, são a extensão da escola, um anexo que trará o maior volume de conhecimento, usando a experiência prática como ponto de partida para a retenção da informação.

Milhões de jovens estão concluindo o segundo grau sem, ao menos, saber escrever o próprio nome. A política de formar a qualquer custo, está transformando o Brasil num celeiro de analfabetos diplomados e iludidos quanto à própria capacidade de produção, sem possibilidades de recriar o país do futuro.

O exemplo asiático

Em suas colocações, Gustavo Ioschpe, cita o sucesso das revoluções educacionais produzidas nos EUA na década de 20, e nos países asiáticos mais recentemente. De fato, tomar como base programas de países como a Coréia do Sul pode trazer, de modo concreto, frutos em menos de 20 anos. É certo que sem a participação do Estado, o esforço social é muito maior, mas ele precisa ser feito. No caso da Coréia, empresas como LG, Hyundai, Samsung e Daewoo, atuaram em inúmeras áreas da economia, adotando uma política de expansão desenfreada, patrocinando uma educação que tinha como sobrenome, a disciplina. No início da década de 60, a Coréia do Sul tinha um PIB (Produto Interno Bruto) per capita de cerca de US$ 80. Uma década depois, essa renda média já atingia US$ 1.000 e, nos anos 90, chegava à marca de US$ 10 mil. Em números absolutos, o crescimento do PIB foi impressionante: passou de US$ 62 bilhões em 1980 para US$ 457 bilhões em 2000. Com um dos índices de alfabetização mais altos do planeta, a Coréia do Sul tem em seu currículo escolar fundamental, que dura seis anos, matérias como ÉTICA, ciências sociais e artes manuais, envolvendo, nesta última, a prática da teoria. Segundo o levantamento da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico da ONU, a Coréia do Sul saltou para o 1.º lugar em volume de investimento na educação. Os resultados são claros e uma lição para o Brasil que se posiciona em 76º no Ranking mundial da educação. Não muito longe da Coréia do Sul, Cingapura aparece em 1º lugar em desenvolvimento de tecnologia. Na década de 80, Cingapura escolheu a informática como setor chave para seu desenvolvimento. Na década de 90, a telemática. Como se vê, foi tudo uma questão de escolha. Ser melhor no futuro depende de boas decisões hoje. Reconhecidamente e infelizmente, o modelo educacional brasileiro é um fracasso colossal, e uma estratégia inovadora para nós, poderia ser provocar alterações como o redirecionamento do programa de educação para um ensino de ordem prática, com a participação de empresas voluntárias, conduzido por funcionários conscientes da importância do resgate do mais poderoso instrumento de desenvolvimento social de uma nação: a educação. Já há empresas que acenam positivamente à idéia de se transformarem em escolas. Contudo, colocações pertinentes referentes a custos são feitas, indicando que seria necessária uma compensação, tal como a redução nos impostos, para que se pudesse gerir programas com essas características. Na verdade, muitas companhias já desenvolvem essa idéia de modo desconexo, aleatório e intemporal, oferecendo cursos aos funcionários que demonstram vontade de desenvolvimento. Porém, essas ações são feitas apenas por necessidade comercial. O objetivo precisa ser social, e agir sem depender do Estado e uma improvável, mas justa redução de impostos, pode fazer a diferença para a construção de uma sociedade mais capaz, produtora e feliz.

Equívocos no 3º grau

A última década se apresentou como uma pipoqueira de faculdades que, em sua maioria, produziu pessoas sem a menor capacidade de produção. No Distrito Federal 71% dos bacharéis em direito foram reprovados no exame da OAB. Esse número evidencia uma carência de competência de modo geral. Nesse ponto é que os países que hoje são exemplo para o mundo reverteram seus quadros de ineficiência. Neles, passou se a acreditar que saber fazer, educando as pessoas para a produção, é que era a prioridade. Por aqui, ao invés de direcionar esforços para o entendimento e a realização, nossas escolas ensinam as pessoas a tirar notas boas e a passar de ano; processo este que se estende até às universidades, consumidoras de fortunas privadas e públicas incalculáveis, cujo objetivo maior, pelo menos na capital federal, é o de ensinar os seus alunos a passar num concurso público, servir a um Estado pesado, sem condições de autosustentabilidade e sem produzir qualquer tostão para o país até o fim de suas vidas. Assim, vamos todos tomar “bomba”!

quarta-feira, setembro 27, 2006

A Revolução do Conhecimento - capa da edição nº17



CONHECIMENTO - A nova medida de valor profissional

A fórmula da conclusão original segue o seguinte roteiro: alto volume de informação + visualização simultânea + associação de idéias + liberdade para tentativa e erro = a originalidade, resultado esse que está gerando a nova vantagem competitiva. Segundo John Howkins, escritor e empresário, Presidente do Creative Group no Reino Unido, a nova economia mundial se fundamenta em idéias - propriedade intelectual, deixando para trás a indústria, as terras e, até mesmo, o capital em si. Hoje, 17% das empresas americanas já destinam seus mais altos salários a executivos que são pagos para pensar, criar e desenvolver idéias que possam tirar produtos e serviços do lugar comum no mercado. Porém, a base de todo processo - o alto volume de conhecimento - não se refere a acúmulos teóricos, mas sim, à quantidade de experiência prática do candidato a executivo criativo. Esse predicado é o que se considera necessário para que a associação de idéias possa ocorrer com mais chances de dar certo, economizando demasiados esforços na fase seguinte, a de tentativa e erro. Isso torna o investimento no profissional criativo algo economicamente viável. E essa relatividade mais ajustada é que conta na hora de posicionar a pessoa em cargos gabaritados e muito bem pagos. Outro detalhe interessante, que se revelou constante nas empresas que adotaram essa medida de valores, é que, vivendo desconhecidas aventuras nas intermináveis escalas da paciência, as diretorias “não criativas” tiveram que aprender a dar tempo ao tempo e deixar os gênios pensarem. O mundo se acostumou a associar os criativos a artistas fantasiosos muito mais próximos do abstrato e absurdo do que de uma realidade que pudesse gerar algum fruto financeiro. Por isso, há uma dificuldade em aceitar o “time” do criativo e, para essas diretorias, a sensação é de que se está esperando, parado, por algum tipo de poesia mágica que se tem quase certeza que não vai dar certo. Mas, segundo Howkins, é justamente aí que os diferenciais aparecem, no “feeling” do poeta, que não titubeia em fazer as mais ousadas misturas. E é no vácuo do diferencial que surge o lucro.

Democracia para status, estilo e poder

Para muitos dos estudiosos americanos mais entretidos no assunto, a idéia criativa, hoje, é a principal fonte de status, estilo e poder, atributos que sempre estiveram relacionados ao patrimônio, poderio militar, religioso e político. Uma prova da mudança de paradigma são os endiabrados hakers que, com uma incrível capacidade de associação de idéias, criam os mais complexos e originais mecanismos para invadir e bagunçar a vida de pessoas, empresas e qualquer das mais protegidas instituições governamentais do mundo, sem respeitar status financeiros, políticos ou bélicos. Há quem diga que para defender militarmente uma nação, bastaria meia dúzia de hakers muito bem pagos e nenhuma arma ou pessoa a postos. E, sendo prático na análise, a toda hora nos deparamos com alguém que teve a sua conta bancária “rapada” por “meninos” super treinados pelo próprio cérebro, num contínuo ciclo de associação de idéias que acabam dando certo. Informalmente, travam batalhas diárias para vencer barreiras que muitos consideram intransponíveis, sendo capazes de deixar de cabelo em pé, “experts” de todas as esferas com afirmações do tipo: “posso controlar satélites e confundir o GPS de qualquer avião militar no ar, induzindo-o ao erro de localização e alvo”. Por todos os ângulos, negativos ou positivos, a capacidade criativa se apresenta como um diferencial de extrema relevância. Howkins acrescenta, ainda, que qualquer um pode ter a boa idéia, vez que ela é o meio democrático de o indivíduo garantir um status dentro da sociedade, desfazendo a conexão de se herdar dinheiro ou posição política para garantir um lugar ao sol. Para ele, esse é um dos motivos pelos quais a idéia criativa vem tomando espaço e grande importância dentro da sociedade, especialmente a americana, que consegue registrar uma média de 164 mil patentes originais por ano, contra apenas 220 no Brasil. Há, também, os limites impostos pelos registros de patentes. Howkins coloca que seria importante, principalmente para países em desenvolvimento, que empresas detentoras de direitos autorais e de uso de patentes pudessem liberar pesquisas e novas associações de idéias a partir de conceitos previamente registrados. Para ele, deixar que as pessoas brinquem com as idéias livremente é de fundamental importância para acelerar o processo criativo. Atualmente, as leis têm um grau de proteção à propriedade industrial que acaba inibindo a pesquisa, limitando o potencial criativo, principalmente, em países com menos recursos como o Brasil.




Diferentemente do que muitos pensam a criatividade não é um dom. Apesar de estar ligada ao instinto pessoal, à subjetividade, a processos não-articuláveis, ambíguos e confusos, ela é fruto de um esforço pessoal no uso das mais diversas técnicas de desenvolvimento disponíveis nas livrarias em infinitas publicações que ensinam como desenvolvê-la. E, para se obter conquistas no mercado futuro, é uma boa alternativa considerar a exploração do assunto e aprender a não só ser criativo, mas também, polir a própria idéia. O mercado está crescente e, tudo indica, vai continuar em alta. Forte aliada do processo criativo é a memorização por meios práticos. Para se obter resultados originais é preciso sustentar dentro do banco de dados pessoal, um bom volume de informações que possam ser casadas entre si. Mas, para que isso possa ocorrer, é preciso que as interfaces entre neurônios estejam em boas condições de comunicação, e assim, permitam fluir os dados entre eles. Por isso é fundamental que o cérebro esteja em atividade constante, promovendo trocas de informações full time, moldando-as em ações práticas, num exercício diário que podemos classificar como uma malhação cerebral, deixando-o forte e rápido para criar. Não menos importante é uma base educacional de qualidade. O fato de muitos de nós acharmos que estamos longe da configuração de um ser criativo, pode ter relação direta com o nosso histórico escolar, muitas vezes pobre demais para que nos percebamos prontos para uma original associação de idéias. Essa pobreza criativa tem a ver com o apagar das informações de nossos bancos de dados cerebrais. Isto ocorre porque só retemos conhecimento se transformarmos a informação em ações práticas relacionadas a ela. Portanto, não é difícil concluir que toda a cadeia de ensino voltada para a teoria propriamente dita, não serve, absolutamente, para nada. E, dentro do novo modelo de remuneração que exalta a criatividade como necessária para desenvolver produtos, serviços e até mesmo, mercados inteiros, teríamos que rever todo o processo educacional. Na análise, os modelos que servem a ricos e pobres estão completamente equivocados porque priorizam a teoria que, após três meses, segundo a neurocientista Lúcia W. Braga, da rede Sarah Kubitschek, é apagada da memória por falta de prática e, quando a oportunidade da criação surgir, ficará impossível usá-la. Teorizar de manhã, praticar de tarde e analisar os resultados à noite objetivando melhorar a própria performance no dia seguinte, parece simples para um modelo educacional, mas é tudo que precisamos para iniciar o processo de preparação do nosso equipamento humano para a criatividade e lucratividade.

Em São Paulo nasce um centro internacional de criatividade

Um projeto ambicioso, inovador e que vai precisar de muita estrutura para gerar resultado, começa a sair do papel para a implantação em São Paulo. Com o apoio do Ministério da Cultura e de países interessados no desenvolvimento da América Latina, África e regiões da Ásia, o centro será uma fonte de produção criativa em diversas áreas artísticas, intelectuais e culturais. “Toda a economia do planeta, a chamada economia dura - a industrialização, circulação de bens materiais, bens de consumo e commodities - se move rapidamente para uma economia de conhecimento, de informação, de intelecto, de afeto, de celebração, cultural” disse o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, ao demonstrar que o Brasil, com o desenvolvimento do centro de criatividade, se prepara para suprir uma demanda mundial de idéias originais cada vez mais crescente. Com ele, São Paulo estaria entrando para o “hall” das cidades que têm tempo para escutar as idéias de pessoas criativas e estrutura para desenvolver e ganhar dinheiro com elas. Cidades como Los Angeles, Londres, Milão, Xangai e Cingapura, apresentam um avançado ambiente de criatividade competitiva, onde as pessoas têm espaço para mostrar as suas criações, porém, dentro de um imenso caldeirão febril onde se encontra um volume extravagante de idéias, disputando investimentos de empresas sedentas de novidades. É um ambiente de competição saudável, que vai polindo as mentes criativas, cada vez mais competentes, nas mais diversas áreas que atuam. Contudo, o centro criativo de São Paulo corre o risco de se tornar um templo de batuques e artesanato que pouco, ou quase nada, possa contribuir financeiramente dentro do conceito de indústria criativa. O entendimento político da questão, para se promover investimentos bem formulados e com objetivos claros de lucro com a criatividade, será de fundamental importância para a sobrevivência do projeto onde a criação deve estar de modo proposital, lúcido e profissional, ligada à competitividade e à lucratividade. O design, um exemplo de campo criativo citado por Howkins, mostra bem o quanto é importante abrir a mente política para a indústria criativa. O setor pode desencadear a produção de várias outras indústrias e levantar um capital absolutamente novo. É simples entender isso. Por exemplo, um automóvel de linhas modernas e arrojadas gera muito mais recursos do que outro com linhas antigas e pobres. É algo como comparar a rentabilidade do design de um Peugeot 206 ao de um Lada. Tudo o que envolve a produção do Peugeot gerará muito mais lucro do que a cadeia envolvida para produzir o Lada. Há, ainda, muitos outros setores de alta rentabilidade, como o cinema e a música, que terão chances de serem trabalhados com o foco voltado para o criativo lucrativo. O centro de São Paulo, atuando como pivô entre tecnologias mais avançadas de outros países e o que desenvolvemos aqui no Brasil, é um passo muito importante para nos tornarmos habilitados para os novos tempos.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Autocorrupção - capa da edição nº16




DEFINIÇÃO
tudo o que corrompe a anatomia da realidade dos fatos relativos a si ou a um grupo, em prol de uma vantagem pessoal, seja moral ou material, gerando uma fachada mentirosa para a verdade.

O assunto pode parecer uma novidade, mas na verdade, não é. Desde antes de Cristo, a filosofia vem estudando profundamente a intimidade da mente humana no que se refere a valores nobres como a ética, honestidade, justiça e lealdade. Não há corrupção sem antes haver um processo de autocorrupção. A permissão para mentir, prostituir, enganar, caluniar, trair, fraudar, burlar, entre uma série de predicados ingratos, é dada, primeiro, pela pessoa envolvida pelo medo, baixa auto-estima ou atrás de um status social e de poder. A grande maioria da sociedade se encontra em um processo de obtenção de um relativo bem estar a qualquer custo. Mesmo que isso signifique anexar ao histórico pessoal adjetivos que qualquer um detestaria carregar abertamente, a compra e venda da moral alheia rola solta e é objeto de barganha, inclusive, dentro das famílias. Na esfera pessoal, renegar a própria realidade parece ser a mais grave e complexa das autocorrupções. A atitude pode comprometer a evolução da pessoa porque estaria construindo a própria vida sobre uma base que não corresponde à realidade, vivendo uma espécie de teatro. Se nos basearmos no entendimento de que nosso pensamento traduz o que realmente somos, avaliando os malabarismos que fazemos para encobrir essas verdades, poderemos ter uma noção do nível da nossa autocorrupção. Ao expressar opiniões que não condizem com o nosso pensamento original, omitir posicionamentos, vestir de acordo com o gosto de acordo com o gosto de outra pessoa, comer algo que detesta numa mesa de negócios, fingir um status, abrimos mão de viver o que somos para cumprir o que a pauta social está determinando e, consequentemente, passamos a viver algo fora do nosso contexto pessoal.




Por que mentimos tanto?

Comprar a nós mesmos e às pessoas com argumentos falsos parece ser o caminho mais curto para a obtenção de algum ganho. Sendo a mentira uma fantasia, ela pode receber adereços a qualquer momento, tornando-a forte o suficiente para seduzir. É comum pegar pessoas de todos os níveis sociais recorrendo à mentira e a utilizando, até com certa maestria. De resultados imediatos, a mentira altera a percepção da realidade em favor de alguém, mas, quase sempre, em prejuízo de outra(s) pessoa(s). Quem a usa, fica viciado. Está sempre com o recurso na manga como ferramenta básica para a manutenção de ganhos pessoais ou para explicar situações onde a sua auto-estima é colocada em cheque. Quando identificado (o meno hábel), o mentiroso é rotulado com o sobrenome (mentiroso) e vira alvo de críticas, às vezes bem humoradas, outras de depreciação, carregando por anos esse predicado. Os bobos, sem saber, pensam que conseguem enganar a todos, e suas investidas para seduzir as pessoas acabam em frustrações pouco tempo depois. Eles não entendem que a grande maioria é “expert” nesse assunto e é capaz de identificar as mentirinhas já no decorrer das primeiras frases. Já os políticos são incrivelmente bem treinados e o julgamento social passa a ser favorável a quem mente melhor, mas não à verdade. Alguns são tão bons nisso que acabam acreditando na própria mentira, sem saber ao certo, o que realmente é a verdade. O menos informado é o que mais cai nas armadilhas do convencimento pelas palavras falsas. Sem conhecimento, qualquer alteração no volume da voz, ou batida de mão na mesa pelo mentiroso pode convencê-lo facilmente. A mentira é uma das faces mais cristalinas da autocorrupção e mostra o nível de fragilidade de uma pessoa que, quanto mais usa o recurso, mais depende dele para sustentar a sua fértil imaginação, protetora de uma personalidade desagradável a ela mesma. Ao contrário, o nível de autenticidade, pode revelar a capacidade de enfrentamento de uma pessoa, assim, os fortes costumam abdicar da covardia e trazer à tona a verdade sem pestanejar.



INVERSÃO DE VALORES

Por que estamos na contramão da ética, da verdade e da lealdade, formatadas como princípios básicos para o desenvolvimento há mais de 400 a.C.?

Três filósofos gregos, que viveram entre 470 e 320 a.C., podem ser considerados os homens que mais avançaram nos conceitos de justiça, ética e verdade, entre uma série de valores que, de lá para cá, foram, aos poucos, sendo jogados para escanteio e deixando de fazer parte do nosso cotidiano. Sócrates - fundador da filosofia moral, estabeleceu o método de tentar chegar à verdade através de questionamento persistente, Platão - que dizia que a palavra precisa concordar com o fato, e Aristóteles - que mapeou, pela primeira vez, a lógica, a física, a ciência política, a economia, a psicologia, a metafísica, a meteorologia, a retórica e a ética, viveram em seqüência, sendo um discípulo do outro, respectivamente. Os três deixaram os mais marcantes passos para a evolução na história humana. Moradores de Atenas, na Grécia, em vários pontos, fizeram referências sociais e políticas que, se fossem levadas em consideração, talvez estivéssemos no paraíso. Para Aristóteles, o verdadeiro propósito de um governo é permitir aos seus cidadãos viver a vida plena e feliz, viabilizando o desenvolvimento através do exercício das suas capacidades em compatibilidade com a vida em sociedade, sendo que o equilíbrio social, financeiro e político entre as pessoas é a chave para o bem estar de uma nação.

Valores que poderiam ajudar a sociedade

Em 2005, no Brasil, através das mídias eletrônicas de todo o país, todos os dias, estão sendo registrados, dos pequeninos detalhes mentirosos aos escândalos mais surpreendentes de corrupção, situações onde o desprezo e o desrespeito à integridade moral de uma sociedade, se transformaram em acontecimentos normais, aceitos comumente. A orientação filosófica para uma vida melhor pessoal e em conjunto, de mais de 2.400 anos, são honestidade, perseverança, respeito, lealdade, igualdade, amizade, caráter, compromisso e liberdade - referências, entre outras, que deveriam sustentar um grupo social.

Pisando na bola

Sendo o poder público, como já colocava Aristóteles, o principal elemento criador das leis e da fiscalização dessas leis, é também o principal vacilão. Fatos recentes sobre corrupção deixam frescas em nossas memórias dados sobre o nível de qualidade dos valores pessoais que sustentam personalidades de políticos, juízes, diretores de estatais, empresas privadas e até do presidente. Por exemplo, apoiar e deixar passar em branco as ações criminosas do MST é mostrar às nossas crianças que existe espaço para a invasão, roubo, degradação, agressão, tiros e ocupação indevida, entre outras coisas sérias, de igual teor, ou piores, sem que haja responsabilidade e punição para tais atos. Pelo contrário, há um apoio político ao movimento que tem boa parte de seu custo bancado pelo próprio governo. Colocar o boné da instituição e vestir a camisa do MST, para muitos e para as crianças, significa corroborar com a atitude dele. Ao mesmo tempo, ao se ir para um cinema com a família para assistir ao filme Guerra nas Estrelas, um pai se vê proibido pelo Juizado de menores de entrar com os filhos menores de 12 anos (depois, incoerente com os motivos que colocaram a censura 12, baixou para 10 anos) porque o filme estaria desqualificado para as idades das crianças. A surpresa fica por conta de que, há pouco tempo, no Jornal Nacional, havia um juiz matando uma pessoa num supermercado do Ceará. Isso revela uma incoerência no que parte da classe é, faz e sentencia (o ato de assassinar) numa rapidez tremenda (quando acha conveniente). No momento em que o episódio do assassinato foi lembrado pela criança, em contra posição à censura do filme, é que se percebe a seriedade do problema. Podemos justificar para nós mesmos que não se pode generalizar, mas a criança está criando referenciais. No passado, Star Wars era considerado diversão (como poderia ser hoje) e mostrava, de uma forma objetiva, como é importante o valor da lealdade, do compromisso, da responsabilidade e honestidade nas relações interpessoais. Hoje, não precisamos ir tão longe para mostrar a falta de tais valores. Vejamos, um veículo do Detran passa por uma comercial do Sudoeste, região nobre de Brasília, multando vários carros que estariam estacionados em local proibido. Mas, alguns, de uma revendedora de veículos, estacionados de modo totalmente irregular, inclusive em local destinado para carga e descarga, sequer são questionados pelas autoridades. Com a ciência do administrador da região, dos fiscais e de outras autoridades, no mesmo local, um lava jato irregular, instalado numa Kombi, também, irregular, poluidora do meio ambiente utilizando produtos extremamente corrosivos, sem registro de empregados que não têm carteira de motorista, cujo dono mora numa das partes mais nobres de Brasília e que possui liminar da justiça para funcionar, ocupa as vagas destinadas a clientes do comércio local que paga impostos colossais, incluindo os salários do juiz que concedeu a liminar e as mais diversas e criativas taxas públicas relativas à ocupação e à fiscalização. Mais incrível, ainda, é um empresário ser convencido, pelas consultas feitas com advogados, a desistir de registrar ocorrência de furto praticado por uma funcionária, sob o risco de ter que pagar uma indenização por danos morais à pobre coitada.

Igual, mas diferente

O direito, que para alguns é implacável, para outros não significa nada. Vejamos uma adolescente, que agora desconhece a própria raça, pergunta inocentemente: acho que sou branca, terei direito a 20% de vagas na universidade assim como as pessoas da raça negra? Passando pelas ruas de Brasília é possível notar que há uma enorme incoerência quanto aos limites de velocidade nas vias da cidade. Um exemplo é a velocidade máxima de 70km/h estipulada para as vias do Lago Sul, sendo que, no Lago Norte, que tem a mesma configuração urbana, o permitido é de 60km/h. Por que? Outra coisa é o cidadão vir a 60km/h e, no momento em que há a medição de velocidade, o permitido cai para 50km/h, sendo ele multado e condenado a pagar, à unanimidade, pela junta de recurso do Detran, órgão responsável pela análise da defesa do motorista apresentada contra a imposição da multa. Há uma operação “Lau Lau” aí (apelido antigo dado a ladrões que faziam suas incursões de modo sorrateiro e desapercebido), vez que o objetivo da fiscalização é fazer com que o condutor ande dentro do limite da via que é de 60km/h. E, quando se cobra dele uma multa por andar dentro do limite da via, fica evidente a segunda intenção. A revolta do motorista é transmitida, automaticamente, à família e aos filhos, que por sua vez, vão listando o que é considerado justo ou não pelas autoridades da sociedade. Hoje, para muitos, inclusive para profissionais da lei, o que é fora da lei é considerado uma coisa natural e perfeitamente aceitável. O caso do ex-governador Garotinho, que agora está elegível novamente no Rio e a feira do Paraguai (de sacoleiros importadores) na Capital Federal, onde muitos fiscais, policiais, juízes, promotores e outras autoridades fazem as suas comprinhas, ilustram bem isso. Autoridades, aliás, que determinam o quanto uma empresa deve ganhar estando ela inserida em uma economia de mercado promovida pelo próprio estado, indo na contramão da justiça. Aliás, em termos de promoção da justiça, o Brasil é hoje, o penúltimo no mundo no que se refere a distribuição de renda, na frente, apenas, de Serra Leoa. E, a cada dia que passa, a desejada justiça social está cada vez mais distante. A conversa de “João sem braço”, que é transmitida para explicar a maior taxa de juros do planeta, não consegue encobrir a realidade da divisão de renda num Brasil politicamente partidário da riqueza de poucos e da pobreza da grande maioria. Os “poucos”, que decidem a vida dos “muitos”, ganham, em média, 50 vezes mais (sem contar o mensalão) que a massa brasileira. Os fatos estão aí. Os números do Brasil estão em todas as instituições sociais que avaliam as nações como um todo e todos eles indicam o quanto estamos sendo incoerentes entre o que falamos e o que fazemos.

De Jefferson a Aristóteles

A prática de compensações na política brasileira é considerada “normal”. Quando a direção de um Ministério é “dada” a um político de outro partido, que tem outras convicções, o processo de compensações está concluído. Isso não se pode negar e nem defender, está na Esplanada dos Ministérios e todo mundo pode ver, se quiser. Independentemente do fato dos políticos concordarem ou não com os objetivos das ações ou da filosofia de outro partido, a barganha, a compra e a troca de favores falam mais alto na Presidência, nos Ministérios, no Congresso e nos Estados. A convicção de uma idéia em prol do desenvolvimento do País perde, de longe, para a conveniência de uma negociata entre políticos. Todos os dias essas compensações são notícias nos principais jornais brasileiros. Para o político que conhece os fundamentos do assunto Política, tratados por Sócrates, Platão e Aristóteles, pessoas em um congresso que não estejam defendendo interesses sociais com ética, honestidade e compromisso com o povo no qual elas representam, não podem exercer o papel de político. Segundo a origem e formatação política proposta por Artistóteles, o exercício político não poderia ser remunerado, mas sim doado através de trabalhos, cuja finalidade seria desenvolver meios de melhorar as condições de vida da comunidade. Assim, cargos com tamanha importância e seriedade só poderiam ser exercidos por pessoas que tivessem uma excelente condição financeira e comprovada competência, sendo este, um pilar representativo de toda uma sociedade. No Brasil, dirigir um Ministério ou uma estatal, não tem nada a ver com competência específica na área, mas, tão somente, com barganhas políticas entre partidos. A demora em dar uma resposta à sociedade sobre as denúncias de corrupção de deputados do PT e de outros partidos, a ciência de ministros e do próprio Presidente sobre o caso, uma revolta generalizada no congresso como se nenhum deputado soubesse de nada, o objetivo de cassação do mandato do denunciante e a conveniência de respostas programadas para ver se o povo aceita, são uma evidência de que não há coerência, ética e valores em toda a cadeia política. Há exceções como toda regra, mas são apenas exceções. A regra é outra. Rapidamente, como pouco se viu na história do Brasil, a classe inteira de políticos e deputados se uniu contra o denunciante.



Repensar o Poder Público e suas ações é atitude urgente

Ter um norte e nordeste com problemas eternos, os quais todos os brasileiros conhecem, sendo representados, já há muito tempo, por uma legião de conterrâneos no congresso nacional (maioria com 46% das cadeiras, sem contar os nordestinos eleitos pelas
regiões centro-oeste, sudeste, e sul) e ver a desigualdade social aumentar, a cada dia, revela o tamanho da incoerência política com o qual o assunto é tratado. Evidentemente, manter uma população de desinformados e necessitados é uma excelente estratégia política para assegurar pessoas de baixa qualidade no poder. Pela desinformação, é fácil convencê-las da honestidade e competência prometidas. Pela necessidade, é fácil comprá-las com algum calçado, roupa ou comida. E, pelo peso político que os representantes do Poder Público determinaram para a região, num notório desequilíbrio entre as regiões do Brasil, é fácil controlar todo o processo de estagnação dessa parte do país, num Congresso onde a maioria das cadeiras é ocupada por representantes desses Estados. Todas as vezes em que a inversão de valores fica clara no campo político, todos os envolvidos sempre negam as informações, depois voltam atrás, dizem que vão investigar e, mesmo que haja algum culpado, pouco ou nada acontece, vez que, ainda existe uma justiça que não faz a justiça. O ex-deputado Sérgio Naya, absolvido, que o diga. A pobreza moral é maior do que os níveis da pobreza populacional. Nunca se desmatou tanto no país que mostrou políticos do partido do Presidente recebendo dinheiro de madeireiros para liberar o desmanche ilegal da Amazônia. Não há no mundo, taxa de juros com tamanha envergadura. Nunca houve no Brasil um governo com uma variedade tão grande de partidos “aliados”. Por um grotesco inchaço da máquina pública, os impostos chegaram a níveis insuportáveis. Depois da democracia, nunca se falou tanto em calar a boca de pessoas e da imprensa. Cada palavra, cada choro, acaba por revelar uma incoerência entre o que se fala, se sente e, efetivamente, se faz. E a resposta para isso é simplesmente a falta da convivência com os valores de qualidade. Falta essa que é vivida por uma elevadíssima parte da população do país. Reconhecer e trabalhar para encontrar e conviver com honestidade, determinação, respeito, lealdade, igualdade, amizade, caráter, compromisso e liberdade, seria uma tarefa de absoluta prioridade para resgatar, pelo menos, as novas gerações dos podres e a falta de vergonha na cara que a falta desses valores gera.



Cuidados com a criação de cobras

Por todos os lados, a incoerência avança corroendo os valores das pessoas desde o princípio de suas vidas. E esse início é muito importante para a formação da sociedade. Aí está a preocupação de muitos estudiosos. No oriente médio, por exemplo, para uma criança que vive dentro dos conflitos religiosos da região, aos sete anos, como há 2.200 anos, é comum estar armado para enfrentar o inimigo e, para eles, essa é uma atitude perfeitamente normal porque houve uma corrupção séria nos valores sociais. As crianças, nos dias de hoje, vivem o momento mais inteligente que o mundo já experimentou. O volume de informação que elas recebem, diariamente, é 18 vezes maior a cada 2 anos e a internet é a maior responsável por esse volume. Mas inteligência sem valores pode criar o caos. Adolf Ritler era muito inteligente.


2006 – A amnésia latente

Depois de viver as mais constrangedoras situações políticas que poderíamos imaginar, nos preparamos para colocar no poder, numa flagrante condição de autocorrupção, aqueles que foram as estrelas de inesquecíveis momentos. Entre as mais reluzentes, Collor, Paulo Maluf e a imensa constelação que envolve o atual presidente Lula, que, por mais inocente que pareça ser, não tem como escapar da máxima: diga com quem andas e te direi quem és.

domingo, setembro 24, 2006

Colágeno - capa da edição nº 15



COLÁGENO

Saturar a proteína se tornou a mais potente ferramenta para, entre outros benefícios, suprir de elasticidade e firmeza, músculos e pele de quem já passou dos 25 anos.

VIDA NOVA

O colágeno saturado (extrato hidrolisado de pró-colágeno) é uma substância que contém, em alto grau de concentração, um grupo de aminoácidos de extrema importância para o corpo humano. Em maior quantidade, é possível encontrar hidroxiprolina, ácido aspártico, treonina, serina, ácido glutâmico, prolina, glicina, alanina, valina, metionina, isoleucina, leucina, tirosina, fenilalanina, hidroxilisina, lisina, histidina e arginina (no quadro abaixo, verifica-se os benefícios de cada um). Concebido a partir de um método considerado revolucionário no meio científico, sob a patente oficial “Hidrólise Seleto Saturado” HSWS (sigla em inglês), tem como principal diferencial em relação aos colágenos à base de cremes, pílulas e, mesmo, os hidrolisados, o nível de absorção. Enquanto os primeiros alcançam uma absorção máxima de 20%, o saturado é capaz de atingir 99,7%.

Atuação nos tecidos conjuntivos e conectivos

O tecido conjuntivo forma um grande compartimento contínuo que abrange todo o organismo, servindo de estrutura de sustentação para o corpo, contendo vasos sangüíneos e os nervos que suprem as necessidades do organismo. O colágeno distribuído na derme, tendão, ossos, ligamentos, fáscia, cartilagem fibrosa, córnea e o tecido conectivo frouxo, atua na resistência à tensão. Na cartilagem elástica e hialina e nos discos vertebrais, fortalece a resistência à variação de pressão arterial. Nos vasos sangüíneos, parênquimas de órgãos, medula óssea, tecidos linfóides, músculo liso, nervos e pleura, ele atua na manutenção da estrutura e expansibilidade dos órgãos. Na membrana basal e cápsula das lentes oculares, sustenta e serve como filtro. As fibras colágenas são as mais abundantes dentro do tecido conjuntivo e estão presentes em maior número na dentina e nos ossos. Além disso, são flexíveis e têm grande força. Dentro do próprio tecido conectivo é notória a função de elasticidade e tênsil no tecido muscular e articular. No tecido cardiovascular, o colágeno forma uma rede através das artérias dando a elas um maior poder de expansão e protegendo-as de possíveis lesões por excesso de expansão. Outra função importante do colágeno é a sua atuação na agregação, aderência e ativação das plaquetas. Tem ação na primeira etapa da formação do coágulo. Age, ainda, como fator do mecanismo intrínseco para o sangue coagular.

Reparação celular cai a partir dos 25 anos

Várias pesquisas mostram que, por volta dos 20/25 anos, o organismo humano começa a diminuir a produção de colágeno, em contraposição à necessidade constante dessa importante molécula no processo de rejuvenescimento e reparação celular. Aos 60 anos, nosso corpo produz apenas 40 % do colágeno que necessitamos. Com a diminuição do colágeno, os músculos ficam flácidos, a densidade dos ossos diminui, as articulações e ligamentos perdem a elasticidade e a força, a cartilagem que envolve as articulações fica frágil e porosa, com aspecto de almofada. Os cabelos perdem o viço, pois diminui a espessura do fio capilar. Alguns órgãos podem sofrer deslocamento e apresentar mau funcionamento. A pele fica mais fraca, sem elasticidade, culminando em flacidez e no aparecimento de estrias, sendo o ganho de reserva lipídica mais acentuado. Segundo a universidade de Viena, a falta de colágeno no corpo causa endurecimento da bexiga, problemas na próstata e diminuição da fixação de cálcio. Um organismo saudável necessita de colágeno para a manutenção do tônus muscular e, para manter a pele firme, uma reposição diária de aproximadamente 1g por quilo de peso corporal. Quando a alimentação não atende à demanda do corpo, faz-se necessário uma suplementação protéica. Com base nisso, podemos dizer que a administração de colágeno via oral seria ideal para resolver o problema da deficiência provocada no decorrer dos anos de vida. A produção de fibras colágenas implica numa série de eventos, sendo que alguns ocorrem no interior da célula e outros, fora dela.

O super-componente Aloe vera

Um dos componentes ativos do colágeno hidrolisado saturado é a Aloe vera, que traz enormes benefícios para o corpo humano devido às suas propriedades medicinais. Podendo ser usada pelo seu valor nutricional para melhorar nosso estado de bem-estar, é capaz de suprir o corpo humano com a força necessária para combater certas doenças. Estudos têm mostrado que a Aloe vera é rica em polissacarídeos. Os polissacarídeos proporcionam a produção de células de imunidade e possuem propriedades antioxidantes que ajudam as células a se comunicarem entre si. Estudiosos acreditam que os polissacarídeos contribuem para uma boa saúde e a falta deles está relacionada a patologias. Pelo fato do corpo humano parar de produzir esses polissacarídeos na puberdade, é necessário suplementar o organismo com tais componentes para manter a boa saúde. Também encontramos na Aloe vera minerais e vitaminas, como cálcio, magnésio e potássio, vit B1, B2, B6, C, E e A, assim como todos os aminoácidos essenciais e secundários para dar suporte ao nosso corpo em necessidades nutricionais diárias.

AS PRIMEIRAS PESQUISAS

Lesão na coluna levou médico a descobertas sobre eficiência

As investigações do colágeno saturado começaram há, aproximadamente, 10 anos, quando o próprio cientista pioneiro desses estudos sofreu uma lesão na coluna vertebral, ao tentar levantar o motor de um Jet-Ski. Depois de várias consultas em clínicas para dor e reabilitação, por mais de 2 anos, sem resultados, o médico cubano, Dr. Isaac Gonzales Morhaim, partiu para a pesquisa por conta própria. Após vários anos de investigação, nasceu o colágeno 1 e 2, e depois a formulação final do colágeno saturado. Totalmente reabilitado de seu problema na coluna, Dr. Isaac começou a produzir, de modo rudimentar e para uso pessoal, o colágeno saturado. A partir daí, ele começou a compartilhar o produto com seus amigos, os quais, pouco a pouco, começaram a observar resultados não só nas suas dores articulares, como, também na pele, peso corporal e outros. Nesse momento, descobriu-se uma variedade de facetas onde o produto agia com extrema eficiência.

QUADRO DOS PRINCIPAIS AMINOÁCIDOS ENCONTRADOS NO COLÁGENO HIDROLISADO SATURADO

Alanina - Atua no metabolismo da glicose.

Asparagina - É necessária para manter o balanço do sistema nervoso central.

Ac. Aspártico - Aumenta a concentração de histamina, e conseqüentemente, atua na diminuição da fadiga. Protege o fígado por participar do processo de desaminação da amônia. Ele ainda se combina com outros aminoácidos, formando moléculas que capturam as toxinas e as retiram da circulação sangüínea. Ajuda, também, na formação de RNA/DNA.

Citrulina - Atua na elevação do nível de energia. Estimula o funcionamento do sistema imunológico. Pode ser convertida em L-arginina e participa da desaminação da amônia.

Cisteína - Tem um alto conteúdo de enxofre. Esse aminoácido é formado no corpo, tendo como precursor a metionina, sendo que a vitamina B6 é necessária para que a conversão seja efetivada. A cisteína ajuda na retirada de toxinas do organismo, atuando, assim, como protetor das células. É precursora da L- glutationa. É uma das melhores armas contra os radicais livres e trabalha melhor quando em conjunto com o selênio e vitamina E. Protege as células da agressão da radiação, protege o fígado e o cérebro do ataque do álcool e das toxinas provenientes do fumo. A suplementação com cisteína é recomendada no tratamento da artrite reumatóide. Tem característica quelante e atua na remoção do excedente de cobre do corpo. Este aminoácido promove o catabolismo de lipídios e o anabolismo de massa muscular. É muito instável e facilmente convertida em cistina ou cisteína, sendo que cada uma delas oferece vários benefícios.

Cistina - Semelhantemente à cisteína, a cistina tem uma alta concentração de enxofre. Auxilia na formação da pele e é importante no processo de desintoxicação. Reduz a absorção de cobre pelo corpo, protegendo-o de intoxicação por esse metal. Este aminoácido é necessário no processo de cicatrização de queimaduras e em períodos pós-cirúrgicos. Atua como coadjuvante nos processos de restabelecimento do sistema respiratório em patologias como bronquites. Está envolvido na atividade leucocitária e ajuda a aumentar o fornecimento de insulina pelo pâncreas.

Ac. Glutâmico - Participa do metabolismo de açúcar e gorduras, bem como da via metabólica de desaminação em conjunto com a glutamina. Além da glicose, o ácido glutâmico é o único substrato utilizado pelo cérebro durante seu funcionamento. O cérebro converte o ácido glutâmico em um composto que regula a atividade das células cerebrais.

Hidroxiprolina - A hidroxiprolina e a prolina pertencem à família glutamato dos aminoácidos e estão quase exclusivamente associada ao colágeno. Elas estabilizam as triplas hélices protegendo-as da digestão das proteases.

Isoleucina - É necessária para a formação de hemoglobina e na estabilização dos níveis de glicose sangüínea e de energia. É metabolizada no tecido muscular. A carência de isoleucina acarreta sintomas parecidos com o da hipoglicemia.

Leucina - Diminui a taxa de glicose sangüínea. É importante, por promover o processo de reparação dos ossos, pele e tecido muscular. Recomenda-se uma suplementação em processos pré-cirúrgicos.

Lisina - É necessária para o crescimento e desenvolvimento dos ossos nas crianças. Ajuda na absorção de cálcio e na manutenção do balanço nitrogenado nos adultos. Este aminoácido possui, também, a função de ajudar no extermínio de resfriados e do vírus do herpes, na produção de anticorpos, hormônios e enzimas. Ajuda, ainda, na formação de colágeno e na reparação dos tecidos. Assim, atua na construção de massa muscular, sendo muito importante em processos pré e pós-cirúrgicos, e em injúrias vindas da prática de esportes. Diminui o nível de triglicerídios no sangue.

Metionina - É importante no tratamento da febre reumática e na toxemia resultante da gravidez. Atua no metabolismo de quebra de gorduras no fígado e nas artérias.

Fenialanina - É muito usada no tratamento contra a depressão. Produz neurotransmissores, que são usados no cérebro como matéria prima para a fabricação de norepinefrina. Ajuda na memória, no aprendizado, e no controle da obesidade, vez que atua no sistema nervoso central. Diminui a dor relacionada a enxaquecas, menstruações e artrites. Não pode ser consumida por mulheres grávidas.

Prolina - Melhora a textura da pele e ajuda na produção e colágeno, no fortalecimento das articulações, tendões e músculo cardíaco.

Serina - É necessária para o metabolismo de gorduras e ácidos graxos, crescimento de tecido muscular, e boa atuação do sistema imunológico, eis que está envolvida na produção de imunoglobulinas e anticorpos.

Treonina - Ajuda a manter o balanço protéico do corpo. É importante na formação de colágeno e elastina.

Tirosina - É importante no tratamento dos processos de ansiedade, depressão, alergias e cefaléias. Atua na produção de melanina e no funcionamento das glândulas adrenais, tireóide e pituitária. A tirosina pode ser produzida no organismo, tendo como substrato a fenialanina. A carência de tirosina parece ser o início da deficiência de norepinefrina localizada especificamente no cérebro, que resulta em depressão e problemas de humor. A tirosina é utilizada, também, na síntese de epinefrina e dopamina.

Triptofano - É vital para a produção de niacina. Atua nos processos de tratamento de insônia, sendo utilizado pelo cérebro para a produção de serotonina, necessária para o estabelecimento do sono normal. Pode ser utilizado para aliviar o estresse e controlar a hiperatividade das crianças. É efetivo no controle do peso e no aumento da secreção do hormônio de crescimento. É necessário para a produção de vitamina B6.

Valina - Tem um efeito estimulante. A deficiência resulta em balanço nitrogenado negativo.

Arginina - Atua no aumento da produção de esperma nos homens, na diminuição do crescimento de tumores benignos e malignos, na desintoxicação hepática, aumenta a secreção do hormônio de crescimento e no funcionamento eficiente do sistema imunológico. Esse aminoácido é importante na síntese protéica e no crescimento dos tecidos. Observa-se uma diminuição das reservas lipídicas quando há presença da arginina e um aumento da massa muscular magra. Aumenta ainda a produção de colágeno. É eficiente nas afecções hepáticas como cirrose ou esteatose. A carência de arginina causa irritação da pele, queda e quebra de cabelos, má cicatrização, gordura hepática, cirrose e coma hepático.

Glicina - A glicina ajuda a diminuir a taxa de gordura no sangue e tem efeito de baixar os níveis de triglicerídios. A glicina ajuda, também, na cicatrização de feridas. É necessária para o funcionamento do sistema nervoso central e da próstata.

Histidina - Atua especialmente no crescimento e reparo dos tecidos. É utilizada no tratamento de alergias, artrite reumatóide e anemia. Participa da produção de eritrócitos.


Resultados

A professora de tênis e orientadora de saúde preventiva, Izabelita Mazzoco de 53 anos, conta que esteve incapacitada de trabalhar por longos 4 anos, usando tipóia por causa de uma inflamação crônica dos tendões, devido o uso excessivo e repetitivo da raquete. Depois de haver consultado inúmeros médicos, inclusive um dos melhores especialistas do Brasil, do Rio Grande do Sul, passou a consumir antiflamatórios, corticóides e cortisonas. A melhora era paliativa e tinha um efeito colateral sério, qual seja, a intoxicação do fígado. Em um congresso de medicina preventiva, conheceu a formulação do colágeno saturado. Segundo Izabelita, partindo do princípio que colágeno e elastina são as bases de sustentação do tecido conjuntivo, cartilagens e tendões e que, com o passar dos anos, a degradação é grande, e que nos alimentos quase não existe a substância, ela decidiu experimentar. Hoje, voltou a praticar tênis e mais, está fazendo natação, voleibol e musculação. Seu filho, portador da Síndrome de Noonam, onde uma das características é o atrofiamento muscular, passou a tomar o produto regularmente e está recuperando a composição normal da área afetada. Os resultados da ação do colágeno saturado costumam aparecer no tônus muscular e na revitalização da pele, em apenas 30 dias. Mas há casos em que nada acontece nos 3 primeiros meses. De qualquer modo, as pesquisas indicam que há ação da substância, internamente, a partir de sua ingestão. Como não há colágeno de origem vegetal, a fonte do produto é de origem animal, e os bovinos são os que melhor, bioquimicamente, sintetizam precursores de colágeno. A combinação da origem com o processo da saturação é que parece garantir resultados tão animadores. Segundo os cientistas, o colágeno não é absorvido satisfatoriamente pelo organismo humano sem que passe pelos caminhos da saturação. Giovanni Cupolillo Ferreira, 15 anos, atleta de alto rendimento, Campeão Carioca e Vice-Campeão Brasileiro de Judô em 2005, vivia com problemas alérgicos que se desenvolveram a um nível de prejudicar de forma significativa o seu desempenho nas competições. A mãe, depois de procurar soluções na medicina ortomolecular e, também, em imunologistas, resolveu enfrentar o problema com o colágeno saturado. Segundo ela, a alergia não só foi resolvida, como, também, houve uma notória melhora na musculatura (definição), aceleração do processo intelectual e um aumento significativo na disposição corporal de Giovanni. Ela garante que os excelentes resultados do filho nas competições estão ligados ao uso do colágeno saturado. O médico argentino Dr. Lincoln Montenegro conta que os resultados com uma paciente de 63 anos surpreen-deram a muitos, inclusive a ele. Montenegro revelou que, com o uso contínuo, houve uma sensível melhora na musculatura e expressivos enrijecimentos dos seios, nádegas e paredes vaginais. A surpresa ficou por conta da idade da paciente e o nível de recuperação das fibras. O resultado dos testes no próprio médico, de 50 anos, se mostrou excelente e muito rápido, mas, nem sempre é assim. Pode demorar até 3 meses para que os benefícios sejam visíveis a olho nú.


Cuidados

A comunidade médica internacional não considera o colágeno saturado um remédio. Apesar de já ser indicado como solução em muitos consultórios, principalmente nos EUA, ele está classificado como um alimento complementar. Há restrições quanto ao uso da substância pelas mulheres grávidas, crianças menores de um ano, crianças em idade púbere, pessoas alérgicas ao colágeno em geral e insuficiência renal crônica ou cirrose hepática descompensada. Qualquer dosagem para consumo deve ser avaliada antes por um médico. O colágeno é uma reposição, portanto, para que a ação do produto se mantenha é preciso, também, que o uso seja de forma constante. Outra coisa importante é entender as diferenças entre os produtos denominados colágeno. Existem os cremes, que têm absorção mínima, os hidrogenados, com absorção máxima de 20%, e o colágeno hidrogenado saturado, com absorção de entre 99,7%. A observação serve como referência para não adquirir um produto que não corresponda ao colágeno saturado. Tal produto é fabricado somente nos EUA e apenas uma empresa em todo o mundo tem a patente. Para o Brasil, existem importações regulares e a empresa responsável atende pelos telefones: 0800 644 3049 ou 0800 703 8356.

sábado, setembro 23, 2006

Biotecnologia - capa da edição nº 14

BIOTECNOLOGIA - A realidade produtiva brasileira e a chance real de trocar o trabalho braçal pela lucratividade intelectual

Em mais um discurso repleto de emoções, o presidente Lula cantou a pedra: “precisamos exportar inteligência” - certíssimo! Desde a sua descoberta, o Brasil vem se comportando mal quando o assunto são recursos intelectuais. Praticamente todas as nossas exportações estão baseadas no trabalho braçal. Para entendermos bem o que isso significa, pense no seguinte: o Brasil exporta 1 tonelada de ferro por 22 dólares, enquanto nós chegamos a pagar dezenas de milhares de reais em apenas 1 cd de software - programas de computador que contém uma solução inteligente. O custo real do cd não supera 23 centavos, o resto é o que pagamos pela inteligência embutida no produto. Quando produzimos nossas toneladas de ferro, estamos mexendo em recursos naturais que não voltam mais, envolvendo dezenas de trabalhadores, um custo fenomenal de frete e ainda corremos o risco de pagar uma multa ao comprador, que supera o valor da exportação, caso o navio cargueiro atrase a entrega. Veja que toda essa manobra requer apenas trabalho braçal e essa é a diferença quando falamos em exportar inteligência. Para que você sinta na pele o quanto isso é problemático, toda vez que for comprar um software, pense em quantas toneladas de ferro estão sendo trocadas nessa operação.

A teoria universitária versus a rentabilidade da produção

Voltando à fala do presidente. Há uma dúvida quando ele completa o raciocínio - “temos que investir nas universidades”. A pergunta que segue é: quem, como e para quê? O reitor da Universidade Estadual de Campinas, Carlos Henrique Brito Cruz, defende que o investimento em universitários deveria ser feito por companhias privadas, com a manutenção do jovem cientista nas empresas, desenvolvendo projetos e colocando em prática o seu conhecimento em algo que tivesse chance de se tornar produtivo e rentável. O pensamento do reitor tem a ver com o que a neurocientista do Hospital Sara Kubitscheck, de Brasília, Dra. Lúcia Willadino Braga, diz com relação à memorização: a memória humana não retém a informação por muito tempo. Se a pessoa não põe em prática o que ela aprende, a tendência é esquecer aquilo que aprendeu. Juntando as informações é possível verificar a enorme perda de tempo e recursos financeiros depositados em uma educação essencialmente teórica.

Cientistas auto-exportados e prejuízos intelectuais

Todo projeto inteligente precisa de grupos de trabalho para desenvolvê-lo em situações produtivas. Quando nosso cientista, trabalhador, autodidata, percebe que está falando sozinho é ele mesmo quem promove a sua auto-exportação. Em SPP nº 10, na matéria sobre Nicolau Nicolélis, renomado neurocientista brasileiro, referência mundial em técnicas de desenvolvimento da força da mente, residente nos EUA, toda essa trajetória se apresenta de forma muito clara. Há 20 anos, sem ter saída para desenvolver seu trabalho, Nicolélis se auto-exportou para ser um assalariado do Pentágono americano, e assim, poder avançar, de forma prática, em seu trabalho. Hoje, essa mesma trajetória estilo “auto-eject” é feita pelos raros e desbravadores novos cientistas. Raros porque só podemos considerar aí, quem quer realmente trabalhar em esferas produtivas, práticas e de risco. Brasília atualmente é considerada a melhor educação do país. Para ter esse mérito, as escolas da capital receberam injeções monumentais de dinheiro vindo do setor público, através do funcionalismo que pagou por dezenas de anos a educação dos filhos da cidade. Praticamente toda essa turma, na maioria influenciada pelos pais, objetivou passar em concursos públicos para aproveitar as benesses da eterna estabilidade. Quando a meta é alcançada, os esforços que fizemos para formar universitários de primeira, tremendamente capacitados, acabam atrás de um gabinete de algum órgão público, em lugares onde, ao Brasil, não vai ser gerado nenhum real pelo resto da vida, pelo contrário. Veja, tudo indica que o nosso capital inteligente morreu ali. Pior do que isso é o fato de que os vencimentos de toda equipe estatal serão pagos através de fervorosos impostos, gerados pelo capital braçal, num processo de escravidão velada e jamais discutida. Em se tratando de recursos financeiros o Brasil está por fora. Nossa economia equivale a 1,9% do volume mundial. Pouquíssimo para quem tem tanta riqueza natural. Mas essa realidade pode ser mudada radicalmente através da Biotecnologia. Saiba como.

Biodiversidade, um trunfo inato

O Brasil já nasceu com uma biodiversidade monumental. Um vasto campo de trabalho baseado nas informações provenientes da natureza é o caminho apontado por muitos pesquisadores e especialistas para o país criar produtos alimentícios, energéticos e medicinais, concebidos sob a tutela intelectual dos nossos cientistas. Com isso é possível gerar patentes poderosas em termos de eficácia e de alto valor financeiro. O mundo, ávido por soluções baseadas na produção natural, pura e autosustentável, é a meta. A Ser In Natura, uma organização não-governamental, vem desenvolvendo meios de promover projetos onde a natureza seja o principal objeto de pesquisa e exploração inteligente. Produtos como o “Qi em fibras”, produzido a partir de orientação médica, e já recomendado a pacientes diabéticos, obesos e com problemas de cicatrização interna por conta de úlcera e gastrite, já estão surgindo sob a coordenação de implantação da referida ONG. “Qi em fibras” se trata de uma farinha que mistura raiz e frutas nascidas nos nossos quintais, embaixo dos nossos narizes. O esforço da instituição está em unir a vocação agrícola brasileira, à tecnologia obtida com a experiência de grandes produtores e ao talento de nossos cientistas para desenvolver produtos mundialmente inéditos. Existem empresas genuinamente brasileiras que desenvolvem a biotecnologia, de mudança para o exterior. É o caso da Natuenergy, empresa que está desenvolvendo produtos revolucionários como o Collagen Supreme que atua em processos de emagrecimento, trofismo muscular, diminuição da reserva lipídica excessiva do organismo, fortalecimento das articulações, diminuição das dores nas afecções ósteo-musculares (bursites, LER, fibromialgia, artrite, artroses), regeneração colágena das estruturas corporais, melhora da qualidade de sono, aumento do tônus e elasticidade da pele, melhora da aparência dos cabelos e unhas, melhora do bem-estar geral e redução de estrias na pele. Reverter o quadro de auto-exportação de empresas desse nível, que desenvolvem produtos tão promissores, é uma das vertentes de trabalho da Ser In Natura. A organização desenvolveu um projeto que promove a agricultura orgânica - produtos sem agrotóxicos ou aditivos químicos através da realização de feiras, focando a pesquisa biotecnológica sem manipulação genética, fomentando a concepção de produtos nessa linha. Montou uma loja/escola, que objetiva vender refeições, lanches e produtos frutos da biotecnologia, além de treinar profissionais de baixa renda selecionados pelo Senac, buscando semear neles o empreendedorismo. Até na linha do turismo, a ONG está desenvolvendo trabalhos usando a natureza como a estrela principal.

Inúmeras fontes de pesquisa

Uma recente análise feita por um instituto americano constatou 4 mil genomas diferentes por grama de solo, os quais variam de um lugar para o outro. Alguns parecem representar novas e importantes categorias taxonômicas. Há uma vasta diversidade de micróbios sobre os quais nada sabemos que podem agir como elementos reguladores em produções orgânicas com muito mais eficácia do que qualquer agrotóxico. Descobriu-se que os solos abrigam uma microflora complexa e, em grande parte, desconhecida, possibilitando um estudo sem fim e bastante promissor em termos da exploração natural autosustentada. O pesquisador Donald Worters disse o seguinte: “Nós não podemos fabricar o solo com um tanque de produtos químicos, assim como não podemos inventar uma floresta tropical nem produzir um único pássaro”. É hora de rever o que estamos fazendo com os nossos recursos naturais.

Recursos naturais onde não se imagina

Na Flórida, EUA, já há investimentos de grosso calibre para se produzir um gás rico em hidrogênio, produzido da casca de laranja sobra das indústrias de sucos da região. São cerca de 8 milhões de toneladas por ano, que a empresa Ener1 vai transformar em energia para células de combustível. O Brasil é o maior exportador de suco de laranja, sendo responsável por 52% da produção mundial. Imagine desenvolver biotecnologia sobre um volume dessa proporção. Estaríamos agregando imensuráveis valores intelectuais àquilo que um dia foi resultado de um imenso trabalho braçal.

Biossegurança

O termo poderia estar restrito à referência ao conjunto de normas e procedimentos destinados a evitar a entrada de agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas) em rebanhos, plantações e hospitais, bem como controlar sua disseminação entre os diferentes setores ou grupos agropecuários e agrícolas dentro do sistema de produção. Porém, deve ser aplicado, também, à proteção da natureza brasileira e sua imensa diversidade de produção e de pesquisa em todas as áreas correlacionadas. Biossegurança deve ter como principal alvo conceitual a Biopirataria. Segundo a Agência Paranaense de Propriedade Industrial, O European Patent Office (Epo), órgão responsável pelo registro de patentes na União Européia (UE), iniciou o processo de avaliação do pedido de patente da “produção e do uso da gordura da semente do cupuaçu”, encaminhado pela empresa multinacional japonesa Asahi Foods. Na prática, esta patente daria à empresa, que já detém o registro do nome "cupuaçu" para várias classes de produtos, o direito sobre a produção e a comercialização do cupulate, o chocolate produzido a partir da semente do cupuaçu, explica Michael Schmidlehner, presidente da Ong AmazonLink.org, que vem denunciando casos de biopirataria envolvendo o cupuaçu, o açaí e a ayahuasca, entre outros.

Inteligência para defender recursos mais valiosos que o petróleo

Foi com muita surpresa que a nação brasileira viu a mídia local e internacional anunciar a localização de uma célula da Al-Qaeda em Foz do Iguaçu/PR. Não menos chocante foi a notícia de que o Brasil estaria produzindo urânio enriquecido para a produção de combustíveis para armas atômicas. Foram descobertas do serviço secreto americano, o mesmo que assombrou o mundo sobre as armas químicas do Iraque. Biossegurança tem tudo a ver com isso. Nenhum país do mundo, mas talvez os EUA, poderia enfrentar uma liga mundial na busca de recursos naturais cada vez mais escassos no planeta. Da mesma forma que o petróleo é um elemento suficientemente forte para organizar frentes em prol da libertação do povo iraquiano, a água é motivo mais que justo para retirar do Brasil a tutela sob um imenso volume de água potável que se encontra no lençol freático do sul do Piauí, com o norte de Tocantins e o oeste da Bahia, num grande aqüífero chamado Guarani, que alimenta três grandes rios brasileiros, o São Francisco, o Tocantins e o Parnaíba, encravado no sertão do Piauí, rio que só é perene, devido a este aqüífero que tem um volume de mais de 50 quatrilhões de metros cúbicos de água. A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), através da Campanha da Fraternidade de 2004, Água: Fonte de Vida, propôs ao Governo Federal, a reformulação da lei 9.433 de 8 de Janeiro de 1997, que institui a política dos recursos hídricos. A instituição promoveu um abaixo-assinado para uma lei do Patrimônio Hídrico Brasileiro, reunindo mais de 500 mil assinaturas. O Brasil é um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global, dispondo de um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab/ano contra a média de 6.000 m3/hab/ano no mundo. Segundo a equipe da Unicamp/SP, ao calcular-se a razão entre a quantidade total de água doce em rios e lagos, 126.200 km3, e o volume anual utilizado pelo homem, 2.900 km3, obtém-se um tempo de circulação de 44 anos, que é bastante inferior ao tempo de sua renovação em escala global, indicando uma tendência de a água se tornar um recurso cada vez mais escasso. O assunto é sério, e equívocos maiores do que os das armas químicas no Iraque podem continuar ocorrendo.

FAHRENHEIT 9/11

Mesmo censurado, o documentário que desafiou a Casa Branca faturou mais de 98 milhões de dólares sónas bilheterias dos cinemas americanos é um dos mais incríveis documentários já feitos no cinema mundial. A partir de minuciosas pesquisas, o autor, Michael Moore, foi apresentando cenas e fatos verídicos de impressionar qualquer desavisado. O início mostra como toda a mídia e institutos de pesquisas americanos, que já consideravam o candidato de Clinton à presidência dos Estados Unidos, Al Gore, como o vencedor das eleições, foram pegos de surpresa quando a FOX, uma TV comandada pelo primo de Bush, anunciou a vitória dele na Flórida, o que lhe daria o mandato, a partir de uma farsa, incluindo aí, a suprema corte norte americana. Depois, conta a história da relação entre a família Bush e a família Bin Laden, parceiras comerciais durante 2 décadas, sendo que a principal mercadoria que envolvia as duas famílias era o petróleo. É de arrepiar conhecer os motivos que fizeram o dinheiro árabe, da família Bin Laden, manter inúmeras empresas de extração do ouro preto, que nasceram e morreram sob a direção de George W. Bush, o atual presidente americano. Mais interessante ainda é o final, quando são revelados os verdadeiros interesses no Iraque. É um filme esclarecedor e está nas locadoras.

NATUROPATIA - A biomedicina aplicada a partir de orgânicos mostra-se uma ciência de futuro

Segundo o Dr. Lincoln Montenegro, médico formado pela Universidade de Buenos Aires e especializado em Naturopatia, esta é uma ciência que pode revolucionar tudo o que conhecemos sobre medicina. Parece alguma coisa meio que relacionada a “naturebas”, mas não é bem isso. Com mais de 28 anos de experiência no assunto, o Dr. Lincoln conta que a má qualidade da alimentação é o principal motivo que leva as pessoas à enfermidades em níveis de alta complexidade de compreensão. Um problema de coluna, por exemplo, pode estar ligado a inchaços abdominais provocados por gases gerados por folhas de saladas que consumimos inocentemente. Esse inchaço mexe com os órgãos abdominais que pressionam os ossos da bacia, que, por sua vez, desalinham as articulações e provocam incontroláveis dores na coluna. Para se ter uma idéia da importância dessa operação, um simples realinhamento da bacia pode curar a impotência de um homem ou aliviar por completo reações ligadas à TPM feminina. A volta da cultura de alimentos orgânicos pode representar a solução de inúmeros casos de enfermidades causadas por adição de elementos químicos, hormônios e antibióticos presentes na maioria dos produtos que consumimos hoje. Por exemplo, o frango comum, não orgânico, é rico em hormônios aplicados para proporcionar crescimento, que atingem em cheio o humor das mulheres durante a TPM. Outra coisa interessante é o volume de agrotóxicos nas frutas e verduras misturados com a genética agropecuária e umas pitadas de sal e de açúcar refinado no cardápio do dia-a-dia. É uma composição que se mostra completamente química e nos faz parecer comendo uma fórmula de laboratório. O caso da nutricionista, Maria das Graças, de 51 anos que procurou o Dr. Lincoln, é daqueles de impressionar. Vinda de duas cirurgias sem sucesso na coluna, ela se submeteu ao tratamento Naturopata para curar, além da coluna, mais uma série de enfermidades com origem na alimentação. Coisas do tipo úlcera gástrica, gastrite aguda, reumatismo e descalcificação óssea. Com cura total, o tratamento proporcionou à paciente um novo entendimento sobre a importância da qualidade do que se come e não o tipo de comida em si.

Cabelos molhados e dores nas articulações, tudo a ver

Depois do banho, muitas mulheres de cabelos cheios e compridos os mantêm molhados. O frio que isso proporciona é intenso e faz contrair, mesmo que involuntariamente, os músculos da região lombar, pressionando as articulações da coluna que acabam inflamando. Sem saber o que está acontecendo, as mulheres vão entrando num estado de irritação à beira do estresse e muitas procuram as massagens musculares como forma de tentar um alívio. O problema é que, nesse caso, a origem da dor está nas articulações inflamadas. Segundo Lincoln, o infravermelho é um senhor instrumento para aliviar as dores de imediato. Aliando à quiropraxia, especialidade que cuida da melhora dos movimentos articulares, quem sofre do problema pode resolver a questão em apenas 1 sessão de tratamento.
Fonte: Dr. Lincoln Motenegro Coppa - (61) 3343 3758

O mercado promissor dos produtos orgânicos

Já existem no Brasil várias iniciativas para fomentar a produção orgânica. Com um olho no mercado local e outro no internacional, produtores começam a se organizar por todo o país para produzir e vender saúde. Joe Valle, presidente do sindicato dos produtores orgânicos do DF, vem fazendo um trabalho de incentivo e parceria entre os produtores da região para fazer crescer a produção e o mercado. Com muita empolgação. Joe e alguns produtores levaram à Alemanha, em uma feira internacional de produtos orgânicos, as novidades brasileiras para o setor. Conhecedor da dificuldade de entendimento sobre os produtos por parte da população em geral, ele desenvolveu um programa chamado “Mundo Orgânico”, que mostra, num estilo simples e direto, a importância desse tipo de produção para o futuro agrícola do país. Hoje, com cerca de 1,5% da produção mundial de orgânicos, o Brasil precisa se informar, promover e difundir informações sobre essa cultura. Na Alemanha, além de ter supermercados inteiros só com produtos com certificação orgânica, existem coisas do tipo comida orgânica para cachorro. Isso revela o quanto o europeu em geral já entendeu sobre a importância da qualidade da alimentação. No Brasil, pelo tamanho e capacidade de representatividade mundial, pouco se fala sobre o assunto. Ele chega a ser irrelevante em certos casos.

Feira de produtos orgânicos poderia gerar frutos

A Ser In Natura, ONG já comentada no início da matéria, planejou uma estratégia de fomentação do conhecimento e consumo de produtos orgânicos, não portadores de agrotóxicos, através de uma feira de produtos dessa linha, localizada no Sudoeste, bairro nobre de Brasília, em frente à loja/escola Pura Energia, usada pela instituição para vender refeições, lanches e sucos saudáveis, além de desenvolver, de modo prático, profissionais para o empreendedorismo. A feira funcionou durante 3 semanas, aos sábados, quando foi fechada pela administração do bairro. Depois de vários e insistentes pedidos oficiais (com apresentação por inteiro do projeto da ONG) pela reabertura da feira e negativas na mesma quantidade, a loja iniciou um abaixo assinado para que a feira pudesse retornar. As assinaturas já começaram a preencher seus espaços e demonstram que há gente preocupada com a difusão de produtos mais saudáveis. A alegação da administração para que a feira fosse fechada usou como base o posicionamento do ministério público, que não permite quiosques em espaço público, o que não confere exatamente com o que se vê no bairro. Pontos do tipo chaveiros, táxi, ambulantes em geral, lavagens, stands de venda imobiliária e tendas espalhadas pelas comerciais do bairro demonstram que a orientação do MP tem as suas exceções. Mesmo sendo oferecido à administração o pagamento de uma taxa referente ao uso do metro quadrado, do mesmo modo que são concedidas autorizações para placas e painéis de publicidade, não houve liberação do espaço. Essa situação ilustra bem o que ocorre no Brasil. Imagine empreender um Viaduto de Millau por aqui!

Brasília, o capital intelectual e a responsabilidade da cidade

Na capital, estão os principais órgãos federais e o congresso, que viabilizam ou não projetos que podem significar o sucesso do país na área da biotecnologia. Além disso, abriga cabeças de capacidade reconhecida, mas que, operando abaixo da sua real possibilidade, acabam por não produzir efeito dentro da necessitada sociedade. O caso das estradas e portos que não recebem investimentos há muito tempo, prejudicando, de modo significativo, as exportações do capital braçal brasileiro, que sustentam uma gigantesca estrutura estatal, ilustram bem o tipo de condução e o nível da inteligência aplicada no processo. Para que a oportunidade de exploração da biotecnologia e todas as suas ramificações de negócios sejam aproveitadas, é importante que as pessoas inteligentes da capital comecem a se reunir, discutir e viabilizar esse proveito. É importante salientar que existe um tempo para que tomemos as decisões. Esse tempo é muito curto porque enquanto pensamos no assunto, nossa biodiversidade vai sendo consumida, seja em forma de criminosas queimadas, ou pela astúcia de concorrentes com visão de futuro que estão dentro do Brasil, registrando, patenteando e negociando no mundo, o que nosso país nos deu através de nossa rica terra. Quando se fala em capital intelectual, há uma referência clara ao uso do intelecto em prol de uma sociedade carente que não pode perder esse bonde da história. São 500 anos de trabalho braçal e é hora de mudar isso. O Lago Sul, em Brasília, tem o mais alto IDH - índice de desenvolvimento humano - do planeta e 3 outras regiões da cidade figuram entre as 10 mais avançadas do mundo. É o topo. Já está bom. É preciso agora cuidar do país. Em boa hora, seria interessante que os filhos de Brasília devolvessem à cidade, com riquezas reais, todo investimento feito neles.