sábado, setembro 23, 2006

Biotecnologia - capa da edição nº 14

BIOTECNOLOGIA - A realidade produtiva brasileira e a chance real de trocar o trabalho braçal pela lucratividade intelectual

Em mais um discurso repleto de emoções, o presidente Lula cantou a pedra: “precisamos exportar inteligência” - certíssimo! Desde a sua descoberta, o Brasil vem se comportando mal quando o assunto são recursos intelectuais. Praticamente todas as nossas exportações estão baseadas no trabalho braçal. Para entendermos bem o que isso significa, pense no seguinte: o Brasil exporta 1 tonelada de ferro por 22 dólares, enquanto nós chegamos a pagar dezenas de milhares de reais em apenas 1 cd de software - programas de computador que contém uma solução inteligente. O custo real do cd não supera 23 centavos, o resto é o que pagamos pela inteligência embutida no produto. Quando produzimos nossas toneladas de ferro, estamos mexendo em recursos naturais que não voltam mais, envolvendo dezenas de trabalhadores, um custo fenomenal de frete e ainda corremos o risco de pagar uma multa ao comprador, que supera o valor da exportação, caso o navio cargueiro atrase a entrega. Veja que toda essa manobra requer apenas trabalho braçal e essa é a diferença quando falamos em exportar inteligência. Para que você sinta na pele o quanto isso é problemático, toda vez que for comprar um software, pense em quantas toneladas de ferro estão sendo trocadas nessa operação.

A teoria universitária versus a rentabilidade da produção

Voltando à fala do presidente. Há uma dúvida quando ele completa o raciocínio - “temos que investir nas universidades”. A pergunta que segue é: quem, como e para quê? O reitor da Universidade Estadual de Campinas, Carlos Henrique Brito Cruz, defende que o investimento em universitários deveria ser feito por companhias privadas, com a manutenção do jovem cientista nas empresas, desenvolvendo projetos e colocando em prática o seu conhecimento em algo que tivesse chance de se tornar produtivo e rentável. O pensamento do reitor tem a ver com o que a neurocientista do Hospital Sara Kubitscheck, de Brasília, Dra. Lúcia Willadino Braga, diz com relação à memorização: a memória humana não retém a informação por muito tempo. Se a pessoa não põe em prática o que ela aprende, a tendência é esquecer aquilo que aprendeu. Juntando as informações é possível verificar a enorme perda de tempo e recursos financeiros depositados em uma educação essencialmente teórica.

Cientistas auto-exportados e prejuízos intelectuais

Todo projeto inteligente precisa de grupos de trabalho para desenvolvê-lo em situações produtivas. Quando nosso cientista, trabalhador, autodidata, percebe que está falando sozinho é ele mesmo quem promove a sua auto-exportação. Em SPP nº 10, na matéria sobre Nicolau Nicolélis, renomado neurocientista brasileiro, referência mundial em técnicas de desenvolvimento da força da mente, residente nos EUA, toda essa trajetória se apresenta de forma muito clara. Há 20 anos, sem ter saída para desenvolver seu trabalho, Nicolélis se auto-exportou para ser um assalariado do Pentágono americano, e assim, poder avançar, de forma prática, em seu trabalho. Hoje, essa mesma trajetória estilo “auto-eject” é feita pelos raros e desbravadores novos cientistas. Raros porque só podemos considerar aí, quem quer realmente trabalhar em esferas produtivas, práticas e de risco. Brasília atualmente é considerada a melhor educação do país. Para ter esse mérito, as escolas da capital receberam injeções monumentais de dinheiro vindo do setor público, através do funcionalismo que pagou por dezenas de anos a educação dos filhos da cidade. Praticamente toda essa turma, na maioria influenciada pelos pais, objetivou passar em concursos públicos para aproveitar as benesses da eterna estabilidade. Quando a meta é alcançada, os esforços que fizemos para formar universitários de primeira, tremendamente capacitados, acabam atrás de um gabinete de algum órgão público, em lugares onde, ao Brasil, não vai ser gerado nenhum real pelo resto da vida, pelo contrário. Veja, tudo indica que o nosso capital inteligente morreu ali. Pior do que isso é o fato de que os vencimentos de toda equipe estatal serão pagos através de fervorosos impostos, gerados pelo capital braçal, num processo de escravidão velada e jamais discutida. Em se tratando de recursos financeiros o Brasil está por fora. Nossa economia equivale a 1,9% do volume mundial. Pouquíssimo para quem tem tanta riqueza natural. Mas essa realidade pode ser mudada radicalmente através da Biotecnologia. Saiba como.

Biodiversidade, um trunfo inato

O Brasil já nasceu com uma biodiversidade monumental. Um vasto campo de trabalho baseado nas informações provenientes da natureza é o caminho apontado por muitos pesquisadores e especialistas para o país criar produtos alimentícios, energéticos e medicinais, concebidos sob a tutela intelectual dos nossos cientistas. Com isso é possível gerar patentes poderosas em termos de eficácia e de alto valor financeiro. O mundo, ávido por soluções baseadas na produção natural, pura e autosustentável, é a meta. A Ser In Natura, uma organização não-governamental, vem desenvolvendo meios de promover projetos onde a natureza seja o principal objeto de pesquisa e exploração inteligente. Produtos como o “Qi em fibras”, produzido a partir de orientação médica, e já recomendado a pacientes diabéticos, obesos e com problemas de cicatrização interna por conta de úlcera e gastrite, já estão surgindo sob a coordenação de implantação da referida ONG. “Qi em fibras” se trata de uma farinha que mistura raiz e frutas nascidas nos nossos quintais, embaixo dos nossos narizes. O esforço da instituição está em unir a vocação agrícola brasileira, à tecnologia obtida com a experiência de grandes produtores e ao talento de nossos cientistas para desenvolver produtos mundialmente inéditos. Existem empresas genuinamente brasileiras que desenvolvem a biotecnologia, de mudança para o exterior. É o caso da Natuenergy, empresa que está desenvolvendo produtos revolucionários como o Collagen Supreme que atua em processos de emagrecimento, trofismo muscular, diminuição da reserva lipídica excessiva do organismo, fortalecimento das articulações, diminuição das dores nas afecções ósteo-musculares (bursites, LER, fibromialgia, artrite, artroses), regeneração colágena das estruturas corporais, melhora da qualidade de sono, aumento do tônus e elasticidade da pele, melhora da aparência dos cabelos e unhas, melhora do bem-estar geral e redução de estrias na pele. Reverter o quadro de auto-exportação de empresas desse nível, que desenvolvem produtos tão promissores, é uma das vertentes de trabalho da Ser In Natura. A organização desenvolveu um projeto que promove a agricultura orgânica - produtos sem agrotóxicos ou aditivos químicos através da realização de feiras, focando a pesquisa biotecnológica sem manipulação genética, fomentando a concepção de produtos nessa linha. Montou uma loja/escola, que objetiva vender refeições, lanches e produtos frutos da biotecnologia, além de treinar profissionais de baixa renda selecionados pelo Senac, buscando semear neles o empreendedorismo. Até na linha do turismo, a ONG está desenvolvendo trabalhos usando a natureza como a estrela principal.

Inúmeras fontes de pesquisa

Uma recente análise feita por um instituto americano constatou 4 mil genomas diferentes por grama de solo, os quais variam de um lugar para o outro. Alguns parecem representar novas e importantes categorias taxonômicas. Há uma vasta diversidade de micróbios sobre os quais nada sabemos que podem agir como elementos reguladores em produções orgânicas com muito mais eficácia do que qualquer agrotóxico. Descobriu-se que os solos abrigam uma microflora complexa e, em grande parte, desconhecida, possibilitando um estudo sem fim e bastante promissor em termos da exploração natural autosustentada. O pesquisador Donald Worters disse o seguinte: “Nós não podemos fabricar o solo com um tanque de produtos químicos, assim como não podemos inventar uma floresta tropical nem produzir um único pássaro”. É hora de rever o que estamos fazendo com os nossos recursos naturais.

Recursos naturais onde não se imagina

Na Flórida, EUA, já há investimentos de grosso calibre para se produzir um gás rico em hidrogênio, produzido da casca de laranja sobra das indústrias de sucos da região. São cerca de 8 milhões de toneladas por ano, que a empresa Ener1 vai transformar em energia para células de combustível. O Brasil é o maior exportador de suco de laranja, sendo responsável por 52% da produção mundial. Imagine desenvolver biotecnologia sobre um volume dessa proporção. Estaríamos agregando imensuráveis valores intelectuais àquilo que um dia foi resultado de um imenso trabalho braçal.

Biossegurança

O termo poderia estar restrito à referência ao conjunto de normas e procedimentos destinados a evitar a entrada de agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas) em rebanhos, plantações e hospitais, bem como controlar sua disseminação entre os diferentes setores ou grupos agropecuários e agrícolas dentro do sistema de produção. Porém, deve ser aplicado, também, à proteção da natureza brasileira e sua imensa diversidade de produção e de pesquisa em todas as áreas correlacionadas. Biossegurança deve ter como principal alvo conceitual a Biopirataria. Segundo a Agência Paranaense de Propriedade Industrial, O European Patent Office (Epo), órgão responsável pelo registro de patentes na União Européia (UE), iniciou o processo de avaliação do pedido de patente da “produção e do uso da gordura da semente do cupuaçu”, encaminhado pela empresa multinacional japonesa Asahi Foods. Na prática, esta patente daria à empresa, que já detém o registro do nome "cupuaçu" para várias classes de produtos, o direito sobre a produção e a comercialização do cupulate, o chocolate produzido a partir da semente do cupuaçu, explica Michael Schmidlehner, presidente da Ong AmazonLink.org, que vem denunciando casos de biopirataria envolvendo o cupuaçu, o açaí e a ayahuasca, entre outros.

Inteligência para defender recursos mais valiosos que o petróleo

Foi com muita surpresa que a nação brasileira viu a mídia local e internacional anunciar a localização de uma célula da Al-Qaeda em Foz do Iguaçu/PR. Não menos chocante foi a notícia de que o Brasil estaria produzindo urânio enriquecido para a produção de combustíveis para armas atômicas. Foram descobertas do serviço secreto americano, o mesmo que assombrou o mundo sobre as armas químicas do Iraque. Biossegurança tem tudo a ver com isso. Nenhum país do mundo, mas talvez os EUA, poderia enfrentar uma liga mundial na busca de recursos naturais cada vez mais escassos no planeta. Da mesma forma que o petróleo é um elemento suficientemente forte para organizar frentes em prol da libertação do povo iraquiano, a água é motivo mais que justo para retirar do Brasil a tutela sob um imenso volume de água potável que se encontra no lençol freático do sul do Piauí, com o norte de Tocantins e o oeste da Bahia, num grande aqüífero chamado Guarani, que alimenta três grandes rios brasileiros, o São Francisco, o Tocantins e o Parnaíba, encravado no sertão do Piauí, rio que só é perene, devido a este aqüífero que tem um volume de mais de 50 quatrilhões de metros cúbicos de água. A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), através da Campanha da Fraternidade de 2004, Água: Fonte de Vida, propôs ao Governo Federal, a reformulação da lei 9.433 de 8 de Janeiro de 1997, que institui a política dos recursos hídricos. A instituição promoveu um abaixo-assinado para uma lei do Patrimônio Hídrico Brasileiro, reunindo mais de 500 mil assinaturas. O Brasil é um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global, dispondo de um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab/ano contra a média de 6.000 m3/hab/ano no mundo. Segundo a equipe da Unicamp/SP, ao calcular-se a razão entre a quantidade total de água doce em rios e lagos, 126.200 km3, e o volume anual utilizado pelo homem, 2.900 km3, obtém-se um tempo de circulação de 44 anos, que é bastante inferior ao tempo de sua renovação em escala global, indicando uma tendência de a água se tornar um recurso cada vez mais escasso. O assunto é sério, e equívocos maiores do que os das armas químicas no Iraque podem continuar ocorrendo.

FAHRENHEIT 9/11

Mesmo censurado, o documentário que desafiou a Casa Branca faturou mais de 98 milhões de dólares sónas bilheterias dos cinemas americanos é um dos mais incríveis documentários já feitos no cinema mundial. A partir de minuciosas pesquisas, o autor, Michael Moore, foi apresentando cenas e fatos verídicos de impressionar qualquer desavisado. O início mostra como toda a mídia e institutos de pesquisas americanos, que já consideravam o candidato de Clinton à presidência dos Estados Unidos, Al Gore, como o vencedor das eleições, foram pegos de surpresa quando a FOX, uma TV comandada pelo primo de Bush, anunciou a vitória dele na Flórida, o que lhe daria o mandato, a partir de uma farsa, incluindo aí, a suprema corte norte americana. Depois, conta a história da relação entre a família Bush e a família Bin Laden, parceiras comerciais durante 2 décadas, sendo que a principal mercadoria que envolvia as duas famílias era o petróleo. É de arrepiar conhecer os motivos que fizeram o dinheiro árabe, da família Bin Laden, manter inúmeras empresas de extração do ouro preto, que nasceram e morreram sob a direção de George W. Bush, o atual presidente americano. Mais interessante ainda é o final, quando são revelados os verdadeiros interesses no Iraque. É um filme esclarecedor e está nas locadoras.

NATUROPATIA - A biomedicina aplicada a partir de orgânicos mostra-se uma ciência de futuro

Segundo o Dr. Lincoln Montenegro, médico formado pela Universidade de Buenos Aires e especializado em Naturopatia, esta é uma ciência que pode revolucionar tudo o que conhecemos sobre medicina. Parece alguma coisa meio que relacionada a “naturebas”, mas não é bem isso. Com mais de 28 anos de experiência no assunto, o Dr. Lincoln conta que a má qualidade da alimentação é o principal motivo que leva as pessoas à enfermidades em níveis de alta complexidade de compreensão. Um problema de coluna, por exemplo, pode estar ligado a inchaços abdominais provocados por gases gerados por folhas de saladas que consumimos inocentemente. Esse inchaço mexe com os órgãos abdominais que pressionam os ossos da bacia, que, por sua vez, desalinham as articulações e provocam incontroláveis dores na coluna. Para se ter uma idéia da importância dessa operação, um simples realinhamento da bacia pode curar a impotência de um homem ou aliviar por completo reações ligadas à TPM feminina. A volta da cultura de alimentos orgânicos pode representar a solução de inúmeros casos de enfermidades causadas por adição de elementos químicos, hormônios e antibióticos presentes na maioria dos produtos que consumimos hoje. Por exemplo, o frango comum, não orgânico, é rico em hormônios aplicados para proporcionar crescimento, que atingem em cheio o humor das mulheres durante a TPM. Outra coisa interessante é o volume de agrotóxicos nas frutas e verduras misturados com a genética agropecuária e umas pitadas de sal e de açúcar refinado no cardápio do dia-a-dia. É uma composição que se mostra completamente química e nos faz parecer comendo uma fórmula de laboratório. O caso da nutricionista, Maria das Graças, de 51 anos que procurou o Dr. Lincoln, é daqueles de impressionar. Vinda de duas cirurgias sem sucesso na coluna, ela se submeteu ao tratamento Naturopata para curar, além da coluna, mais uma série de enfermidades com origem na alimentação. Coisas do tipo úlcera gástrica, gastrite aguda, reumatismo e descalcificação óssea. Com cura total, o tratamento proporcionou à paciente um novo entendimento sobre a importância da qualidade do que se come e não o tipo de comida em si.

Cabelos molhados e dores nas articulações, tudo a ver

Depois do banho, muitas mulheres de cabelos cheios e compridos os mantêm molhados. O frio que isso proporciona é intenso e faz contrair, mesmo que involuntariamente, os músculos da região lombar, pressionando as articulações da coluna que acabam inflamando. Sem saber o que está acontecendo, as mulheres vão entrando num estado de irritação à beira do estresse e muitas procuram as massagens musculares como forma de tentar um alívio. O problema é que, nesse caso, a origem da dor está nas articulações inflamadas. Segundo Lincoln, o infravermelho é um senhor instrumento para aliviar as dores de imediato. Aliando à quiropraxia, especialidade que cuida da melhora dos movimentos articulares, quem sofre do problema pode resolver a questão em apenas 1 sessão de tratamento.
Fonte: Dr. Lincoln Motenegro Coppa - (61) 3343 3758

O mercado promissor dos produtos orgânicos

Já existem no Brasil várias iniciativas para fomentar a produção orgânica. Com um olho no mercado local e outro no internacional, produtores começam a se organizar por todo o país para produzir e vender saúde. Joe Valle, presidente do sindicato dos produtores orgânicos do DF, vem fazendo um trabalho de incentivo e parceria entre os produtores da região para fazer crescer a produção e o mercado. Com muita empolgação. Joe e alguns produtores levaram à Alemanha, em uma feira internacional de produtos orgânicos, as novidades brasileiras para o setor. Conhecedor da dificuldade de entendimento sobre os produtos por parte da população em geral, ele desenvolveu um programa chamado “Mundo Orgânico”, que mostra, num estilo simples e direto, a importância desse tipo de produção para o futuro agrícola do país. Hoje, com cerca de 1,5% da produção mundial de orgânicos, o Brasil precisa se informar, promover e difundir informações sobre essa cultura. Na Alemanha, além de ter supermercados inteiros só com produtos com certificação orgânica, existem coisas do tipo comida orgânica para cachorro. Isso revela o quanto o europeu em geral já entendeu sobre a importância da qualidade da alimentação. No Brasil, pelo tamanho e capacidade de representatividade mundial, pouco se fala sobre o assunto. Ele chega a ser irrelevante em certos casos.

Feira de produtos orgânicos poderia gerar frutos

A Ser In Natura, ONG já comentada no início da matéria, planejou uma estratégia de fomentação do conhecimento e consumo de produtos orgânicos, não portadores de agrotóxicos, através de uma feira de produtos dessa linha, localizada no Sudoeste, bairro nobre de Brasília, em frente à loja/escola Pura Energia, usada pela instituição para vender refeições, lanches e sucos saudáveis, além de desenvolver, de modo prático, profissionais para o empreendedorismo. A feira funcionou durante 3 semanas, aos sábados, quando foi fechada pela administração do bairro. Depois de vários e insistentes pedidos oficiais (com apresentação por inteiro do projeto da ONG) pela reabertura da feira e negativas na mesma quantidade, a loja iniciou um abaixo assinado para que a feira pudesse retornar. As assinaturas já começaram a preencher seus espaços e demonstram que há gente preocupada com a difusão de produtos mais saudáveis. A alegação da administração para que a feira fosse fechada usou como base o posicionamento do ministério público, que não permite quiosques em espaço público, o que não confere exatamente com o que se vê no bairro. Pontos do tipo chaveiros, táxi, ambulantes em geral, lavagens, stands de venda imobiliária e tendas espalhadas pelas comerciais do bairro demonstram que a orientação do MP tem as suas exceções. Mesmo sendo oferecido à administração o pagamento de uma taxa referente ao uso do metro quadrado, do mesmo modo que são concedidas autorizações para placas e painéis de publicidade, não houve liberação do espaço. Essa situação ilustra bem o que ocorre no Brasil. Imagine empreender um Viaduto de Millau por aqui!

Brasília, o capital intelectual e a responsabilidade da cidade

Na capital, estão os principais órgãos federais e o congresso, que viabilizam ou não projetos que podem significar o sucesso do país na área da biotecnologia. Além disso, abriga cabeças de capacidade reconhecida, mas que, operando abaixo da sua real possibilidade, acabam por não produzir efeito dentro da necessitada sociedade. O caso das estradas e portos que não recebem investimentos há muito tempo, prejudicando, de modo significativo, as exportações do capital braçal brasileiro, que sustentam uma gigantesca estrutura estatal, ilustram bem o tipo de condução e o nível da inteligência aplicada no processo. Para que a oportunidade de exploração da biotecnologia e todas as suas ramificações de negócios sejam aproveitadas, é importante que as pessoas inteligentes da capital comecem a se reunir, discutir e viabilizar esse proveito. É importante salientar que existe um tempo para que tomemos as decisões. Esse tempo é muito curto porque enquanto pensamos no assunto, nossa biodiversidade vai sendo consumida, seja em forma de criminosas queimadas, ou pela astúcia de concorrentes com visão de futuro que estão dentro do Brasil, registrando, patenteando e negociando no mundo, o que nosso país nos deu através de nossa rica terra. Quando se fala em capital intelectual, há uma referência clara ao uso do intelecto em prol de uma sociedade carente que não pode perder esse bonde da história. São 500 anos de trabalho braçal e é hora de mudar isso. O Lago Sul, em Brasília, tem o mais alto IDH - índice de desenvolvimento humano - do planeta e 3 outras regiões da cidade figuram entre as 10 mais avançadas do mundo. É o topo. Já está bom. É preciso agora cuidar do país. Em boa hora, seria interessante que os filhos de Brasília devolvessem à cidade, com riquezas reais, todo investimento feito neles.

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